REMINISCÊNCIAS ATLANTES

Dhâranâ - Data: n.º 104 – Abril a Junho de 1940 – ANO XV

Redator : Prof. Henrique José de Souza

 

SUMÁRIO – Reminiscências atlantes – As excelsas Figuras dos Grandes Iluminados,

inclusive dos Manús raciais e a artística e respeitável Galeria do Templo da S.T.B. – A revolução

religiosa de Amenophis IV, por outro nome, KUNATON, ou “o amado de seu Pai ATON” – A

verdadeira origem dos Colégios Iniciáticos até hoje existentes no mundo, a parte os que tiveram de

desaparecer devido a própria evolução humana, ou antes, pela descida das Mônadas pelo “Itinerário

de IO” – TEBAS, “a cidade das Cem Portas” – O mistério da múmia de Katsbeth... – A eterna

perseguição dos Nirmanakayas negros aos “Gêmeos espirituais” – O tradicional “Velho da

Montanha” – Desfazendo o juízo errôneo, que paira sobre tão prodigioso Ser – Duas valiosas

Mensagens que nos foram enviadas. – Os misteriosos Guardiãs das Montanhas Sagradas e as

entradas ou embocaduras para os preciosos reinos da AGARTHA – O verdadeiro sentido do termo

hasshassin” – TODES E JINAS – O centro oculto dos “Traichús-Marús” , a que se refere tão

veladamente o famoso escritor francês Saint-Yves d’Alvydre – Os Templários – Os Fiéis do Amor, a

cuja Ordem pertencia Dante – A ROSACRUZ e a MAÇONARIA – Os Marizes, Avises, Morizes, Moiras

ou Mórias – O mistério que paira sobre S. LOURENÇO DOS ANCIÃOS, no distrito de Bragança, em

Portugal – A “AMORC”, na Califórnia e os “mayávicos véus que sobre a mesma se desprendem da

Serra do Cimarrão, no Novo México – Passando de leve sobre as páginas mais veladas da História:

Alexandre Magno, Júlio César, Cícero, Luiz XI, Felipe II e seu prodigioso secretario ARIAS

MONTANO (“o ário do monte”, como o cognominou Roso de Luna), S. E. o cardeal Richelieu – O

mistério do “Máscara da Ferro” – As cortes de Luiz XIV, XV e XVI – O martírio de Andréa Chenier

S.GERMANO, “o misterioso Personagem de quem muito se fala e pouco se conhece...” – A

enigmática figura do Conde de Cagliostro ¾ O falso José Bálsamo, que muitos confundem com o

famoso Cagliostro – A QUEDA DA BASTILHA ou o mistério das 3 iniciais: LPD – O cabalístico

número 14 ... 6

 

REMINISCÊNCIAS ATLANTES

“Todas as vezes, ó filho de Bhárata! que Dharma (a lei justa)

declina e Adharma (o contrário) se levanta, Eu me manifesto para

salvação dos bons e destruição dos maus. Para restabelecimento da

Lei. Eu nasço em cada Yuga (idade ou ciclo)”. Bhagavad-Gita 7.

 

6 O autor resolveu distribuir tão longo quão valioso estudo dedicado a S. LOURENÇO, em 7 capítulos, além do Preambulo já publicado em o número anterior, e não em cinco, como pôr sua vez, constava do Sumário publicado nos de números 99 a 101.

Do mesmo modo que, no primeiro capítulo, quando fala da Antártida, serve-se de alguns trechos de seu velho e iniciático estudo intitulado: A ATLÂNTIDA REDIVIVA, além de enxertá-lo com passagens desconhecidas e documentos de grande valor, existentes em museus e Fraternidades secretas. Tudo mais, além de sua parte histórica, vem repleto de verdadeiras revelações, que só podem ser compreendidas pôr pessoas da mais elevada cultura esotérica, que se diga de passagem, o que se conhece através de livros existentes nos catálogos das livrarias, bem longe está de ser a lídima expressão da Verdade. Sem falar em que a mesma se vai desvendando aos poucos, aos próprios olhos “dos sedentos de Luz”, de acordo com os vários ciclos em que é repartida a vida universal. O que a nossa Obra oferece hoje ao mundo, é algo acima do que foi oferecido, há mais de meio século, por Helena Petrovna Blavatsky, e até, pelos mesmos Iluminados que a este mundo tem vindo em missão especial. O mesmo fenômeno se dará no futuro... nessa série contínua de progresso, como exige a própria Evolução humana. Sem esquecer, porém, que todos esses ciclos entram na sua fase de decadência, como acontece atualmente ao mundo, para o dealbar de um outro, que é bem a alvorada feliz de um Novo Ciclo de Luz.

E como o autor fizesse questão de semelhante trabalho figuras em último lugar nesta revista, além de não apresentar outros trabalhos, como fazia até o presente, devemos considerá-lo como “chave de ouro, com a qual DHÂRANÂ fechará os seus “acadêmicos Portais, durante todo o período de tão preciosa publicação, pois, em verdade, é a História da Obra e da forma dual que A dirige, pôr que não dizer? Desde tempos imemoriais... E isso porque, “os tempos esperados já chegaram”... N. da Redação

7 Como o Loto Sagrado nascido do fundo das águas, do lodo, como seu próprio nome diz, nossa Obra não podia deixar de aparecer justamente quando a Humanidade se encontra mais enterrada no “lodaçal imundo da matéria”. Sim, como a Barca redentora, em cujo bojo se encontra desde já a espiritual Família da 7ª sub-raça, que tanto vale pelos Arautos da Nova Era portadora de melhores dias para o mundo. BARCA, ARCA, ARGHTA ou AGARTA, a mesma salvadora NAVE de todos os ciclos, conduzindo a preciosa SEMENTE que não se deve perder com a grande catástrofe... Donde a promessa de Krishna e Arjuna, no Bhagavad-Gita:... “Eu me manifesto para salvação dos bons e destruição dos maus”.  Espada de Dois gumes ou DESTRUENS ET CONSTRUENS.

Se aos próprios Adeptos não é permitido desvendar os secretos mistérios que concorreram para a destruição da Atlântida, que quer dizer dos homens vulgares, por mais sábios que se julguem aos olhos do mundo?

Com o Timeu e o Crítias de Platão? Através das formosas páginas do Livro III de Diodoro Sículo, que nos fala de uma nação no ocidente da Líbia, governada por mulheres chamadas Amazonas, que viviam na ilha Héspera, situada ao oeste do lago Tritonis, na vizinhança da Etiópia, e que, encorajadas pelos seus repetidos triunfos, inclusive, contra os atlantes, acabaram percorrendo várias partes do mundo? Do mesmo modo, na Vida de Solon, contada por Plutarco, onde o mesmo Solon não quis ou não pode apresentar em verso, a História da Atlântida, que lhe foi contada pelos sacerdotes de Sais, e que tanto interessava aos atenienses? Nas várias Histórias de Elíano? Na Eneida de Virgílio? Na Ilíada e na Odisséia de Homero? Senão, nos próprios manuscritos existentes nos museus e mosteiros lamaístas? Do mesmo modo, na Índia, através do Bhagavad-Purana e outros livros sagrados?

Entretanto, quão frágil deve ser tudo isso diante dos tremendos mistérios que o oceano procura ocultar nas profundidades de suas águas!

AGNUS DEI QUI TOLLIS PECCATA MUNDI

O mistério dos Cristos ou “Messias prometidos” e dos Arautos ou Anunciadores: os IOKANANS.

E assim, cada qual tece a seu respeito uma História qualquer, que no final de contas possui ligeiros traços da verdade...

Nesse caso, por que não havemos, também, de contar a nossa, embora que, no começo à guisa de crítica, e depois, um sonho, uma visão, o que quer que seja de fantástico, porém, em estilo completamente novo?

“História, quoquomodo scripta, delectat”. A História, de qualquer modo que se escreva, é agradável”. Plínio, livro 5, cap.8.

Comecemos por dizer que tal País não se dividia propriamente, em dez ilhas, como afirmam semelhantes livros e manuscritos, e sim, em sete reinos, cidades ou cantões, cada um deles com seu dirigente, sendo que, o governo geral partia de uma “oitava cidade”, que se separava das outras, por altíssimas muralhas. 8

Por trás das mesmas, o grande mistério: o mistério da própria Divindade, ou Aquela que é ao mesmo tempo Una e Trina. Donde, 7 mais 1 com valor 3, igual a 10...

8 O mesmo Humboldt já em seu tempo dizia que “os problemas da geografia mística dos gregos não podem ser discutidos debaixo dos mesmos princípios dos problemas da geografia positiva; aqueles oferecem imagens veladas cujos contornos é impossível definir”.

Assim, o próprio termo “ilha” (haja vista nas escrituras orientais “ilha imperecível que nenhum cataclismo pode destruir”, em referência à Shamballah, etc.),não tem apenas o significado que lhe dá a ciência oficial, isto é, de “uma porção de terra cercada de água”. E sim, digamos, uma espécie de “oásis” em longínquas paragens do globo, em pleno deserto, etc. Nesse caso, “a cidade Luz” dos hebreus: o Méroe situado entre dois rios, que os egípcios denominavam de “ilha”; enquanto o de Fayum, “ilha dos enfeitados com penas”, devido ao adorno típico dos líbios. No que diz respeito ao Atlas, os árabes chamavam a esta região de “Ilha do Ocidente”. E para não irmos mais longe, a parte opiniões contrária, ao mesmo Brasil já se deu o nome de “ilha” (que muitos tomaram ao pé da letra e negaram que “tal referência fosse feita ao nosso País”), inclusive entre os árabes. Donde o chamarmos, em vários de nossos estudos “terra de Badezir, Bas-ii ou Ilus, Ilha, etc. e finalmente, Brasil: “ilha da Brasa, “do Fogo Sagrado, o Agni-Paroxa dos hindus, AGNI, ou Agnus dos cristãos, embora com o sentido. De ”cordeiro imolado, etc. E como todos os ”desertos” tivessem sido “mares”, muito natural é que se denomine de “ilhas” aos seus “oásis” embora que existam outros lugares, aos quais se dá o mesmo título, e que não sejam nem uma coisa, nem outra, isto é, nem ilha no sentido vulgar do termo, nemoásis, mas regiões afastadas das demais habitadas pelos homens vulgares, onde vivem outros Seres de categoria superior.

As Teogonias, inclusive a Bíblia, referem-se a gigantes ou “ciclopes’, que desejando escalar o céu, construíram a “Torre de Babel”, cuja construção foi interrompida, devido a confusão estabelecida entre eles, ou seja, o castigo de ser dividida em várias, a língua que os mesmos adotavam.

No entanto, Babel (Bab-el) quer dizer “Porta do Céu”, o que vem demonstrar que tão altas muralhas serviam de Portal a Algo, que na própria Terra representava o “céu”, no início das coisas...

Por isso que, uma espécie de “conquista do céu pela violência”...

