Sementes da Quinta Raça
Revista Dhâranâ
Dhâranâ nº s 30 –
31 – 1967 - 1967 – Anos XLII / XLIII
Há cerca de um milhão de anos, o Manu Vaivásvata selecionou na sub-raça semita, Quinta sub-raça
atlante, as sementes que deviam constituir a Quinta raça mãe, conduzindo-as à
Terra Imperecível. Segundo a cronologia esotérica, há 850.000 anos, uma
primeira emigração atravessou as cordilheiras do Himalaia, espalhando-se pelo
norte da Índia.
A quarta sub-raça, dita céltica, povoou a Grécia, a
Itália, a França, a Irlanda e a Escócia. Distinguiu-se no culto das artes,
apanágio de nossa civilização. Foi conduzida pelo Manu Orfeu, que alguns
consideram um ser mítico, o que não admira, se outros, ainda hoje, negam
Shakespeare.
A sexta e sétima do ciclo ário
se manifestarão, respectivamente, na América do Norte e do Sul, quase
simultaneamente, para o desenvolvimento do sexto e sétimo sentidos. É a razão
de ter-se dado à missão da S.T.B. o nome de “Sete Raios de Luz” e também de
“Missão Y”, por abranger essas duas sub-raças. Motivo pelo qual costumamos
dizer que o Brasil é o santuário da iniciação moral do gênero humano, a caminho
da sociedade futura.
Sabe-se que essa raça é dirigida por Buda Mercúrio,
precisamente porque o principal objetivo é o desenvolvimento da mente. Visto
que o estado de consciência acima de Manas, teosoficamente
falando, é Budhi, correspondente a intuição ou razão iluminada,
outro não poderia ser seu dirigente ou guia senão o que lhe está imediatamente
acima. Com isso também se relaciona o fato de conspícuos membros da Excelsa
Fraternidade Branca considerarem que Gautama, o Buda, foi o Ser de mais alta hierarquia
manifestado no mundo.
Aos quatro sentidos da quarta raça veio, na Quinta,
juntar-se o olfato, como quinto sentido para os representantes da quinta raça
mãe, na razão também de cinco continentes, cinco dedos, quinto princípio
(Manas), do astro pentagonal e de outras coisas mais.
Sub-raças Árias
A primeira sub-raça ária povoou, como se disse, o Norte
da Índia. Sua religião erao hinduísmo primitivo,
regido pelo Código de Manu, pela lei de castas, fonte de preconceitos que até
hoje perturbam a vida social daquele país.
A Segunda, ário-semita ou caldáica,
atravessou o Afeganistão, ocupando as planícies do Eufrates, dirigida pelo Manu
Ram ou Rama, que adotou o
símbolo de Áries(carneiro), do qual provém o termo ário,
ariano. Sua religião era o Sabeísmo, sendo no Princípio
deífico impessoal, universal, tributando culto aos planetários e aos deuses.
A Terceira, chamada Iraniana, conduzida pelo primeiro
Zoroastro, cabendo observar que houve não apenas um, mas vários seres com esse
nome, assim também com o de Moisés, Vyasa e outros.
Estabeleceu-se na Pérsia, difundindo-se pela Arábia e pelo Egito. Culto do fogo
e da pureza. Astrologia e Alquimia obtiveram progressos acentuados.
C a p i t u l o V I
Miscigenação
Pós-Atlante
Depois das catástrofes que fizeram submergir
grandes áreas da Atlântida, processou-se lentamente o caldeamento de ramos e
famílias de suas últimas sub-raças, consoante o fenômeno cíclico da descida das
mônadas pelo itinerário de Io,
a fim de que pudessem constituir no devido tempo as duas derradeiras sub-raças
do ciclo ariano que deverão desenvolver-se, como se disse, uma ao norte e outra
ao sul do continente americano. Daquele
caldeamento destacou-se o ramo chamado soshane, do
qual brotou o chichê meca,
gerando-se depois vários outros, como o tolteca, o nahuati,
o maia, o quíchua, o tsental.
Os quíchuas habitaram a Guatemala e o México, enquanto
os toltecas, antigo povo mexicano, foram suplantados pelos astecas, cujo último
imperador, Guatimazin, foi supliciado por ordem
Cortez.
A civilização maia alcançou altos níveis, e dela se
ocuparam eminentes teósofos, notadamente Roso de Luna,
em sua contribuição para o estudo dos códices Anahuac,
intitulada “La Ciencia Hierática de los Mayas”. Antes da invasão
tolteca, habitavam toda acosta oeste da América Central. Seus remanescentes
encontram-se nos Estados mexicanos de Chiapas e de Tabasco, na península
Iucatã, em S. Salvador e nas Honduras. Dividem-se em três grupos:
1. Os de Guatemala, divididos em três subgrupos, nam, quechée pokonchi;
2. Os de Iucatã, Tabasco e Chiapas, com seus subgrupos teantale mayas, propriamente
ditos; e
3. Huasteques, considerando-se
mais importantes os que se localizam no Iucatãe nos
confins da Guatemala.