No entanto, bem outra foi aquela “confusão”, isto é, os tais ciclopes, melhor dito, rackshasas negros, vendo que o País começava a entrar em decadência, começaram a agir, especialmente, sobre o rei ou dirigente da 4ª cidade, que era de fato, o primogênito entre os sete irmãos, que logo se revoltaram contra o domínio da 8ª cidade procurando destruir as altíssimas muralhas, que lhes vedava conhecer o mistério que, por trás das mesmas se ocultava...

Baldados foram, entretanto, os seus esforços. E daí, então, a “confusão” estabelecida em toda a Atlântida, e sua conseqüente destruição.

E como outros continentes houvessem, de há muito já havia sido escolhida a Semente (na razão de elite ou dos “eleitos” de todos os ciclos raciais), pelo respectivo Manu. E a prova que, na planície do Eufrates, Ram ou Rama á frente de seu Povo tinha por símbolo o de ARIES ou “Carneiro” (com vistas ao Agnus Dei, etc.), donde provém o próprio nome da raça que aquela sucedeu: a ÁRIA.

Quanto a tal “princesa perversa e sensual” a que se referem as mesmas escrituras , outra não é senão (de acordo com o pouco que conhecemos a respeito...) aquela mesma que, muitos séculos depois os referidos “rakshasas negros”, através de seu “agentes encarnados” transformaram na fatídica múmia de Katsbeth, outrora princesa Kalibeth (Kali, negra e Beth, mulher, etc.). Sim, a mesma cuja tampa de seu sarcófago – existente ainda no British Museum, provocou, como se sabe, vultoso número de vítimas, a guisa daquele perigosíssimo túmulo do faraó Tut-ank-Amon, por não terem Lord Carnavon e os de sua comitiva, obedecido às ameaçadoras palavras existentes por baixo do escaravelho sagrado, como guardião astral que era do referido túmulo. No que diz respeito à múmia de Katsbeth, um pobre “cometa errante” projetado no espaço de inúmeras vidas, pelas não menos fatídicas mãos dos “maiores inimigos da Humanidade, os Nirmanakayas negros, encarnados e desencarnados”, como o afirma H.P.B na sua Doutrina Secreta.

Tal princesa envolvida no sacrifício do mais excelso de todos os Yokanans, cujo sacrifico vem repetido de lenda em lenda, de tradição em tradição, de religião em religião, de boca em boca, mesmo porque, até que semelhante crime de todo se apague, de acordo com a própria evolução humana, possui as mesmas características, isto é, uma cabeça que rola para a salvação do mundo.

No Cristianismo, por exemplo, “a degolação de João Batista”, embora que seu verdadeiro nome, aquele já provém da Atlântida: Yokanan (ou Io-Canaan), isto é, “aquele que serve de Arauto a Outro de categoria mais elevada, digamos, a um avatara, ou mesmo ao Manu que deve conduzir seu Povo à Terra Prometida ou Canaã, pelo “Itinerário de Io ou Ísis”. Na Tragédia de Ésquilo se fala no referido Caminho, ou seja, o da descida das mônadas em busca da Terra ou Lugar, onde as mesmas formarão uma nova raça ou sub-raça, clã ou família, em substituição aquela donde vieram, justamente por se achar em franca decadência (como hoje, os demais Países do mundo, em busca da América ou o “Patala” das velhas tradições orientais).

Longo é o diálogo entre Prometeu e a deusa Io ou Ísis, pois que o mesmo (Prometeu) representa a Humanidade “acorrentada nas férreas cadeias da ignorância das coisas superiores ou divinas. E no Cáucaso ou cárcere carnal, que tanto vale pelo “ pote de argila” bíblico.

Razão porque, na referida obra, “Prometeu acorrentado espera por Epimeteu libertador”, ou seja um desses prodigiosos Seres, que lhe venham apontar apenas o Caminho que deve seguir, pois que, tal redenção deve ser “por esforço próprio”, na razão do “Fazei por ti, que Eu te ajudarei”. 9

João Batista sendo tomado pelo povo, como Aquele a quem anunciava, obrigado foi a dizer: “Aquele a quem eu anuncio, não sou digno de desafivelar as suas sandálias, nem de beijar o pó onde elas pisam”. No entanto, bem podemos afirmar que tais Seres podem ser confundidos com os Anunciados ou Prometidos “, desde que uns e outros não são mais do que “pedaços” ainda do mesmo Todo a rolar – como as suas próprias cabeças – de ciclo em ciclo, de idade em idade, até que esse mesmo Todo unindo-se á sua própria Essência, possa manifestar-se na Terra no mágico esplendor de Sua Grandeza. É a chamada Satya-Yuga ou Idade de ouro, da Eterna Primavera, etc., anunciada pelas sibilas, profetas, munis, rishis, araths, etc., desde tempos imemoriais, pois o próprio mundo, através de todas as suas misérias, demonstra que até agora não foi redimido, mesmo porque, a evolução total da Ronda bem longe se acha ainda dos nossos dias.

9 A passagem bíblica das “Bodas de Canaã”, ou quando Jeoshua transforma a água em vinho, não é mais do que o simbolismo do transcendental mistério que paira sobre um fato procedente dos longínquos tempos da Atlântida. Assim, “Bodas de Canaã”, dentro dos limites do permitido a profanos, representa “uniões místicas” a fim de que o referido mistério se prolongue até o Prazo Final dos humanos sofrimentos, o que tanto vale pela transformação da Água em Vinho ou Sangue do Cristo, para não dizer, a Matéria no Espírito, o mesmo Yokanan, como anunciador no Cristo anunciado ou Prometido... Em sentido mais elevado, “Eucaristia” (Eu-Cristo).

Contam as lendas que todos os Yokanans, quando “degolados”, 3 jorros de sangue se elevam para os céus. E assim, cabalisticamente falando, formam o SHIN, como lâmina ou arcano 21 do taro. E como se sabe, tal letra é formada, justamente, pôr 3 hastes para cima, sustida por uma base ou linha mais ou menos curva, na razão, digamos, de um pente. Nas velhas teogonias é representada pelo “candelabro das 3 velas”.

Nas iniciações tântricas havia uma que se denominava de China-masta, ou seja “cabeça cortada”, na qual, o Adepto que é á mesma se sujeitava, dizem aquelas escrituras, deixavam correr da garganta cortada de um só golpe, 3 jorros de sangue.

E o termo China sânscrito iniciação muito se assemelha com o SHIN hebreu acima apontado.Na Índia, possui ela o nome AJA, que significa, ao mesmo tempo, cordeiro e sacrifício.

No sânscrito, pôr sua vez, uma outra palavra ou seja AGNI, com a qual se designa o “Fogo sagrado”, assemelha-se ao AGNUS latino, que é “o cordeiro de Deus que tirou os pecados do mundo”. Pôr isso que a Igreja e seus fiéis lhe suplicam misericórdia com estas palavras: Agnus Dei qui tollis peccata mundi, miserere nobis (“cordeiro de Deus, que tiraste os pecados do mundo, tende misericórdia de nós”).

E tudo isso, mais uma vez dizemos, estritamente ligado ao mais grave de todos os crimes, que se deram na Atlântida.

E tal “cordeiro sacrificado”, que já vem desde aquelas remotas épocas, tanto vale pelo Anunciado, como pelo Anunciador: o primeiro, com o sacrifício da carne (Yo-canaan, carnaum, cafarnaum, etc.), e o segundo, pelo do Espírito, embora que obrigado a se fazer a mesma carne. E é, justamente, onde está contido o maior mistério...

Jeoshua e quantos Iluminados vieram a este baixo ou inferior mundo, em missão especial, nada mais são do que projeções, vestes, tulkús (como se chama no Tibete), frações, digamos assim, de Redentor-Síntese, que tanto vale pela manifestação final do Manu Primordial, Planetário ou Espírito dirigente da Ronda.

O mesmo que se disséssemos, vários Cristos parciais (os anunciados pelos Yo-Kanaans de todos os ciclos raciais, etc.), para o Cristo Universal. Donde as escrituras orientais lhe darem o nome de Maitréia, mas em verdade, MAITRI, que não tem apenas o significado de “compaixão”, como lhe dá o grande sanscritista Burnouf, mas um outro de maior transcendência, isto é, decomposto em duas sílabas: Mai ou Maia; e Tri ou Três. “Aquele, portanto, que é, ao mesmo tempo, Uno e Trino dentro dos 3 mundos”.

A emocionante e sublime cena da Transfiguração de Jeoshua que, semelhante á Ascensão, os mesmos cristãos não compreendem o seu verdadeiro sentido, explica, embora que de modo velado, uma grande parte do que vimos desenvolvendo a respeito do mistério dos Iokanans, principalmente, quando Jeoshua (Lucas, IX, 1-37) pergunta aos eus apóstolos: “Quem julga o povo que eu sou?”. E eles respondem: “Uns dizem que és João Batista (Ioanes ou Ioagnus, Ra ou o ”cordeiro de Deus“; Io-gan ou Iogi, Io-kanes, YOKANAN,  etc.,); outros que és Elias (de Helios, o Sol etc., ou seja outro Iokanan) e, finalmente, os que afirmam que em ti ressuscitou um dos antigos profetas”. – E vós outros, pergunta ela ainda aos seus apóstolos quem julgais que eu sou? “ E Simão Pedro responde: “Tu és Cristo (e não ”o Cristo”, dizemos nós) filho do Deus vivo”. Ao ouvir estas palavras, Jeoshua pede-lhes para guardarem silêncio perante o povo. E isso, porque, sendo Ele um membro da Grande Fraternidade Branca, um “Adepto da Boa Lei” – todos eles de biografia mais ou menos idênticos, podem ser confundidos uns com os outros, embora que, no caso vertente, o mistério seja muito mais profundo, na razão do estabelecido entre “os Anunciadores ou Iokanans, e Maitri ou Maitreya, como ”Cristo Universal ou Total”.

Crestos (ou Khrestus) entretanto, os homens vulgares – os mesmos discípulos – através de esperanças malogradas e atribulações de toda espécie – desde que Khrestus, é “o homem da dor”, o Oedipo (ou “pé inchado” de tanto caminhar, o peregrino, portanto), a  palmilhar a espinhosa Vereda jina ou iniciática, até chegar o grande dia de em Cristo se transformar: o Cristo triunfante.

Razão do dito de S. Paulo (Gálatas, IV, 19): “padeço de dores de parto até que Cristo, em vós, esteja formado”. Quando não, em Ephesos, LI, 16/17: “Todo ser bom pode falar ao Cristo em seu homem interno”. E o mesmo Jeoshua, respondendo a Simão Pedro, depois que o reconhece “Cristo”: É preciso que o “Filho do Homem” (significado de seu próprio nome Jeoshua Ben Pandira) padeça muitas coisas e seja desprezado, tanto pelos anciãos, como os príncipes, sacerdotes e escribas.

E que entregue seja ao sacrifício da morte, para que possa ressuscitar no terceiro dia”, isto é, servindo de exemplo aos homens vulgares ou Khrestus, que devem tornar-se Um com Ele, na mesma razão sua para com o Cristo Universal, digamos aquele a quem Ele chamava de “Pai”.