Os toltecas, ramo de uma família étnica e lingüística muito extensa, os nahoas,
não se reconheciam, segundo suas próprias tradições, como autóctones. Diziam ter vindo deum outro país bastante povoado, situado a
noroeste do México, e só se terem estabelecido no centro de Anahuac,
após longas vicissitudes. Alcançaram elevado grande
civilização, mormente na Arquitetura. O mesmo termo “tolteka”
acabou por significar construtor. Guerreiros e construtores eram, por sua vez,
chamados os turânios, quarta sub-raça atlante.
Curioso notar que os toltecas construíam suas cidades por cima de infindáveis galerias subterrâneas. E
até hoje, pela deficiência dos métodos de investigação, os arqueólogos não
puderam atinar com a razão de ser das “Infindáveis galerias subterrâneas”.
Incógnitas Comunicações
Intraterrenas
Aceitamos o risco de ser apodados de visionários e
fantasistas pelos senhores da sabedoria acadêmica, mas desejamos aqui consignar
nossa opinião a esse respeito. As misteriosas galerias subterrâneas das cidades
toltecas eram utilizadas pelos seus mais conspícuos representantes, quase
sempre sacerdotes, para se comunicarem com determinadas
regiões do mundo “jina” ou agartino,
habitado por seres de extraordinário saber e poder.
Outras galerias subterrâneas existiram e existe
numa secreta correspondência com aquele mundo, construídas e conservadas para
que, na iminência das catástrofes de fim de ciclo, o povo eleito, os iniciados,
ou seja, os poucos que permaneceram fiéis à divina tradição, pudessem ser
guiados à Terra Santa, à Ilha Imperecível que resiste e sobrevive a qualquer
cataclismo, na expressão das escrituras sagradas do Oriente. Também temos afirmado que se pode passar
subterraneamente de um sítio no Estado de Mato Grosso para certa região do
Peru, denominada Machu-Pichu, esotericamente Manu Piscus (Piscis).
Civilizações
Pré-Incaicas
P. Odinot, em seu trabalho “O
Mistério dos Incas”, escreve entre outras coisas o seguinte:
“Uma das páginas mais dolorosas da História
é a conquista do Peru pelos espanhóis.
Pizarro, o Conquistador, a exemplo do que já fizera Cortez, no México, atirou-se
com seus soldados sobre o grande Império dos Incas, dele se apoderando. A extraordinária
façanha ocorreu no ano de 1532, num século em que qualquer descoberta de terras
no Novo Mundo inflamava o ânimo dos europeus, atraindo-os para viagens e expedições
as mais audaciosas.
“Por mais trágico que possa parecer o aniquilamento
dessa poderosa e bem organizada civilização, o progresso empregado pelos
conquistadores faz-nos lembrar oque ela mesmo utilizou
para firmar seus próprios alicerces na face da Terra.
“O império dos incas não datava de longos
séculos. Sua fundação foi feita pelas armas, e os
seus invasores tinham subjugado uma civilização que atingira nível igual ou talvez
superior ao seu.
“Na realidade, uma civilização multissecular
tinha existido naquela parte da América, antes da chegada dos incas, embora sua
História, até hoje desconhecida, só permita vagas suposições por parte dos
cientistas hodiernos. Outros seres, porém, existem
conhecedores de uma História mais profunda e consentânea com os reais princípios
da Evolução humana, mas que só se manifestam através de reduzido número
discípulos, chamemo-los assim, que aos poucos vão oferecendo ao mundo aquilo
que não possa transpor o limite máximo dessa mesma evolução.
“O pouco que a ciência oficial conhece a respeito da
referida civilização acha-se representado pelas ruínas de suas cidades, cujas
construções exigiam grandes conhecimentos arquitetônicos e mecânicos, e pelas vasilhas
finamente trabalhadas, entre as quais alguns exemplares que fazem supor não
faltar aquelas antiquíssimas populações um delicado
espírito artístico.
“Que povo era aquele, anterior aos incas,
construtor de semelhantes Impérios no Novo Mundo? De onde teria vindo para realizar semelhante fenômeno
cíclico, se tudo na vida está regulado por uma série de leis que a mesma
ciência desconhece?
“Para que se possa Ter uma ideia do que é o Peru atual,
torna-se necessária a apresentação de fatores que passaram despercebidos. Julga
ela que aquele povo guerreiro e empreendedor se originou
dos aymaras, cujo habitat era o planalto dos Andes,
ao tempo em que os quíchuas, seus irmãos, se achavam estabelecidos nos vales
situados mais a nordeste. Pensam os historiadores que essas duas grandes estirpes
pré-colombianas foram do mesmo sangue, pelo simples fato de ser idêntica a linguagem,
não havendo entre uma e outra maior diferença que a existente entre dois dialetos
do mesmo tronco.
“A verdade é que, avançando cada vez mais, os incas
foram subjugando povo e povo, construindo assim os fundamentos do seu vasto
Império. Merece particular destaque o fato de que, sendo esse povo de origem
guerreira 7 conseguiu formar uma civilização digna de constituir um
dos maiores títulos de glória de uma estirpe aborígene da América. Seus
engenheiros eram capazes de construir, através das montanhas, galerias que,
segundo secretas tradições, alcançavam longínquas distâncias 8 e lançar pontes
sobre abismos ou abrir estradas de cuja perfeição e solidez nos falam bem alto
as que ainda hoje existem. Eram igualmente infatigáveis agricultores;
hidráulicos tão geniais que suas obras são em nossos dias motivo de assombro
por parte dos técnicos. Tem-se a impressão de estar em face daquele espírito
construtivo e admirável dos remotíssimos tempos da Atlântida, a que se referem as narrações de Platão, em Timeu e
Crítias, bem como as de Diodoro
Sículo e outros.
7 Também de caráter guerreiro era a primeira sub-raça ária
que povoou, como se disse, o Norte da Índia. A uma de suas quatro castas se deu por isso mesmo o nome de Kshattrya,
no sentido de aguerrida, a par de Jina, isto é, heróica e sábia.
8 A cidade de Cuzco, no Peru, como toda a cordilheira de
Machu-Pichu, comunica-se por via subterrânea com a Serra do Roncador, em Mato
Grosso, por se tratar de regiões Jinas. Nossos Chavantes,
de caráter aguerrido, mas não feroz como dizem alguns sertanistas, são os fiéis
guardiães de uma região vedada à curiosidade profana; uma espécie de tabu onde
se oculta grande mistério relacionado com a descida das Mônadas
de Norte para Sul e com a infusão do nobre sangue ibérico no não menos nobre da
raça Tupi.
“Não se pode falar no país dos incas sem mencionar as
ruínas de Machu-Pichu, descobertas pelos arqueólogos americanos no começo de
1900. Situadas sobre as montanhas, a nordeste de Cuzco em um “canon” banhado pelo rio Urumbamba, as construções daquela cidadela-fortaleza
constituem uma das maravilhas do Novo Mundo.
Sobre a rochosa cordilheira onde ainda são vistos
terraços de pedra lavada e ruínas graníticas de templos, existia a morada de um
povo misterioso de quem os incas descendem.
“Encontram-se essas ruínas em uma das pontas do monte
Machu-Pichu, do qual tomaram o nome. Quando foram redescobertas – pois sua
existência havia sido vagamente mencionada no passado – estavam em grande parte
sepultas sob a grande cordilheira. Deixemos de parte séculos sem conta de
opressão, guerras civis e lutas tremendas por sua independência, e cheguemos ao
Peru de hoje”.
“A que país se assemelha este vasto centro que já foi um
império pré-colombianoe, como tal, incluía em suas
fronteiras a maior porção da Bolívia atual? A terra em que a civilização dos
incas floresceu e se extinguiu chamou-se “O Teto da América Meridional”, já que
o teto do mundo inteiro é o Tibete. O nome dado pelos antigos a esse rincão americano
e sua configuração topográfica, que levou os atuais habitantes a falarem do Peru”.
É conhecida a tradição que nos fala da advertência chavantina: toda vez que um intruso se aproxima de suas
terras, vê cair na sua frente uma flecha atirada por mãos invisíveis. Se teimar
em prosseguir, a segunda flecha lhe cai junto aos pés, para uma terceira o
ferir mortalmente, no caso de não atender ao aviso da nação aborígene localizada
na bacia do Tocantins.
O termo Chavantes
poderia ser decomposto em dois: chave,
antes. Ligada a essa possível
derivação, estaria a hipótese de se encontrar em suas
mãos a chave do enigma.
Tentaram ir buscá-la, e não voltaram para contar a
aventura, os valorosos Fawcett, pai e filho. Quem se interessa
pela história desses heróis, poderá ler algumas páginas emocionantes assinadas
por Feliciano Galdino, publicadas em “O Globo”, do Rio, de 17de setembro de
1928, que, pela sua importância, foram transcritos por Bernardo de Azevedo da
Silva Ramos, por justa alcunha, “O Champollion brasileiro”, no segundo volume
de sua citada obra, “Inscrições e Tradições da América Pré-Histórica”, sob o
título de “Os Mártires da Ciência” (págs. 470/474), central como de La Sierra, nenhuma dúvida nos deixa acerca de sua identidade
com as terras tibetanas, ao Norte da Índia.
“Entre os principais maciços montanhosos dos
Andes há desfiladeiros profundos e íngreme, cavados pelas águas dos numerosos
rios, que vão desembocar no caudaloso Amazonas. A paisagem é monótona e estéril. Sobre aqueles
planaltos rodados de picos nevoentos, batidos por ventos ásperos, não existe
outra vegetação a não ser a erva “Ichu” e algumas
áridas pastagens chamadas “llamas”, donde o nome dos camelídeos aí criados.
“É particularmente interessante saber-se que os índios
habitantes desse planalto descendem, mais diretamente que os de qualquer outra
tribo, antigos incas. Na província do lago Titicaca, na Bolívia, é ainda chamados “aymarás”; mas no Peru os
índios das montanhas o são de quíchuas.