Por isso que não existe outro nome mais precioso para o definir, do que seja MAITRI, “ou aquele que ressuscita pôr 3 vezes”, na razão de sua vitória sobre os 3 mundos ou qualidades de matéria, etc., pois que o mesmo homem se compõe de 3 corpos: espiritual (mental ou causal), psíquico (anímico ou emocional) e físico, como expressão viva, corpórea ,individual, o que quiserem, da manifestação cósmico ou Logos Criador, como “Três Pessoas distintas e Uma só verdadeira, desde que “o homem foi feito á sua semelhança”.

E como para a Bíblia o motivo da “degolação de João Batista”, fosse a sua repulsa aos lúbricos desejos da rainha Herodíades, que aconselha à sua filha a que baile diante de seu não menos lúbrico pai de Herodes, para do mesmo obter semelhante “castigo para o profeta”, nem a Igreja, nem os mais eruditos escritores ocultistas se aperceberam de que, através das 3 iniciais da referida Tragédia se encontram as consideradas como mais excelsas entre todas, ou sejam as que figuram na Hóstia, na Taça ou Cálice, etc.: J H S (João, Herodes-Herodíades e Salomé). Sim, essas mesmas 3 excelsas iniciais, que desde os longínquos tempos da Atlantida transcendiam por trás das elevadas muralhas de sua Oitava cidade..

Razão porque, depois da Atlântida “castigada”, a própria Lei que a tudo e a todos rege exigiu que houvesse um Governo Oculto para o mundo, até chegar aquele Grande Dia que acima citamos: o da Satya-Yuga ou Idade de Ouro. 10

10 Em nosso livro O VERDADEIRO CAMINHO DA INICIAÇÃO, que em breve será publicado, além de outros estudos esparsos, inclusive, pôr esta mesma revista, muito temos falado do GOVERNO OCULTO DO MUNDO, já se vê, dentro do possível clareza facultada pelas mesmas exigências iniciáticas.

Mesmo assim, em ligeiras palavras, mais uma vez, procuraremos dizer algo sobre tão transcendental assunto: Desde a destruição da ATLÂNTIDA, senão mesmo, durante a sua própria existência através “os mistérios que se ocultavam pôr trás da 8ª cidade ou APTA, como se dizia naquela época, e hoje com o significado de “manjedoura, creche, presépio, lugar de nascimento, principalmente do Sol, ou ORIENTE, pôr isso que aquele se põe no Ocidente, razão do próprio Governo manifestado na Terra se manifestar, ora de um lado, ora de outro..– dizíamos, é tal GOVERNO mantido, na razão do mesmo termo MAITRI, na face da terra, como expressão do que se passa em seu seio e... no próprio céu ou mundo divino. Pôr isso que, no trecho, dissemos que as próprias estrelas, etc., serviam de testemunho ou documento, entre os muitos que pudéssemos apresentar, não só da existência da Atlântida, como das razões de seu castigo ou “afundamento”, conservada em custódia no fundo das águas. Pôr isso que outra mais excelsa, no seio da terra, que de ser Agla, Arguia, Argos, Arca, Agarta, também é ATLA ou nova Atlântida. Sendo que, um dos seus mais preciosos nomes, ATALAYA, indica que em tal lugar se acha á espera do Grande Dia, isto é, de “atalaia”, como o significado deste nosso próprio vocábulo.

O mesmo Claude Bernard, na sua mística e poética linguagem, já havia afirmado: “Há de chegar o dia em que os homens saberão ler no LIVRO ABERTO DO FIRMAMENTO, os grandes mistérios do seu passado, do seu presente e do FUTURO!”...

Para darmos explicações mais amplas a respeito do sentido dessas palavras, teríamos que penetrar nas profundezas da MERCABAH, fazer abalar os potentíssimos alicerces de MAL-KUTH (o reino). E com isso, abalar também, a régia Coroa SEFIROTAL, como se fôramos a trágica ou destruidora tormenta, que ousasse sacudir as prodigiosas FOLHAS DA própria ARVORE DA VIDA. Loucos não seríamos, portanto, de lançar mão de tão vis, quão criminosos processos, digamos, de lesa-INICIAÇÃO.

Quando Jeoshua ensinava aos seus discípulos “Não atireis pérolas aos porcos” (margaritas anti porcus),não o fazia pôr menosprezo a ninguém como possam julgar os leigos, desde que era Ele o Símbolo do Amor e da Virtude, mas, ensinando: que não deviam os seus discípulos ou apóstolos, ultrapassar os limites do permitido, pois que, Ele mesmo quando falava às massas, fazia-o pôr meio de símbolos e parábolas.

Quando chegado o momento de ser iniciado um dos grandes rituais do templo de Delfos, o acólito, (uma espécie do sacristão da Igreja romana), em seu nome do Sumo Sacerdote chegava ao Portal e exclamava em alta voz: ESKATO BEBELOI! ESKATO BEBELOI!, isto  é, Fora daqui os profanos!...

Em nosso COLEGIO INICIÁTICO (a STB) existem três Séries, Portais ou Vestíbulos, para que o discípulo vá, pouco a pouco, galgando, com seus próprios esforços, o pináculo da Glória, onde tremeu o mágico Triângulo da INICIAÇÃO. Donde, o FAZEI POR TI, QUE EU TE AJUDAREI.

Nas escolas oficiais não se ensina, pôr exemplo, altas matemáticas a quem mal conhece as 4 operações; seria estabelecer confusão em cérebros jovens, para não dizer, em “impúberes-psíquicos”.

Continuaremos a nossa descrição do que representa O Governo Oculto do Mundo:

Como seu próprio nome o indica, encontra-se Ele em lugar secreto da Terra, com os vários nomes que já demos nesta mesma anotação, a começar pelo de AGARTHA, com as suas SETE CIDADES, sendo que a última ou oitava, é: SHAMABALLAH. Mesma coisa que se passava nos remotos tempos da Atlântida.

E até mesmo no céu, na razão de um Sistema planetário, ou seja: um Sol central e sete astros ou planetas em seu redor. Por isso que, estando por trás de todos os sistemas.

Aquele que é, ao mesmo tempo, Uno e Trino, não podia deixar de em cada um deles, do mesmo modo que, em cada globo, etc., possuir uma representação semelhante. E sem querermos, lá se foi uma pontinha do Véu de Ísis, erguido por nossas próprias mãos. Do mesmo termo GOVERNO OCULTO DO MUNDO, saiu o de seu Dirigente (espiritual) oculto, etc., ou seja: “Rei do Mundo”. Por isso que possui duas Colunas ou Ministros, na razão daquele simples simbolismo, que se conhece como: Cristo crucificado entre dos ladrões.

A própria Humanidade vive crucificada na sua ignorância das coisas superiores ou divinas, por isso que sofre, qual Prometeu no Cáucaso, ou “cárcere carnal”, á espera de Epimeteu libertador... ou seja o mesmo caminho central ou KARMA (ação e reação, causa e efeito, etc.), tendo de cada lado: JNANA ou Conhecimento, Iluminação, etc., e BHAKTI, ou devoção, AMOR para com todos os seres (Lei da Fraternidade Humana, que até agora não foi estabelecida na Terra...)

E Jnana e Bhakti possuem as mesmas iniciais das Colunas do Templo ou Jakim e Bohaz em cujo centro se acha “o Mistério” da própria Divindade, o Supremo Arquiteto, o Nome que lhe quiserem dar. Do mesmo modo que o tem, as duas cidades envolvidas na vida do mesmo Jeoshua, ou seja: JERUSALEM e BETHLEM. Como ainda, famosa Fraternidade transhimalaia, conhecida com o nome de BHANTE-JAUL (ou Yaul, que tanto vale). E a prova que o conde de Cagliostro toma pseudônimo de “José Bálsamo”, depois de chegar do Egito, embora que um outro, mais tarde, para o desmoralizar, adotasse o mesmo pseudônimo , obrigando o primeiro a abandoná-lo, para que o Bem não se confundisse com o Mal, a Verdade com a Mentira, etc.

Não possui, por acaso, João Batista, as mesmas iniciais?...

Na face da Terra, essa representação quer do céu, quer da AGARTHA, era feita do seguinte modo: símbolo do “Rei do Mundo”, todos os Budas da série dos 31 que se apresentaram na Mongólia, cujo último, como estamos fartos de dizer, foi o BOGDO-GHEGEN (Vide último número desta revista “O mistério dos Dalai-lamas e a política religiosa do Oriente), tendo como Colunas ou Ministros: respectivamente, os Dalai e Trachi-lamas, obedecendo, por sua vez, uma outra série, que começou tempos depois da dos referidos Budas mongóis.

Servia de repercussão da mesma Tríade, na Índia, o BRAHMATMA, cujas velhas insígnias ou símbolos, a própria Igreja os copiou, ou sejam: a tiara, duas chaves cruzadas (com o significado de: serem ele as que abrem e fecham o cofre ou sacrário, onde se acham guardados os manuscritos e outros objetos sagrados, etc., além do sentido cabalístico, das “chaves que abrem o Portal dos mistérios superiores a começar, pelo de tornar CLARO desvendado, etc., aquilo que estava oculto a olhos profanos). E assim de país em país, como o eco do próprio Governo espiritual do Mundo, essa mesma Tríade se reproduzia, através de 7 Postos. Pelo que se vê, o mesmo fenômeno dos céus e do seio da Terra ou AGARTA, etc.

As lendas transhimalaias contam que “um tal OM, há alguns milênios, desapareceu pelas entranhas da Terra, a frente de um povo escolhido. E que voltará um dia, quando a Humanidade estiver, novamente, na iminência de ser destruída”.

O primeiro termo da saudação tibetana OM MANI PADME HUM, com várias traduções, inclusive, “Salve, ó Jóia preciosa do Loto”; “Amitabha Sai do Loto que te encerra”, etc., tanto vale pôr uma saudação ao Cristo Universal, ao Planetário da Ronda, o espírito da Terra, o Manu, que é ao mesmo tempo, SEMENTE e COLHEITA. E donde os menores (ou das raças, sub-raças, ramos e famílias) procedem. Do fenômeno saiu a frase oriental: “Árvore dos Manus”. Do mesmo modo que, ADI-BUDHA (Adi, primeiro), como Origem dos Budas.

Acompanhando o referido mistério da representação do GOVERNO OCULTO DO MUNDO, na face da Terra, as chamadas “Montanhas Sagradas”, todas elas, digamos, embocaduras para os reinos da Agarta. E como sejam, também, em número de SETE, como os referidos Postos, em redor de cada uma delas, pouco importando as distâncias... outras sete menores embocaduras, o que perfaz o número 49, que é o mesmo de uma Ronda completa, na razão de sete raça-mães e respectivas sete sub-raças, para cada uma delas. Nesse caso, 49 mais 7 igual a 56, como um dos mais preciosos números cabalísticos que se conhece.