Morenos na sua maioria, os quíchuas tem os cabelos
pretos, como a maior parte das tribos do
Brasil, que formam entrosamento, embora distante, com índios daquelas regiões.
O corpo baixo e largo recorda o dos esquimós.
“No que diz respeito ao
temperamento, os quíchuas dos planaltos dos Andes assemelham-se aos montanheses
dos outros países. Taciturnos, muitas vezes melancólicos, tem uma fisionomia
tão expressiva que, embora não denunciando muita inteligência, denotam um
princípio investigador ou uma grande perspicácia.
Suas fisionomias mais parecem máscaras sob as quais se
acham os restos evoluídos de uma raça desconhecida. Todavia, o quíchua é um
companheiro bastante simpático, segundo a opinião dos viajantes que percorrem
aquelas regiões. Merece essa lisonjeira referência ao fato de
ser paciente, industrioso, sensato e geralmente alheio a petulância e
arrogância.
“São inúmeras as cidades antigas hoje
cobertas por verdadeiros escombros. As narrações
dessas descobertas, embora muito longe de expressarem a verdade, constituem um
capítulo de grande interesse. Podemos afirmar que apenas insignificante parte
dos tesouros perdidos volveu à luz do dia. Tão vultosos são eles que impossível
nos seria avaliá-los num simples estudo como este. Basta dizer que na região de
que estamos tratando, floresceram povos durante muitos milênios. Suas energias
desenvolveram-se pelo mundo, embora dentro de limitada periferia e manifestaram-se
em diversas atividades: artísticas, industriais, guerreiras e arquitetônicas.
“O estudo destas últimas,
principalmente, podem dar-nos segura indicação do grande cultura
alcançado, visto que, para a execução desses empreendimentos, mister se faz a
coordenação de prodigiosos esforços individuais, além de exigirem uma
comunidade possuidora de importância material, cultural e demográfica.
“As descobertas arqueológicas levadas a
efeito concorrem para que se fizessem profundas explorações no remoto passado
da humanidade. É curioso verificar-se a existência de
raças civilizadas de parceria com as mais primitivas, se é que 6.000 anos antes
da era Cristã representa alguma coisa diante da imensidade de anos que pesa na existência
do mundo. As condições de vida mudaram enormemente durante os últimos oito
milênios. Subsistem, porém tribos e povos atrasados, cujo modo de viver em nada
se modificou, por falta de progresso desde a época dos grandes reinos
mesopotâmicos.
“Naqueles remotos tempos habitavam tribos neolíticas nas
Américas, Europa, Ásia, África e Oceania. No âmbito selvagem de semelhantes
povos persistiam, entretanto, verdadeiros “oásis” formados por outros povos de
maior cultura e inteligência que, como nossos antepassados, constituíam então
uma minoria. Mas, como a levedura, penetrara nos estratos humanos através de
interpenetrações, se assim se pode dizer, de ramos e famílias
raciais, todas elas, grandes e pequenas, possuidoras de Guias (ou Manus) capazes de se infiltrarem com suas gentes nos
momentos cíclicos coordenados pela própria Lei da Evolução, onde quer que
fossem reclamados.
“Os homens de ciência não estão de acordo quanto à idade
que se deve assinalarás civilizações americanas. Nota-se mesmo entre eles uma certa tendência em só admitira existência de
civilizações pré-históricas em outras regiões do mundo, notadamente nas asiáticas.
No entanto, Posnansky, por exemplo, afirma que a famosa
cidade pré-incaica do altiplano boliviano, Tiahuanaco,
foi construída há perto de 13.00 (treze mil) anos.
Aquele sábio baseia seus cálculos cronológicos na
orientação astronômica dada pelos fundadores às entradas do templo maior,
método, aliás, seguido pelos construtores das pirâmides do Egito.
“É indiscutível a grande antigüidade
dessas ruínas. Os incas encontraram a região abandonada quando aí chegaram pela
primeira vez. Do grande povo construtor que antes deles tinham ocupado a
região, nenhum vestígio ficou entre os raros habitantes dos seus arredores. As condições climáticas e mesmo a configuração topográfica da
meseta do lago Titicaca, provavelmente sofreram grandes modificações no correr
dos tempos, visto os degraus da escadaria de pedra ultimamente descobertos no
muro que olha de frente o lago e que deviam Ter sido usados pelos habitantes de
Tiahuanaca para descer até as margens do mesmo lago,
acharem-se atualmente afastados desse um número considerável de milhas”.
“A referida cidade, que ocupa grande superfície, foi
planejada e construída por arquitetos de incomparável capacidade. Os monólitos
empregados são de enormes dimensões; um deles mede aproximadamente doze metros
de comprimento e mais de dois de largura, pesando 170 toneladas. Com muita
probabilidade, diz Markham, em seu livro “Los Incas del Peru”: “A condução e colocação
de tais monólitos em semelhante lugar faz supor uma grande população, um
governo regular e desde logo o cultivo da terra em grande escala, além da
organização de uma chefia altiva e inteligente encarregada do transporte dos
abastecimentos e sua distribuição entre os trabalhadores.