Donde também: os 49 filhos de Fohat, os 49 fogos de Kundalini, de que falam as escrituras, em relação com as forças universais, etc., pois que o SETE já é representado desde os mundos superiores, na razão dos SETE ESTADOS DE CONSCIÊNCIA pôr que é obrigado a evoluir a Mônada, etc.. É o tal fenômeno que se denomina de “Harmonia das Esferas”.

Cremos que tal síntese já bastaria para o leitor fazer um juízo dos termos Governo Oculto do Mundo e Rei do Mundo, pois que ambos se acham estreitamente ligados.

Entretanto, para ser agradável ao leitor, que pode ser um pouco exigente, ou melhor, dos mais “sedentos de Luz”, a ponto mesmo de não querer guardar a publicação daquele nosso livro intitulado O VERDADEIRO CAMINHO DA INICIAÇÃO, transcrevemos aqui algumas passagens interessantes do opúsculo do grande ocultista francês, Mr. René Guenón, por ser de todos, o que reputamos de maior valor, ou seja LE ROI DU MONDE:

“O título de “Rei do Mundo”, tomado na sua mais elevada acepção, a mais completa e ao mesmo tempo, a mais rigorosa, aplica-se, propriamente ao MANU, o Legislador primordial e universal, cujo nome se encontra debaixo de formas diversas, entre o grande número de povos antigos, dentre eles, o MENES, dos egípcios, e o Minos dos gregos (entre os gregos, Minos, era ao mesmo tempo, o Juiz dos vivos e dos mortos).

Razão porque, para o mesmo escritor, “trata-se de uma Inteligência cósmica, que reflete a pura Luz espiritual e formula a Lei (Dharma) apropriada ás condições de nosso mundo ou de nosso ciclo de existência. Ele é ao mesmo tempo, o arquétipo do homem considerado especialmente, como ser pensante, em sânscrito “manava”.

Faltava, apenas ao famoso ocultista, saber dos mistérios atlantes, para formar melhor a sua opinião a respeito dessa mesma “Inteligência cósmica”, se foi ou não obrigada a tomar corpo. E paremos aqui, para não sermos os primeiros “a querer destruir as altíssimas muralhas da cidade vedada”...

“O que importa dizer, continua ele, é que tal Princípio tanto pode ser manifestado pôr um centro espiritual estabelecido no mundo terrestre, como uma organização encarregada de conservar, na íntegra, a tradição sagrada de origem “não humana” (apaurusheya), pela qual, a SABEDORIA PRIMITIVA se comunica através das idades , aqueles de tal organização, representados de qualquer modo o próprio Manu, poderá legitimamente ser portador d seu título e atributos. E pelo grau de conhecimento que deve Ter alcançado para poder exercer semelhante função, identifica-se, de fato, ao princípio do qual é ele a humana expressão, e perante a qual sua individualidade desaparece. Nesse caso encontra-se a AGARTHA, desde que tal centro (aí é onde está a confusão, tanto do famoso escritor René Guenón, como do autor pôr ele citado), como o indica Saint-Yves, é “herança da antiga dinastia solar” ((Surya-Vansa) residente outrora em Ayodhya e cuja origem remontava a Vaivásvata, o Manu do ciclo atual.”

E logo apresenta a sua opinião, ao véu que talvez Saint-Yves, quisesse lançar sobre tamanho mistério, pôr sinal, que, estando ele (René Guenón) com a razão ao dizer que o mesmo possui nas suas mãos, os Dois Poderes: o Temporal e o espiritual. Porém, dizemos nós, através dos seus Dois ministros ou colunas, mistério esse que já provém da mesma Atlântida, e como é natural, tanto na Agarta como na face da terra, o mesmo se repita.

Por isso que Jerarquia Oculta ou excelsa Fraternidade, se encontra hoje esparsa pôr todos os cantos da Terra, através das respectivas Linhas ou raios, na razão, cada uma delas do Dhyani ou Chohan, que lhe corresponde, e não a “baralhada ou confusão” que tanto Leadbeater, como a Sra. Besant, por ignorarem todas essas coisas, estabeleceram através de seus livros. Ademais, a profanos não deve interessar o que diz respeito apenas a referida Fraternidade.

Mais adiante, o autor comprara a ”Tríade representativa”, com os “Três Reis Magos” da Bíblia, o que não deixa de ser verdadeiro, até certo ponto, porquanto, tal simbolismo representa 3 ramos raciais, na razão de “branco ou europeu, amarelo (e não mulato, como se diz) ou semita, etc., e negro ou africano, algo portanto, de um misto lemuro-atlante e ário, que ainda se encontra na Terra, na razão genealógica de avô, pai e filho ou as 3 gerações, que a própria Igreja, a seu modo, reconhece.

E como em tais poderes estejam ainda contidos os termos pôr nós apontados, ou sejam os dois caminhos laterais a Karma, Jnana ou Conhecimento, Iluminação, etc., e Bhakti, Devoção, Amor, etc., o referido autor estuda longamente os termos “LUZ e PAZ”, dentro dos princípios cabalísticos, desde que se trata do discípulo de um “rabino”.

“A Shekinah apresenta-se debaixo de múltiplos aspectos, entre os quais existem dois principais: um interno e outro externo (digamos: o agartino ou do seio da Terra, e o da sua superfície, pois que o dos céus, serve de Zimbório, cúpula ou coroa para que os outros dois). Na tradição cristã existe uma frase que designa mui claramente esses dois aspectos: GLORIA IN EXCELSIS DEO, ET IN TERRA PAX HOMINIBUS BONAE VOLUNTATIS”. As palavras “Glória” e “Paz” referem-se ao aspecto interno, em relação ao Princípio, e ao aspecto externo, em relação ao mundo manifestado. E considerando-as desse modo, pode-se muito bem compreender a razão de terem sido pronunciadas pelo anjo (Malakim), para anunciar o nascimento do “Deus conosco” ou “em nós” (Emmanuel).

Poder-se-ia, também, continua ele, para p primeiro aspecto, lembrar as teorias dos teólogos sobre a “luz da gloria” em e pela qual se opera a visão beatífica (in excelsis) e quanto ao segundo, encontramos aqui a “Pax”, a que fazemos alusão a cada instante, e cujo sentido esotérico, é indicado, pôr toda a parte, como um dos atributos fundamentais dos centros espirituais estabelecidos neste mundo (in terra). Por sua vez, o termo árabe Sakinah se traduz pôr “Grande Paz”, o que equivale ao hebreu Shekinah, como “Grande Paz”, e também ao Pax Profunda dos Rosa-Cruz. E pôr isto se poderia explicar o sentido que eles mesmos davam ao “Templo do Espírito Santo”; do mesmo modo que, os numerosos textos evangélicos onde se fala em “Pax”. O mesmo termo “Jerusalém” quer dizer: “casa da Paz”, dizemos nós.

Nem sempre o PAX possui, como pensa René Guenón, o significado de “Paz”, pois, no próprio sânscrito “Pax”, quer dizer: “tomar parte em uma ação, agir em concerto, etc.. E a prova que, em nosso próprio Colégio Iniciático, desde o seu início (e ainda hoje, como “centro espiritual que é de irradiação para toda a face da Terra”, embora sua missão de preparar o Advento do novo ciclo racial no continente americano) dizíamos, era exigida a pronúncia e mentalização daquela palavra: do mesmo modo que, para si mesmo, o de DHÂRANÂ, como: “o sumo controle do pensamento”, para não dar seu significado pôr extenso. (Vide nosso estudo com o mesmo título no penúltimo número desta revista).

Depois de apresentar os vários nomes com que é reconhecido o “País misterioso” onde se acha o Governo Supremo do Mundo a começar pôr AZTLAN, que faz lembrar o “Atla, Atalaia, Atlântida, etc.”, pôr sua vez, Guenón procura demonstrar através das várias tradições, lendas, mitos e religiões, quantos termos serviram para designar o mais conhecido de “Rei do mundo, ou sejam: Melki-Tsedek (Melquisedek, como é conhecido na própria Bíblia, etc.. etc.). Mikael (Miguel, Mitra (Maitri), etc., etc.

Não há, pois, como convidar o leitor a fazer a leitura de tão precioso livro, pois, como o dissemos, possui maravilhosas “chaves” para serem descobertos os próprios mistérios de nossa Obra; do mesmo modo que a de Ferdinand OssendowskyBêtes, Hommes ET Dieux – e mais ainda, a de Marque de Rivière A L’OMBRE DES MONASTERES THIBETAINS. Esta última, então, demonstra claramente que “o Oriente fundiu-se no Ocidente”, de acordo com as exigências do próprio ciclo.

Para terminar o comentário:

A exigência do nosso Regimento Interno em serem fundadas no Brasil, em primeiro lugar, SETE RAMAS, (hoje, já com muitos departamentos) justamente para acompanhar o mistério de SETE POSTOS REPRESENTATIVOS DA OBRA, cujos se acham – como em outras épocas – espalhados pôr toda a parte da Terra. Postos, sim, que os humanos jamais os verão, nem conhecerão seus nomes, pois que serão eles mesmos, que hão de projetar por muitos séculos adiante, essa mesma Obra, de acordo com a LEI que a tudo e a todos rege. Sim, como as Sete Trombetas da Visão de Ezequiel...

O fato de tais iniciais serem traduzidas como JESUS HOMO SALVATOREM, não passa de má interpretação, como pode acontecer com outras tantas, do que as Iniciações Secretas ou Superiores, não permitem que sejam ditas ou reveladas a “profanos”.

Diremos, apenas, que se reunirmos as 3 referidas iniciais, as vogais de que se compõem o OEAOHOO sagrado, como símbolo místico do “Não-Manifestado” (em verdade, Som Inefável repercutido pelas 7 Trombetas da Visão de Ezequiel, que outra coisa não representam, senão, os mesmos Arcanjos da Igreja, e nas escrituras orientais, os Dhyans-Chohans, como “Espíritos Planetários”, etc.), encontraremos o precioso Nome de Jehovah (Je ou IEOVAH...), do mesmo modo que, o de Jeoshua, como verdadeiro nome do Adepto a que a Igreja prefere chamar de Jesus (embora sem nenhuma expressão cabalística, etc.). Sim , porque o verdadeiro chamava-se JEOSHUA BEM PANDIRA, ou “o filho do Homem”, etc., o que é para admirar, não o saibam, tanto as religiões ocidentais, como os conhecidos “espíritos superiores”, que se apresentam nos chamados “centros espíritas”...

Em todas as línguas de origem semítica, o “o” se confunde com o “u”, do mesmo modo que o “v”, quase sempre substituído por um daqueles. Haja vista: Mu-Isis, Muíska, etc., para Moise, Moché (ou Moshé...), Moisés e outros mais, que foram dados aos Manus ou condutores de Povos ou gado: donde o nome Pastor, do qual se apropriaram as referidas igrejas. O mesmo termo “Gautama” que se dá ao Buda, quer dizer: “condutor de gado”, pastor, apascentador de ovelhas, etc.