Deve ter sido um regime que uniu o gênio e a destreza ao
poder e à capacidade administrativa. Depois da gigantesca dimensão das pedras,
o que mais surpreende é sua magnífica escultura. “A complexidade e simetria do
debuxo e da ornamentação demonstram grandes conhecimentos artísticos por parte
daqueles que tiveram a seu cargo a realização de tão maravilhoso trabalho”.
“Que teria acontecido aquele povo imperial
cuja permanência em semelhante região não podia ser curta, mesmo porque uma
raça nômade não constrói tão maravilhosas obras arquitetônicas?
“Sir Markham
acredita em uma possível elevação da zona andina como fator decisivo do
afastamento da raça tiahuanacana. Para apoiar sua tese, cita o descobrimento de ossos de
mastodonte na região de Ulluma, na Bolívia, situada a
4.300 metros acima do nível do mar. Esse animal não pode viver em semelhantes
altitudes. Os esqueletos gigantescos sepultos nas paredes das quebradas dos
desertos de Tarapacá, e pertencentes a mamíferos que
só habitam as selvas frondosas, são outras tantas provas de ter havido uma
profunda mudança de clima. Os desertos em que se encontram os restos dos
tamanduás deviam Ter sido anteriormente zonas úmidas e férteis cobertas de espessos
bosques.
“Quando a cordilheira era mais baixa do que agora, os
ventos alíseos chegaram a semelhante lugar deixando
sua umidade na faixa costeira. Quando os mastodontes viviam em Ulluma e os tamanduás em Tarapacá,
os andes, em seu lento ressurgimento, estariam a
setecentos ou mil metros mais abaixo do que hoje; o milho crescia então nas proximidades
do lago Titicaca e a paragem das ruínas de Tiahuanaco
poderia sustentar a numerosa população que construiu aquela ciclópica cidade.
“A origem dos incas, sucessores de outros povos de
procedência ainda mais enigmática, não é muito clara, apesar de sua alta
cultura e do íntimo contato com os conquistadores espanhóis. Sir Markham trata mui detalhadamente dos mitos de Paccari-Tempu,
Pousa da Aurora, e de Tampu-Tocco,
a Serra das Três Cavernas, melhor dito, embocaduras chamadas, Sutic, Maras e Ceapac. A lenda diz como da embocadura de Maras saiu uma
tribo que levava o mesmo nome, e da de Sutic, outra denominada Tampu. Da do centro saíram, por
sua vez, quatro augustos personagens com o título de Ayar,
nome que se dá a diversos monarcas primitivos e que se chamavam Manco, o princípe; Auca,
o ayar guerreiro e jovial; cach.
O Ayar sal e Uchu, o Ayar pimenta. Estes monarcas
vieram acompanhados de suas esposas. Reuniram em torno de si forças consideráveis,
sem contar as duas tribos que saíram das embocaduras Maras e Tampu,
da Serra do Tampu-Tacco. Sob suas bandeiras se
alistaram mais outras oito linhagens cujos nomes conserva
a lenda.
Manco-Capac e Mama-Oclo
Para nós tem outra significação também a lenda que assim
narra o aparecimento dos fundadores do Império Tawantisuyo:
“Manco-Capac, homem de caráter
enérgico e de costumes puros, acompanhado de Mama-Oclo,
sua irmã e esposa, surgem as margem do Lago Titicaca, enviados pelo seu pai, o
Sol, para arrancar seu povo da barbárie, mediante a unificação. Trazia ele um bastão de oiro, que seu pai lhe havia
oferecido, a fim de escolher o território onde o mesmo se enterrasse
profundamente no solo, que viria a ser a Terra Prometida, ou a fundação do seu
Império. De fato, o bastão enterrou-se no mente Huanacaura,
ao qual deu ele o nome de Cuzco, que quer dizer centro ou umbigo. Manco-Capac ensinava aos homens a lavrar a terra, construir
habitações e tudo quanto lhes iluminasse a mente. E Mama-Oclo
ensinava às mulheres a fiar, tecer e a tornarem-se boas mães de família”.
Outra lenda conta que ele ensinava aos homens na cidade
alta e ela doutrinava as mulheres na cidade baixa; o que se interpreta,
respectivamente, como coisas do mental, parte alta ou superior, para o sexo
masculino, e coisas do lar, domésticas, inclusive os ensinamentos inerentes à
maternidade e à puericultura, para o feminino.
Mais uma lenda que, como tantas outras, vem comprovar a
existência de um mundo subterrâneo, a que se referem as
tradições dos povos primitivos, assunto de que temos tratado em diversos
trabalhos, inclusive em nosso livro “O Verdadeiro Caminho da Iniciação”.
Ilustração:
foto - Legenda
- Cerâmica Inca (Museu Rafael Larco-Herrera)
Tal mundo ou país é conhecido por vários nomes,
sobressaindo dentre todos o de Agarta, muito citado
nas obras do marquês Saint-Yves d’Alveydre, “La Missiondes Juifs” e “La Mission de l’Inde,
Mission de Europe dans l’Asie”; como no livro “Le Roidu Monde”, do ilustre cabalista Réné
Guénon, e também no de Ferdinand Ossendowski,
intitulado “Bêtes, Homes, Dieux”.
Agarta é a mesma Asgardi ou a
cidade dos Doze Ases, dos Edas escandinavos, o mesmo
país subterrâneo de Asar, dos povos da Mesopotâmia. É o País do Amentia que se
refere o Livro da Santa Morada ou Livro dos Mortos, mal compreendido pelos ocultistas
que tentaram comentá-lo. É ainda o País das Sete Pétalas descrito por Parashara e Maitréia, no VishnuPurana,
ou o dos Sete Reis do Edon (Éden ou Paraíso Terrestre). Para os tibetanos e
mongóis é a Cidade de Erdemi; na Mitologia grega, são
os Campos Elíseos, o Tártaro ou o Hades; para os
antigos mexicanos, a Cidade de Tula ou Tulã; Para os bardos celtas, a Terra do Mistério, cantada
por O’Hering. É o famoso
Monte Salvat, das tradições do Santo graal e do Ciclo
astúrico, nas quais se inspirou Wagner para compor
suas monumentais peças Lohengrin e Parsifal.
É a Terra de Chivin ou Cidade das Treze Serpentes; o Fu-Sangdas tradições chinesas; “o Mundo
subterrâneo que fica na Raiz no Céu”, segundo o Votan
Tsental; o País dos Calcas, Kalcisou Kalkis, ou a famosa Cólchida, para onde se dirigiam os Argonautas. Na literatura
ince se fala do famoso falcão, companheiro inseparável de Manco-Capac, imperador da última dinastia incaica. Essa ave se
chamava “indi”, era venerada por todos de sua raça.
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O bastão pode significar o cetro de um rei e chefe, desde
que se trate de um Manu racial. As duas penas e vestes, nas
cores encarnado e verde, se relacionam ao Fogo sagrado, Verbo Solar, Agni (ou Tejas, nas escrituras
orientais), e o Hálito que o anima, como sopro divino denominado Vayú nas mesmas escrituras).
Manu Brasileiro
Na língua tupi, Tamandaré procede da expressão Tamanda-ré, que
quer dizer “depois da volta”. É este o nome do Noé brasileiro na lenda do
dilúvio que assolou as plagas brasílicas. Segundo Batista Caetano, o termo
Tamandaré originou-se de Tamoindaré (tab-moi-nda-ré),
isto é, aquele que formou um povo ou repovoador da Terra.
Nesse caso, o Manu dirigente dessa raça, em que se infundiu o sangue português,
qual fenômeno cíclico por Lei exigido.
Fato histórico dessa miscigenação racial é a mística união
entre Diogo Álvares Correia, o Caramuru, representante da raça portuguesa, e
Catarina Paraguaçu, a índia representante da raça tupi.
José de Alencar, no seu esplêndido “Guarani”,
oferece-nos em poucas e maviosas frases, a lenda do Manu brasileiro e de sua
esposa:
“Foi longe, bem longe dos tempos de agora. As águas
caíam e começaram a cobria a terra. Os homens subiram ao alto das montanhas. Um
só ficou na várzea com a sua esposa. Era Tamandaré. Forte entre os fortes sabia
mais do que todos. O Senhor, falava-lhe de noite, e, de dia, ele ensinava aos
filhos da tribo o que aprendia do Céu”.
O romancista tece, nesse livro, o enredo que prende os
corações dos dois principais personagens, Ceci e Peri, a portuguesa e o índio.
Peri quer dizer “as flecha”; e Ceci “meu pesar, minha dor”. Qual deus Cupido, a
flecha amorosa e Peri fere em cheio o coração de Ceci.
Direito das Raças
Damos aqui a palavra a Menotti del Picchia, escritor e poeta dos mais ilustres.
“A descida dos tupis do planalto
continental, rumo do Atlântico, foi uma fatalidade histórica pré-cabalina, que preparou o ambiente para as entradas no
sertão pelos aventureiros brancos desbravadores do oceano.
“A expulsão feita pelo povo tapir, dos
tapuias do litoral, significa bem, na história da América, a proclamação do
direito das raças e a negação de todos os preconceitos.
“Embora viessem os guerreiros do Oeste,
dizendo – Yaso Pindorama Koti, itamaranapoanhatim, yara rama recê – na realidade não desceram com a sua Anta, a fim
de absorver a gente branca e se fixarem objetivamente na terra. Onde estão os rastros dos velhos conquistadores?
“Os tupis desceram para ser absorvidos Para
se diluírem no sangue da gente nova. Para viver
subjetivamente e transformar numa prodigiosa força a bondade do brasileiro e o seu
grande sentimento de humanidade; e aí parece estar indicada a predestinação da
gente tupi.