Quanto à passagem de Moisés com seu povo, a pé enxuto pelo Mar Vermelho, não possui, por sua vez, a grosseira interpretação que lhe dão as religiões correntes. E sim, que o mesmo Manu ou condutor daquele povo (Israelita ou Is-raelis, etc. ...), devia passar a pé enxuto ou sem tocar na matéria tamásica, cuja cor como sabem os verdadeiros Teósofos, é vermelha, que prevalecia na Terra por eles abandonada. “Mar Vermelho ou de matéria tamásica, como a mais grosseira entre todas..., por que não dizer? Aquele mar cujas ondas invadem atualmente, quase todos os países do mundo, na razão do “Rari nantis in gurgite vasto”, da Eneida de Vírgilio, que equivale dizer: raros náufragos nadando no vasto abismo”...

Em nosso próprio Colégio Iniciático, onde se prepara a prodigiosa SEMENTE de um novo Ciclo portador de melhores dias para o mundo (donde nosso lema SPES MESSIS IN SEMINE, ou “a esperança da colheita reside na SEMENTE”) procura-se, tanto quanto possível, “passar a pé enxuto ou sem tocar”, etc. a referida qualidade de matéria, como a mais grosseira entre todas....

“Bailado do Véu”, o que dançou Salomé para seu pai Herodes ser iludido (donde o termo: ”véus maiávicos ou da ilusão dos sentidos”). Manto ou véu, o que a mulher de Putifar deixou nas mãos de José do Egito, para o comprometer junto a seu esposo, por não Ter querido o profeta (que não deixa de ser um Yo-Kanaan, como prova anunciar – segundo os sonhos do Faraó, “ Sete anos de fartura e sete de miséria”, embora que seu sentido seja bem outro, em relação aos ciclos da vida universal), dizíamos, aceitar os seus perigosos galanteios.

“Véu de noiva ou da Virgem”, o da própria deusa Ísis, que se encobre aos olhos profanos. Porém, quando a mesma “desvendada” ou tal véu rasgado, no seu sentido puramente sexual (como o principal motivo da “queda atlante”) e que deu origem ao termo HYMENEU, desaparece a pureza ou virgindade primitiva, pois que, para ambos, tal fenômeno não passa de “iniciação na vida”, ou a passagem da de solteiro para a de casado: o santuário do Lar.

Por isso que existem duas espécies de “sacerdotisas”, a do fogo Sagrado ou Agni, nos Templos iniciáticos e a do Lar, ou “Mãe de Família”. Donde o termo “lareira”. Quanto ao “véu ou crepe da viúva” continua ainda o mistério, pois que no mesmo itálico, ela tem o nome “vedova”, etc.. Porém, como seja negro, corresponde à Magia dessa natureza. Por isso que, véu da dor, da tristeza, para não dizer, do Karma.

E a prova que em certas religiões perdura, ainda, ao invés do crepe, as cinzas, como se o “fogo da morte” houvesse destruído o antigo “véu da noiva”. Na Índia, durante muito tempo (principalmente entre os fanáticos do sul), adotou-se o criminoso processo de ser queimada a mulher que perdia o esposo, rito esse que muito custou às autoridades inglesas, fazê-lo desaparecer. Mesmo assim, dentro das leis das castas, residem as viúvas adiante dos párias, para cujas bandas – à margem do Ganges – nem mesmo aqueles ousam lançar as vistas...!

Para terminar, e usando do mesmo elevado sentido do termo VÉU, ou seja o da deusa ÍSIS:

Renda ou rede, tela ou teia, malha ou “maia”, o humilde trabalho tecido por nossas próprias mãos, para não dizer, através dos insignificantes valores de nossa inteligência, e ao qual demos o nome de REMINISCÊNCIAS ATLANTES.

Ao ilustre prezado leitor cabe, pois desvendar ou desvelar... “por baixo da letra que mata, o Espírito que vivifica”.

Outro não é o nosso desejo, através dos mais elevados anseios de INICIAR a quantos palmilham a estreita Vereda da Vida, principalmente, os que se dizem “sedentos de Luz”.

VITAM IMPENDERE VERO

Nos profundos abismos do Oceano, em um vale que se estende, imenso e solitário, entre elevadas montanhas, que em tempos remotos foram vulcões e vomitavam altíssimas chamas. E cujas crateras conservam, ainda, os esbranquiçados sulcos das torrentes de lava que, ardentes, desciam pela encosta. Sim, além, naquele vale que serve de leito, dorme a Atlântida , o País de MU, no “cristalino sepulcro” forjado pelo grande Senhor do fogo: Vulcano, o esposo de Vênus.

A BELA ADORMECIDA volvera um dia a ocupar o seu antigo lugar, quando, completamente redimida de seus crimes de lesa-Divindade, despertar com a pálida AURORA desde já anunciada pelo mágico esplendor do CRUZEIRO DO SUL!

Por que teria sido ela sepultada no fundo de um abismo tão obscuro? Que o digam os rackshasas negros em luta perene com os FILHOS DA LUZ!

Na escalada maldita para desvendar os excelsos segredos ocultos por trás da cortina dos céus, os próprios deuses caíram, cegos e imundos, como aqueles mesmos demônios que, debaixo de mil artifícios, ganharam a partida maldita de um jogo infeliz!...

E então, a luta se deu entre Vulcano e Netuno, respectivos deuses do Fogo e da Água!

Tais deuses tanto constroem como destroem! Por eles, surgem mundos, continentes e povos! Por eles, o silêncio da tumba reina depois de titânica luta! Vida, luta e morte tecem armas, para que a própria vida se eleve cada vez mais para os céus!..

Que é o Fogo senão o Espírito? Que é a água senão a matéria? O Fogo alcançará a vitória final!

Nas tremendas peripécias dessa luta constante, ora vence um , ora vence outro desses dois deuses! Assim também, a luta perene entre solares e lunares, de que nos fala o Bhagavad-Gita, apontando o campo de Kuruskhestra, que é o mesmo da vida!

Nesses vulcões extintos no fundo do oceano, vemos a prova da vitória da água. O fogo arde sempre no coração da terra, como eterno “rescaldo” por baixo das cinzas; porém, em tempos remotos foi a água que o venceu. Dia virá em que Vulcano reiniciando a luta, com maior pujança, vencerá a Netuno, que se ocultará com a sua corte de monstros marinhos, seguido por Eólo, o deus dos ventos impetuosos, seu potentíssimo auxiliar!

Quando Netuno ganhou essa grande batalha, onde hoje se estende o oceano, a Atlântida havia perdido os seus privilégios divinos! A perfídia de seus reis, sacerdotes e habitantes mereceu tão tremendo castigo. E como Sodoma, foi destruída pelo Fogo, ela teve a sorte de o ser pela Água. Antes já um outro continente havia sido destruído pelo ígneo elemento: a perdida Lemúria, da qual restam hoje apenas a Austrália e os cumes e planaltos das antigas montanhas, que formam as esparsas e numerosas ilhas da Polinésia.

Quem noz diz que não se ocultam aí, nesses labirintos fatais, os perversos “demônios” que perderam a Atlântida se já provinham eles da mesma Lemúria?!

Mistérios que não merecem investigações!

“Animus meminisse horret!”

Dorme, pois, a terra de e longo será o seu sono! Sobre ela e em seu redor, giram monstros marinhos de horrível fealdade. São cetáceos e crustáceos condenados a morar nas mais profundas e obscuras camadas do oceano. Como poderiam subir à superfície? Acostumados aquela fantástica obscuridade, fatais lhes seriam as ondas das camadas superiores e a própria luz do sol. Suceder-lhes-ia o mesmo que a nós se, por qualquer artifício, nos elevássemos a dez ou vinte mil metros acima do nível do mar.

Porém, naquela obscuridade jazem as ruínas do mundo atlante! Erguem-se ainda os restos de tão prodigiosa civilização que, por sua maldade, foi destruída pela água.

Formosos templos e soberbos palácios de cúpulas douradas; ruas alinhadas e belíssimos parques, que à luz do sol, em tempos distantes foram o orgulho daquele povo, hoje não são mais do que os esconderijos de tão repugnantes monstros!

Quantos dramas tiveram por cenário esses edifícios tão soberbos! Reis e sacerdotes por sua ambição às coisas terrenas deixaram o Caminho do Bem, os ditames da Lei... e se chafurdaram no lodaçal imundo: o das mais abomináveis práticas da Magia Negra e do mais abjeto sensualismo... Os próprios templos se transformaram em sórdidos lupanares. E nos régios palácios, reis e escravos bebiam na mesma taça, o licor sexual que lhes cabia por prêmio.

De nada valeram as suas faculdades intensificadas pelas potestades do mal; muito menos, as suas dignidade divinas.

Tudo isso se transformou em venenosas flechas, que foram cravar-se em seus próprios corações!

E deste modo pereceu a Atlântida coma sua grandiosa civilização, embora que os Devas luminosos, transformados em obreiros, construíssem um outro continente semelhante aquele no seio da Terra ao qual deram o nome de AGARTA, sem mesmo faltarem os 22 Templos de outrora, sendo que o último, no meio de uma “ilha misteriosa”, onde residem os deuses com todos os seus símbolos trazidos dos céus... A tal “ilha” deram o nome de SHAMBALLAH!...

E desde então, começou-se a falar no precioso nome dos SERAPIS!

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Não julgueis que tudo isso é um mito, Não, porque nos próprios céus descrevem tamanho mistério, as mesmas estrelas. Na terra, a voz da Natureza, se não bastassem os vestígios deixados em toda parte pelos “manús raciais”. Dizem ainda, daquela civilização semi-humana, semi-divina, os próprios hieróglifos do Egito, como fiel conservador que é das prodigiosas tradições do País de . Haja vista as formas estranhas de todos os deuses do seu Panteon.

E se outros documentos ainda não bastassem para provar a existência de semelhante civilização e conseqüente catástrofe, aqui transcrevemos dois de imenso valor: o primeiro como tradução de um manuscrito “maya”, que faz parte da coleção Le Plongeon (o famoso código troano),existente no British Museum, enquanto o segundo, nos arquivos do antigo mosteiro de Lhassa:

O sábio sacerdote Mu-ka no trágico momento da catástrofe atlante, que vai descrito no texto.

“No ano 6 de KAN o 11 MULUK, mês de ZAC, tiveram lugar horríveis tremores de terra, que continuaram, sem cessar, até o 11 de CHUEN. O país das lomas de barro, a terra de MU’ foi sacrificada. Depois de duas comoções, desapareceu durante a noite, sendo constantemente abalada pelos fogos subterrâneos, que fizeram com que a terra cedesse, afundando e reaparecendo inúmeras vezes e em diversos lugares, como se fossem ilhas flutuantes. Finalmente, cedeu a superfície e os dez países (melhor dito, oito cantões, reinos, etc. desde que eram 7 e o último possuía o valo trino, por ser aquele que dirigia os demais, espiritualmente falando). Com o País desapareceram os eus 64 milhões de habitantes, oito mil antes de ser escrito o citado documento.