“Toda história desta raça corresponde a um
lento desaparecer de formas objetivas e um crescente aparecimento de forças
subjetivas nacionais. O tupi significa a ausência
de preconceitos. O tapuia é o próprio preconceito, em fuga para o sertão. O
jesuíta pensou que havia conquistado o tupi, mas este é que conquistara a
religião daquele. O português julgou que o tupi deixaria de existir; e o
português transformou-se e ergueu-se com fisionomia de nação nova contra a
Metrópole, porque o tupi venceu dentro da alma e do sangue do português.
“O tapuia isolou-se na selva para viver; e foi morto
pelos arcabuses e pelas flechas inimigas. O tupi
sociabilizou-se sem temor da morte; e ficou eternizado no sangue da nossa raça.
O tapuia é morto; o tupi é vivo”.
Da lavra do brilhante Menotti são também as seguintes
expressões:
“Somos um país de imigração e continuaremos a ser o
refúgio da humanidade, por motivos geográficos e econômicos demasiadamente
sabidos. Segundo os dados de Reclus, só o valo do
Amazonas é capaz de alimentar trezentos milhões de habitantes. Na opinião bem
fundamentada do sociólogo mexicano Vasconcelos, é de entre a s bacias do amazonas
e do Prata que sairá a raça cósmica, que realizará a
concórdia universal, porque será filha das dores e das esperanças de toda a
humanidade.
“Temos de construir essa grande nação, integrando na
Pátria comum todas as nossas expressões históricas, étnicas, sociais,
religiosas e políticas, pela força centrípeta do elemento tupi”.
De um editorial publicado na revista “Dhâranâ”, nº 72, intitulado “Uma Nova Humanidade”:
“Está se formando no continente sul
americano um novo tipo racial. Para concentrar-se
e tomar expressão só lhe falta um corpo coletivo capaz de fundi-lo em uma só
entidade. Já a atual população dos países ibero-americanos possui, sobre outras,
imensa superioridade do ponto de vista estético, culturalmente emotivo e ideológico.
A descoberta não é nossa; já o disseram outros pensadores mais autorizados. Até
o mais inferior índio mexicano possui em seu imo, profunda sensibilidade e
capacidade de organização. Que viva em choça e deixe morrer a metade de seus
filhos, não é prova em contrário. Em sua concepção dos valores da vida não
entra o fator castigo nem o problema da morte. Em troca, está profundamente
integrado no sentido de sua pessoa como fator dentro de sua comunidade.
“Nisso se estriba o aparente mistério de
produzirem eles uma arte plástica de insuperável beleza, que só podem
reproduzir, aproximadamente, raros artista civilizados,
tidos
como gênios. O gênio do índio mexicano produziu no começo deste século a maior escola
de pintura, sem exceção alguma, e o maior ressurgimento dos grêmios de artesãos
populares de nossa época.
Roso de Luna, quando em 1910, realizou uma série de
conferências teosóficas pela América do Sul, teve ensejo de dizer:
“O país de Pinzón, Cabral,
Lopes e Souza, por sua maior vizinhança com a Europa e África, por sua mescla
de raças e por inúmeras outras razões... demonstra excepcionais características
que nos dão o direito de afirmar que seus futuros destinos são semelhantes aos
de Norte América; que em cultura, no litoral, nada fica a dever à Europa; do
mesmo modo que, em belezas naturais e espiritualidade, recorda o berço ário, a Índia, como se no desenvolver dessa nobre raça – da
Ásia à Europa, e desta à América – coubesse
ao Brasil a glória de servir de remate e epílogo daquele grande povo, com uma
civilização fluvial e costeira igual a de todos os
grandes riso chamados Ganges, Indo, Oxu, Iaxarte, Nilo, Tigre e Eufrates, Danúbio, Ródano, Reno,
Mississipi, etc., cada um deles legando ao humano futuro um florão de sua
coroa...
“Não resta dúvida alguma que as bacias do Amazonas e do Prata, com o decorrer
do tempo, selarão em suas ribeiras os destinos do mundo”.
Às proféticas palavras desses grandes pensadores fazem
eco as nossas: Brasil Tu és o Santuário da iniciação
moral do gênero humano, a caminho da sociedade futura. Teu nome o diz: é em teu
seio, nas profundezas do teu solo, que se mantêm vivas e crepitantes as brasas
de agni, o Fogo Sagrado!
Todes do Brasil
Todes? Mulukurumbas? Naturalíssimas interrogações, essas como
tantas outras. Ninguém pode saber o que não estudou nem o que “deixaram” de ensinar.
Ao Sul da Índia há uma região denominada Nilguíria,
palavra que significa montanhas azuis.
Blavatsky, em sua preciosa obra “Au Pays dês Montagnes Bleux” (aludindo à Nilguíria), trata
desses estranhos seres que, a bem dizer, representam o alfa e ômega das civilizações
lá existentes. Os Mulukurumbas, homúnculos,
mostrengos cujo olhar mata em treze dias a quem quer que lhes seja antipático,
constituem os últimos vestígios de uma raça desaparecida.