 “Quando a estrela Baal (deus, divindade, etc., em diversas línguas) caiu no lugar onde hoje só existe mar e céu, as Dez cidades (repetimos oito cidades) com suas Portas de Ouro e Templos transparentes estremeceram como as folhas de uma árvore movidas pela tormenta. E eis que uma nuvem de fogo e de fumo se elevou dos palácios. Os gritos de agonia da multidão enchiam o espaço. Buscavam refúgio em seus templos e cidadelas... enquanto o sábio Mu-Ka(“alma da Atlântida” dizemos nós) sacerdote de Ra-Mu (“Espírito do Sol”, melhor dito, “o Espírito do Sol manifestado na Terra”...) apresentando-se diante da multidão aterrorizada, fez-lhe ver:” Não vos predisse tudo isto? E os homens e as mulheres, cobertos de preciosas vestes e ricas pedrarias, suplicavam: "Salva-nos, Mu-Ka!“ e este respondeu: “Morrereis com vossos escravos e vossas riquezas. E de vossas cinzas surgirão novas nações. Porém, se estas esquecerem de que devem ser superiores, não pelo que recolherem, mas, pelo que dividirem, a mesma sorte lhes há de caber... Sabei ao menos morrer, já que não soubestes viver, pois que eu mesmo o mais que posso fazer, é desaparecer juntamente convosco”... E as chamas e o fumo, além dos ruídos subterrâneos, abafavam as últimas palavras de Mu-Ka que, ainda de pé apontava o horizonte sem fim. Enquanto a terra era dividida em inúmeros pedaços, submergindo com eles 64 milhões de habitantes...”

Que se pode dizer desses dois preciosíssimos documentos históricos, um na América Central, e outro no Tibete para provar a existência da Atlântida? Que responda o leitor... 11

11 A grande catástrofe atlante concorreu para o desvio do eixo da Terra do da elíptica, em 23º, 28’, o que vem provar que, se não fosse, tal fenômeno, o mundo só teria uma estação, e não quatro, como tem. Razão de quando um dia voltar á sua antiga posição, devido a sutileza da qualidade de matéria, que há de dominar em tal época, redimida, por sua vez estará de suas faltas, para não dizer, livre daquelas mesmas imperfeições, que levaram o velho continente a sofrer tão pesado castigo. Outro não é o sentido mitológico, de “Atlas carregando o globo terrestre”, ou trazendo-o sobre a s costas, como se fora o pesado madeiro do seu próprio Karma.

E como em época, volva ao mundo a possuir uma só estação, continente, etc., já há milênios, as escrituras orientais denominavam-na de Satya-Yuga ou Idade de Ouro, e com maior propriedade de “Eterna Primavera“, ”Era da Paz e da Felicidade”, etc..

A República de Platão e o País da Utopia de Thomaz Moore, não são mais do que, representações simbólicas da referida época. E como “utopia” queira referir-se “a algo que não existe” não implica, entretanto, q eu esse algo não venha ainda a existir. Utopia foi, nesse caso, a aviação, o rádio, o telégrafo sem fio, etc., há alguns anos atrás.

Do fenômeno também resultou, o que se conhece como Trópicos de (Câncer e de Capricórnio), sendo os respectivos signos de Luz e de Saturno, confirmam pôr sua vez, o teosófico sentido de quando se diz que “a Atlântida foi governada, astrologicamente, pôr esses dois planetas”, como prova o próprio estado de consciência naquele continente desenvolvido: o do mental inferior, anímico, psíquico da referida raça.

E a razão porque hoje não mais devemos fazer questão dos mesmos, desde que estamos em franco desenvolvimento do Mental Superior

Existe uma velha lenda, e em referência aos 23º do desvio do eixo da Terra, que fala de “Castor e Pollux” (os tradicionais “Gêmeos espirituais”...), que viriam um dia daquela mesma latitude norte (Trópico de Câncer) para a sua antípoda sul (ou Trópico de Capricórnio”).

Quanto aos signos, relacionados se acham o de Câncer, com os Pitris lunares ou Barishads (“Pitris” ou Pais, antepassados, etc.), e o de Capricórnio, com os Kumaras, que algo tem de comum - à parte o mistério que paira sobre os mesmos ... – com os Agnisvattas ou Pitris solares. Donde as futuras dinastias hindus. E aquelas famosas batalhas travadas entre lunares e solares, de que nos fala o Bhagavad-Gita.

O arcano 15, do taro é representado pôr um Bode sentado, tendo dois outros menores presos, lateralmente, ao seu pedestal (o mesmo mistério do “Ternário”, a que nos referimos na anotação anterior). E bode, cabrito, cabra, etc., provem de CAPRIS, CAPRICÓRNIO, etc., etc. Pôr sinal que animais, apreciadores dos elevados cumes das montanhas, desde que o mesmo termo “cume” faz lembrar o de KUMARA. Razão de todas as tragédias (do TRAGUS grego) e passagens mais interessantes da vida de todos os Iluminados terem tido lugar nos elevados cumes de “montanhas”, que logo se tornaram “sagradas”. Haja vista, as seguintes: Merú, Mória, Alborj ou Al-Bordi, Golgota, Sinai, Salvat, etc., etc., inclusive a nossa própria “Montanha Sagrada”, pôr ser o lugar onde a Obra fez a sua espiritual eclosão, a 28 de setembro de 1921. E como se viu, no último número desta revista, no mesmo lugar já foi lançada a pedra fundamental do “monumento comemorativo” que será inaugurado, com a maior solenidade, a 28 de setembro p. vindouro.

Quanto a dizer-se que a “Atlântida sucumbiu” por ter se desviado da Lei, tais os horrores praticados na sua decadência, tanto vale pelo excesso de matéria TAMÁSICA, como a mais grosseira das 3 qualidades de matéria (ou GUNAS), na razão de Satva, em relação com o mundo divino, força centrifuga, etc., Rajas, com o humano, força equilibrante e Tamas ou centrípeta existente no seio da Terra, como “Laboratório do Espírito Santo”, ou onde se acha em eterna e constante ebulição o Fogo cósmico ou KUNDALINI. Vide nosso estudo nesse sentido, n.º 87/88 desta revista, intitulado Que é intuição?, onde, além do mais, apontamos a razão dos sofrimentos humanos, (servindo de exemplo o que se passa atualmente em diversas partes do mundo, se não quisermos, com isso, apontar a mesma que concorreu para a destruição da Atlântida).

E como todos os mistérios atlantes estivessem relacionados com as coisas do céu (e a prova, o mesmo termo “reis divinos”), para os cientistas modernos, com a Astronomia, mas, em verdade, com a ASTROLOGIA, a começar pelos “titãs que desejavam escalar o céu”, ou ver o que se passava pôr trás das altíssimas muralhas da 8ª cidade, aí está a MITOLOGIA grega, pôr exemplo, repleta de sublimes revelações, a começar pôr aqueles ARGONAUTAS (de Argos, Arghia, Arca, Agarta, BARCA, etc.), que no navio ARGO, capitaneado pôr Jasão, foram a Cólchida ou “País dos Calcis, Kalkis, etc., donde o mesmo termo Kalki-avatara, que se dá ao Redentor Síntese da Humanidade, nas tradições transhimalaias, que é o mesmo Sosioh persa, também o da lenda de ”Perseu e Andrômeda “, da qual a Igreja copiou o seu São Jorge, que a bem dizer, vale pelo termo Jina ou agartino GORGE, e até mesmo ACKDORGE tibetano, etc. Por isso que, a Etiópia (reminiscência atlante), possui tal santo como seu padroeiro, do mesmo modo que a Inglaterra (pôr sua vez atlante), pois, o pavilhão desfraldado na 4ª cidade do referido continente, possuía no centro um ”cavalo alado”, na razão de Pégaso, ou aquele nascido do sangue de Medusa, e no qual ia montado Perseu, quando salva Andrômeda, do monstro que a procurava devorar. S. Jorge, cópia fiel daquele, salva a princesa acorrentada à porta do seu palácio, pôr sua vez, matando o “dragão”... Além do pavilhão atlante possuir um cavalo no centro. No templo de Poseidon, o mesmo era reproduzido “oito vezes”...

Os ARGONAUTAS, ou aqueles que vão em busca do “Tosão de Ouro”, ou mesmo “Velocino de Ouro” (“véu tecido com o fio de Ouro, ou de Sutratma), o fazem em número de DOZE, como símbolo dos Signos do Zodíaco, para não dizer, das Jerarquias construtoras, na razão de PERSEU (Jasius ou Jason, Jasão, etc.), relacionado com ARIES; ÓRION ou Hyles, com TAURUS; CASTOR e POLLUX com GEMINIS; TESEU, em relação a CÂNCER; ULISSES; com a de LEO; TIPHIS, com VIRGO; HERCULES, LIBRA ou BALANÇA (grande mistério da Atlântida , como 4ª raça ou a equilibrante da Ronda, para o número SETE, de que a mesma se compõe); ESCULÁPIO, para SCORPIO; AUTÓLICO ou SAGITTARIUS; AQUILES ( ”a Águia por baixo de Capricórnio”) ; ZETUS ” a baleia pôr cima de Aquários) e ANFIÃO ou PISCIS.

Na mesma razão, a TAVOLA REDONDA ou ”do Rei Artus com seus Doze Cavaleiros”, cujo nome ARTUS, lido anagramaticamente, nos dá o mesmo SUTRA, ou Sutrâtma, com o significado de ”fio de ouro”. A mesma coisa, em relação com Carlos Magno e os Doze Pares de França, Jesus ou Jeoshua e seus Doze Apóstolos, etc. (Jesus, Jasius, ou Jason).

Do mesmo modo que o deserto de Gobi tem a conformação da face lunar que olha para a terra (já que a outra ninguém a vê), como dizem os mais antigos livros do oriente e o mesmo Roso de Luna o atesta, pôr mais de uma vez, assim também, as ilhas Canárias representam as PLÊIADES, etc.

O próprio termo sânscrito DWIPA, que se aplica aos continentes, também vale pôr globo, astro ou planeta.

Do mesmo modo, no livro 3, capítulo 56 a 60, da História de Diodoro Sículo, fala-se a respeito da sorte deste “Hiper” ou Supremo IO e seus dois filhos Helios e Selene, protótipos dos dois sexos já separados, masculino e feminino, como “irmãos gêmeos espirituais”, do seguinte modo:

“Os atlantes habitavam uma região marítima das mais férteis. Divergiam de seus vizinhos pôr seu respeito e piedade para com os deuses e também pôr sua proverbial hospitalidade. Diziam que os deuses haviam nascido no seu País. E o mais famoso dos poetas gregos, parece Ter sido da mesma opinião,quando põe nos lábios de Juno estas palavras:”

Quero ver nos confins da terrestre mansão

Ao oceano e a Tétis, aos quais devemos a existência”.

E quanto a Basiléia e Rhéa-Pandora, filhas de Urano e da terra (a terra-Matéria ou Mater-Rhea, e não o astro ou planeta em que vivemos), não são, senão, a continuação atlante do tronco da Boa Magia ou dos seres superiores, divinos, etc.), já ameaçada de morte pelo outro ramos da Magia Negra ou dos “rackhasas”, simbolizados pelos Titãs (ou lemurianos): literalmente, “os das águas do It”, termo mágico este It ou Ti, de que nos fala a doutrina Secreta, de modo velado, ou “aqueles que perseguiram de morte o nobre ramo luni-solar dos filhos de Hipério e de Basiléa, chamados Helios e Selene (gêmeos) que, ao desaparecerem deste mundo, pela poderosa maldade dos TITÃS , volveram as suas celestiais origens: o Sol e a Lua...

Quem não percebe em Hélios atirado ás águas do Erídano, ao mesmo Moisés abandonado á mercê das águas, da lenda semita: do mesmo modo, o Quetzalcoatl, o Oanes e tantos outros personagens semelhantes da lenda sábia, ”que vagavam sobre aquele dilúvio moral de perversidade necromante, que não podia de deixar de ser lavado ou purificado com um dilúvio físico? Notável, ainda, que ao ser conferido aos dois luminares celestes os novos nomes de Hélios e Selene, com os quais tem vindo até hoje... filhos, como somos, de Atlantes e de gregos, procedamos de IBÉROS ou HIPERION (Hiper-Io, Io Pithas para o Sol e de Menes ou Manes, para a Lua), isto é, para toda a posterior raça dos egípcios, que a Menés tiveram pôr primeiro Rei divino. E para os escandinavos ou proto-semitas nórdicos, cujos bardos tantas vezes cantaram a Mani, a Lua (ou Ísis) de suas teogonias, A própria invocação sagrada atlante, em oposição à aria de AUM ou OM, ou seja o OM MANI PADME HUM! Eqüivale aquela dos dois deuses SOL e LUA, no seio do Sagrado Loto nascidos das águas primitivas... E que tem pôr símil os próprios Manus, senão ainda, os Yokanans ou Yo-Kanaans, como seus prodigiosos ”Arautos ou Anunciadores” ...

Quanto ao que nos diz respeito, através do sangue desses mesmos iberos (de que fazem parte os portugueses, de Portus-Galliae, etc., ou Portugal) e na raça nobre e guerreira dos TUPIS, PITHIS-YO, Yo-Pithas, etc., mesmo porque, Tupi, quer dizer: ”o Pai supremo”, o primitivo, o progenitor, isto é, os da primeira geração.

E a prova que a figura do Manú resplandece em suas tradições, com o nome de Tamandaré (Tamoindaré “aquele que fundou povo ou repovoador da terra”), das quais se serviu o genial José de Alencar, para esta sublime passagem do seu imortal Guarani:

”Foi longe, bem longe dos tempos de agora. As águas caíam e começaram a cobrir a terra. Os homens subiram ao alto das montanhas; um só ficou na várzea com sua esposa. Era Tamandaré; forte entre os fortes, sabia mais do que todos. O Senhor falava-lhe de noite, e de dia ele ensinava aos filhos da tribo o que aprendia do céu”...

Mas, deixemos de lado todas essas belíssimas páginas da História, inclusive... muitas que passam por mitológicas, para fazermos algumas citações interessantes sobre a mesma Atlântida, a começar pelo TIMEU de Platão (430 anos A.C. ):

Crítias – Escutai, agora, Sócrates, uma história bastante singular, mas no entanto, verdadeira, que certa vez contou Solon, o mais sábio dos sete sábios. Era parente e amigo íntimo de Dropides, meu avô, como várias vezes confessou em seus versos. Contou ele ao meu antepassado, tudo quanto esta, na sua velhice, a mim mesmo tanto gostava de recordar, ou sejam: os grandes e maravilhosos feitos realizados pôr esta cidade (Atenas) e que infelizmente caíram no esquecimento, pôr efeito do tempo e a morte dos homens. E um destes, era o maior de todos. Talvez conviesse rememorá-lo, ao mesmo tempo para vos render graças, e honras á deusa Minerva (ou Atenas), nesses dias de festa, o que será o mesmo que entoar um hino de louvor.

Sócrates – Perfeitamente. Mas qual é essa façanha que Crítias contava, não como simples ficção, porém, como uma alta empresa levada a efeito por esta cidade, nos tempos de outrora, e que ouvira de Solon?

Crítias – Vou reproduzir a antiga história, que ouvi da boca desse ancião, pois, Crítias tinha nessa época, mais ou menos, noventa anos, como ele mesmo o dizia, e eu, apenas dez. Se Solon não fizesse versos somente por passatempo; si se tivesse aplicado e concluído a narração, que trouxera do Egito; se se não fora obrigado, pelas sedições e outras calamidades, que encontrou na sua volta, a abandonar de todo a poesia, na minha opinião, nem Hesíodo, nem Homero, nem poeta algum jamais se tornara célebre. E vem o que Solon narrou:

 “Existe no Egito... no Delta, na ponta em que o curso do Nilo se divide, certo nómo (província) chamada Saitico e de tal região a maior cidade é SAIS, lugar donde era filho o rei Amásis.

Acreditam os habitantes dessa cidade que, certa Deusa desapareceu no fundo do oceano. Seu nome egípcio é Neith, mas, no grego deve ser, pelo que dizem, Atenéa (sempre o At. de Atlântida, Atalaia, etc., embora que, na língua do país, dizemos nós, ). Eles apreciam, em alto grau, os atenienses e pretendem ser seus parentes. Solon contou que, tendo chegado até os mesmos, foi recebido com a maior consideração, e que interrogando um dia os mais sábios sacerdotes a respeito de suas tradições, respondeu-lhe o mais idoso entre eles: Solon! Solon! Vós, os gregos, sereis sempre crianças; um grego jamais será velho! A essas palavras, Solon replicou:

Que quereis dizer com estas palavras? E o sacerdote continuou: Sois todos jovens, porque jovem é a vossa própria alma. Porque nesta não existe nenhuma tradição antiga, nem ciência alguma encanecida pelo tempo. E eis a razão: os homens foram destruídos e o serão ainda de vários modos. Pelo Fogo e pela Água se deram as mais horríveis destruições... Algumas vezes tem lugar o desvio dos corpos, que circulam no céu, em redor da terra. E em intervalos de longas épocas, tudo quanto vive na face da terra perece pela super abundância do fogo (da “matéria tamásica”, quis ele dizer...)Então, todos os que habitam as montanhas, os lugares elevados e enxutos, perecem antes daqueles que residem próximo aos rios e ao mar.

Porém, para nós, o Nilo, nosso salvador em outras circunstância, preserva-nos também dessa calamidade pela inundação. Outras vezes, ao contrário, quando os deuses purificam a terra pelas águas e submergem, somente os vaqueiros e os pastores das serras são salvos, enquanto os habitantes das cidades, como em nosso país, são arrastados ao mar pelos rios.

Nesta região trem lugar o inverno: nem neste, nem em outros casos as águas descem dos altos, mas de sob a terra. Daí, segundo dizem, conservarem-se aqui as mais remotas tradições. A verdade, entretanto, que em todos os lugares em que não há para expulsá-las, frio ou calor excessivos, existe sempre grande número de seres. Razão porque entre nós, tanto o que nos diz respeito, como de outros, pôr mais antigos que fossem, tudo quanto de belo, notável e precioso, desde os tempos mais remotos foi salvo, existe em nossos templos e na memória do povo ...

Outrora, ó Solon! Antes da grande destruição pela água, essa mesma cidade de Atenas que hoje vemos, era excelente nos trabalhos da guerra e a mais civilizada sob todos os aspectos. A ela foram atribuídas todas as belas ações e as mais sábias instituições de que jamais se tem ouvido debaixo da abóbada celeste.

Solon contava que depois desse discurso, maravilhado e ao mesmo tempo curioso, pedira aos sacerdotes que lhes expusessem, exatamente, a continuação das façanhas de seus antepassados. A que o mesmo sacerdote respondera: – Da melhor vontade. Solon, direi tudo, não somente em consideração à vossa pessoa e à vossa cidade, com a Deusa que a protegeu, elevou e instruiu, assim como o fez à nossa. Das duas cidades, a vossa é mais velha em mil anos, pôr Ter se formado de Géa (a Terra) fecundada pôr Heifastos (Vulcano). Sais foi fundada mais tarde.

Ora, segundo nossos livros sagrados, oito mil anos se passaram desde o nosso estabelecimento. É, pois, de vossos concidadãos de há nove mil anos, que vou fazer-vos conhecer as instituições e, entre seus feitos, o mais glorioso de todos. Quanto aos pormenores, percorreremos de começo a fim, em outro dia, quando tivermos tempo e com os livros diante dos olhos...

Numerosas foram as nossas façanhas e as de nossa cidade. Mas, uma particularmente suplanta as demais, em grandeza e heroísmo.

Com efeito, nossos escritos contam como Atenea destruiu um poder insolente, que invadia ao mesmo tempo toda a Europa e a Ásia, atirando-se sobre a s mesmas do fundo do mar atlântico, pois, em tal época, podia-se atravessar esse mar. Nele, havia uma ilha situada em face do estreito que chamais em vossa língua “Colunas de Hércules” (o estreito de Gibraltar) . Essa ilha era maior do que a Líbia e Ásia juntos. Os viajantes dela passavam á outras ilhas, e destas podiam galgar o continente oposto, que limita este mar, o qual merecia, em verdade, seu nome de Pontus. Quanto a tudo que se acha a quem do estreito de que falamos, parece um porto de estreita entrada: aí fica o mar propriamente denominado Pelagus.

E a terra que o cerca, pode ser chamada, no verdadeiro sentido do termo, continente. Ora, nessa ilha Atlântida, os reis tinham formado um grande e maravilhoso império. Tal império dominava não só a ilha inteira,como grande número de outras ilhas e porções do continente. Além disso, do nosso lado, estendeu-se ele sobre a Líbia até o Egito, e da Europa, até a Tirrenia. Essas forças reunidas tentaram avassalar nossa pátria a quem do estrito. Foi então, ó Solon que vossa cidade adquiriu reputação de heroísmo e energia, sobrepujando todos os povos vizinhos, pela magnanimidade e gênio militar.

Primeiro, à frente dos gregos; depois, sozinha, devido a deserção dos aliados, arrostou os maiores perigos, venceu os invasores, elevou troféus, preservou da escravidão os que ainda não tinham sido vencidos e, sem rancor, libertou todos os outros países, mesmo a nós, que habitamos aquém das “Colunas de Hércules”. Mas, nos tempos que se seguiram, houve grandes terremotos e outras calamidades. No espaço de um dia e uma noite fatal, todo o vosso exército foi destruído de uma só vez, como a ilha Atlântida. Eis porque ainda hoje, esse mar é difícil de navegar devido aos obstáculos produzidos pôr elevações de toda espécie, inclusive, de lama, provenientes da ilha submersa”...