Os Todes, ao contrário, como fiéis guardiães de montanhas sagradas, ou guardas avançadas
de embocaduras que conduzem aos reinos intraterrenos,
são as sementes de uma raça futura, arregimentadas em determinada parte do
globo, a espera do raiar do novo ciclo. Naquela região o totem é o búfalo, com
o qual conversa e se entende o Tode, como narra a
insigne autora. Este, como aquele fato, estão registrados, nos arquivos das autoridades
inglesas que então dominavam a Índia, consignando até uma severa penalidade ao Mulukurumba que com seu fulminante olhar abatesse um súdito
da coroa britânica9.
Os todes se encontram em
outras regiões do Globo, inclusive no Brasil, em determinados sítios da
majestosa Mantiqueira, onde em 1921 eclodiu a Obra em que está empenhada a
S.T.B. hoje, SBE, e também da Serra do Roncador, embora possuindo um segundo sentido,
em relação à região de Mato Grosso, subterraneamente comunicante com a montanha
peruana de Machu-Pichu.
9 Terrível poder esse o de matar
uma pessoa em duas semanas, pela força do olhar direto. A magia negra, como a
branca, dispõe de métodos e processos incrivelmente eficazes e rápidos. Poder
mortífero semelhante ao do olhar dos Mulukurumbas,
possuem os “Kahunas”, magos nativos do Havaí, os
“donos do Segredo”. Podem eles matar um desafeto a
distância, pela prática da “Ana-Ana” – A oração da morte. Uma das perguntas
mais freqüentes dos turistas que chegam a Honolulu é
sobre a veracidade e os perigos dessa arma.
Max FreedomLong, em seu livro “Milagres da Ciência
Secreta” (Secret Science BehindMiracles)
reporta suas observações pessoais e as constatações do dr.
William T. Brigham que conviveu quarenta anos com o Kahunas do Havaí. Os arquivos do “Queen’s
Hospital”, de Honolulu, indicam, segundo o autor, que as vítimas dessa potente
forma de magia não escapam da morte, apesar de todos os socorros que a medicina
lhes possa oferecer.
“Nos primórdios do
Havaí, prisioneiros de guerra, bem como outros quaisquer infelizes, recebiam o
que se chamava tratamento pela sugestão hipnótica para, numa forma de grande
potência, fazer com que seu espírito subconsciente, depois da morte, se
separasse da mente espiritual consciente, e permanecesse como fantasma, a fim
de guardar as clausuras de pedra sagrada dos templos nativos do “kahunaísmo” decadente. É provável que alguns destes
infelizes receberam ordens de servir os kahunas na “oração da morte”, mesmo depois de executados.
“Os
espíritos (elementais) também recebiam instruções
definitivas sobre o que deviam fazer com a força vital. Deviam apanhar como que
o odor pessoal através de uma mecha de cabelos ou fragmentos de vestuário usado
pela vítima e segui-la pelo faro, assim como faz um cão à procura do dono pelas
pegadas que este deixou no solo. Tão logo encontrasse a vítima deveriam esperar
uma oportunidade até que pudessem penetrar em seu corpo. Isto eles eram capazes
de fazer por causa da sobrecarga de força vital que lhes fora doada pelo seu
mestre e que deveria ser usada como choque paralisador.
“O processo era um só,
qual seja o de penetrar no corpo da vítima ou anexar-se ao mesmo. Uma vez feito
isto, a força vital da vitima era retirada pelos espíritos intrusos e
armazenada em seus fantasmas. Como as forças da vítima eram retiradas pelos
pés, uma espécie de insensibilidade advinha aos mesmos, a qual progredia
gradativamente num período de três dias até os joelhos, quadris e, finalmente,
o plexo solar e o coração, vindo então a vítima a
falecer.
“Quando a morte era
consumada, os espíritos retiravam o máximo das forças vital e volitavam para
seus mestres. Se a vítima fosse salva por um outro “kahuma”, os espíritos voltavam para seu chefe, porém
hipnotizados e com ordem de atacar o mandante. Neste caso, poderiam de fato
atacar e então os resultados eram fatais. Com o propósito de evitar tal perigo,
o ritual da magia era seguido à risca, quando o “kahuna”
enviava os seus espíritos (kala). Ou ainda, como
acontecia na maior parte dos casos, a pessoa que contratara o “kahuna” para enviar a “oração da morte” a outro, e que
afirmava merecer a vítima tão drástica punição, era nomeada como responsável, e
a única a ser atacada, caso a vítima fosse salva por outro “kahuna”,
e os espíritos mandados de volta, antes da tarefa cumprida”.
O autor observa que
nenhuma das explicações correntes acerca da “oração da morte”, como o uso de
algum veneno, ou “pavor supersticioso”, era verdadeira.
Quase nunca a vítima sabia que estava sendo assassinada pela magia. Em seguida
passa a relatar detalhadamente os casos por ele observados. (Nota da Redação)