Do Crítias de Platão:

Crítias – Antes de tudo, recordemos que nove mil anos se passaram desde a guerra, que, segundo contam, travou-se entre os povos que habitam aquém e além das “Colunas de Hércules. Mister se faz, que eu vo-la conte do princípio ao fim:

Deste lado, nossa cidade possuía o comando. Do outro, encontravam-se os reis da ilha Atlântida, que dissemos, já ter sido outrora maior que a Líbia e a Ásia reunidos, porém, hoje submersa devido aos terremotos, não é mais do que impraticável lamaçal, obstáculo invencível para os navegantes, que partem daqui para aquele grande mar. Os numerosos povos bárbaros e os gregos daquela época, aparecerão, sucessivamente, na continuação da minha narrativa, á medida que as oportunidades se apresentem. Devo, todavia, fazer-vos conhecer, em primeiro lugar, os atenienses e os inimigos a quem tiveram de combater, seus governos e respectivas forças.

Os deuses dividiram, outrora, a terra inteira, país por país, sem nenhum choque ou disputa, pois, ninguém poderia admitir que os deuses ignorassem o que convinha a cada um dos países por eles mesmo organizados, muito menos, que o sabendo, procurassem instigar os eus governadores, a se espoliarem mutuamente daquilo que, “de direito e de fato”, lhes pertencia.

Tendo assim obtido da justiça e da sorte o que lhes agradava, fizeram-se em cada país e depois de estabelecidos, como fazem os pastores com seus rebanhos, esmeraram-se na alimentação e educação dos homens (seus dirigidos ou governados). Não recorreram entretanto, à violência, como os pastores que maltratam o gado quando o tem de conduzir de uma parte a outra. Sabiam que o homem é um animal dócil, e imitando o piloto que guia a embarcação, servindo-se da persuasão, como se fora um leme, para mover a alma a seu sabor, dirigiram e governaram, desta maneira, toda a raça dos mortais”.

Foi de tal sorte, que Vulcano e Atenea receberam a Ática, da qual, Crítias dá longa descrição, insistindo nos costumes e instituições dos atenienses dessas eras remotas e, terminando esta parte do que expõe acrescenta: “Eis aí os homens daquela época e maneira pôr que eram governados, segundo as regras da justiça, seu país e a Grécia, celebrados e admirados por toda a Europa e a Ásia, pela beleza de seus corpos e as virtudes de suas almas. Mas, quem eram os seus inimigos, remontando até a sua origem?

É o que vou expor, meus amigos, fazendo-vos conhecer, se não me falhar a memória, do que ouvi contar na minha infância: Antes de mais nada, devo advertir-vos de uma coisa, para que não vos cause surpresa, quando me ouvirdes falar dos bárbaros, empregando nomes gregos, cuja razão foi: quando Solon julgava poder transpor a presente narrativa para os seus poemas, procurou, desde logo, conhecer o significado dos nomes, e achou que os egípcios, como primitivos autores da narrativa os tinham traduzido para seu próprio idioma. Assim, pôr sua vez, procurou fazer o mesmo, isto é, traduzindo cada um deles para o nosso idioma. Os manuscritos de Sólon estavam em poder de meu avô e agora comigo. Estudei-os profundamente quando ainda criança. Não vos admireis, pois, em me ouvirdes citar nomes gregos, pois, já sabeis agora da razão desse meu proceder.

A longa narração começava, mais ou menos, deste modo:

Dissemos anteriormente, que os deuses tiraram a sorte para ver aquém caberiam as diversas partes da terra, pôr isso que, a uns cabendo maior, e a outros menor quinhão. E aí construíram templos, onde começaram a realizar sacrifícios. Foi assim que Poseidon (Netuno),havendo recebido, em partilha, a ilha Atlântida, colocou os filhos “que tivera de uma mortal” (as aspas são nossas), numa de suas partes. Perto do mar, mais ou menos, no meio da ilha (portanto, a 4ª entre as sete, como o afirmamos no texto), havia uma planície, a mais bela, segundo dizem, e também a mais fértil entre todas, havendo em seu centro uma elevação, ou antes, “montanha”.

Era em tal lugar onde habitava um desses homens, que na origem das coisas, nasceram da Terra (digamos, “os filhos da própria ronda”...). Chamava-se ele EVENOR ( “evocar, lembrar”, senão ainda, o mesmo evénêment francês, para acontecimento, etc., etc.), com sua esposa Leucipa (Leo-cipa ou ciba, metade,, liôa, metade peixe, etc., dizemos nós... embora que a mesma não tivesse tal forma, se é que existiu...) . Tiveram uma filha chamada Clito (léo, Clis, etc., donde procede o mesmo termo: Cleopátra, e não Cleópatra, como querem muitos). Tendo morrido seus pais, e quando a mesma em plena adolescência, Poseidon a tomou por esposa.

Logo a seguir, fortificou a colina, cercando-a de valas, com a água do mar e elevadas muralhas de tenra (esta, sim, que representa uma das mais próximas verdades, que contém a narração segundo nós outros ouvimos dizer...

Ademais, representa um “símil” de algo muito mais antigo ainda do que a simples ilha POSEIDON ... dizemos nós). Tais muralhas eram umas, menores e outras maiores, duas em círculo, os quais começavam do centro da ilha e colocados em distâncias iguais.

Tornou-se, assim, inacessível, pois, os navios e a arte de navegar não eram, então, conhecidos. Como um deus que era, fácil lhe foi ornar e embelezar a ilha central. Fez brotar duas fontes (talvez, dizemos nós, dedicadas a CASTOR e POLLUX), uma quente e outra fria. Fez com que a terra produzisse plantas alimentícias de toda espécie e com grande fartura. De Clito teve cinco pares de filhos machos, todos eles gêmeos (aí é onde está a “maia” ou véu para encobrir a verdade, na sua original pureza, dizemos nós). Dividiu a ilha em dez partes (repetimos: em 7 e mais uma cidade, cujo valor era Três). Deu ao primogênito do primeiro par, a moradia de sua mãe, com todo o campo ao redor, pôr ser maior e mais rico fazendo- REI DE SEUS IRMÃOS. (Destes, fez príncipes e vassalos, concedendo-lhes, igualmente, para governar, grande número de homens e vasta extensão de terras. A todos, concedeu nomes apropriados. Do primogênito, o rei, a ilha e o mar, denominado Atlântico, tomaram o apelido, pôr ser o primeiro a reinar. Chamava-se ATLAS. Seu irmão gêmeo, que nascera logo depois, teve em partilha, extremidade da ilha , para o lado das “Colunas de Hércules”,

região intitulada Gadirita. Chama-se em grego, Euméle, e em língua indígena, Gadir (donde Gades e Cadix). Deste nome, foi que o país tomou o seu. .

Os filhos do segundo par chamava-se Anféres e Evémon. Os do terceiro, Mneséas, o primeiro e Autóctone, o segundo. Os do quarto, Elázipo e Mestor e os do quinto, Azaés e Diaprepé, na mesma ordem. Todos esses príncipes e seus descendentes habitaram o país durante várias gerações. Eram também senhores das outras ilhas do mar, além disso, como já o dissemos, reinavam também sobre as regiões situadas aquém das “Colunas de Hércules” até o Egito, atingindo a Tirrenia.

A posteridade do Atlas sempre obteve honrarias. O mais velho era rei e transmitia sua autoridade ao mais idoso de seus filhos, de modo que, conservaram a realeza em sua família pôr longos anos. Era tal a riqueza que possuía, que nenhuma casa real até hoje jamais possuiu, nem possuirá. Tudo o que a cidade e outros países podiam fornecer, tinham ao seu dispor

Algumas coisas, porém, eram importadas ou vindas de fora, graças ao seu enorme poder: porém, a ilha produzia a maior parte do que é necessário á vida. Primeiro, os metais sólidos ou fusíveis, e aquele mesmo de que somente resta o nome: oricálco (ouro e cálcio?) como o mais precioso, naquela época, de todos os metais. A Ilha fornecia, com fartura, todas as matérias de que as artes tem necessidade. Havia enorme quantidade de animais, selvagens e domésticos. Os elefantes eram em número assombroso. Todos os animais encontravam ali, abundantíssima alimentação, tanto os que vivem nas montanhas como nas planícies: o próprio elefante apesar de seu tamanho e voracidade. Além disso, nele se produziam e prosperavam todas as essências aromáticas, que ainda existem hoje na terra, em vários lugares: raízes, brotos ou madeiras das árvores, sucos destilados pelas flores e pelos frutos.

Cultivavam, também, frutos e os grãos apropriados á alimentação, dos quais ainda hoje são retiradas as várias espécies de farinhas, a que chamamos cereais, na sua enorme variedade.

Também produzia os frutos ásperos, que nos fornecem, ao mesmo tempo, bebidas, alimento e perfume, os de casca, de difícil conservação, próprios para nos instruir e alegrar a vista, e quantos oferecemos à sobremesa, a fim de aliviar o estômago farto e cansado.

A ilha Atlântida, que teve outrora seu lugar à luz do sol, produzia todas essas maravilhas e todos esses tesouros em número incalculável. Pondo, portanto, á mostra todas essas riquezas de seu solo, devemos ainda dizer que seus habitantes construíram suntuosos templos, palácios verdadeiramente maravilhosos, portos, bacias para os navios e aformosearam toda a ilha de um modo tão agradável e precioso, que bem se pode dizer, era um “paraíso terrestre”.

Começaram pôr construir pontes sobre as fossas circulares, que o mar enchia e que rodeavam a antiga metrópole, pondo em comunicação a residência real com o resto da ilha. Eles haviam construído esse palácio, desde o início, no próprio lugar habitado pelo deus e seus antepassados. Transmitindo-o uns aos outros, os reis não cessavam de acrescentar novos embelezamentos aos antigos.

Cada um promovia os maiores esforços para deixar na vanguarda os seus antecessores; de sorte que ninguém podia contemplar tanto luxo e beleza sem ficar maravilhado.

A partir do mar, cavaram um canal de três pletras (medida antiga) de largura, cem pés de profundidade e cinqüenta estádios de comprimento. Tal canal ia ter ao fosso exterior. Fizeram-no de modo que a s naves provindas de fora, pudessem ali penetrar como num porto, arranjado uma baía ou bacia, pôr onde as maiores pudessem facilmente passar. Nas muralhas de terra, que separavam os círculos d’água, á altura das pontes, abriram bastantes canais á passagem de uma trireme, cobrindo-os com tetos bem arranjados, de maneira que as naves os atravessassem sobre uma cobertura. E isso, porque os círculos de terra ficavam acima do nível do mar. A maior das circunvoluções de água, a que comunicava diretamente com o mar, tinha três estádios de largura e a terra que se lhe seguia, a mesma dimensão. Das duas imediatas, a de água tinha dois estádios, bem como a de terra. Enfim, a última que rodeava a ilha interior, um só estádio. O diâmetro dessa ilha interior, onde se erguia o palácio real, era de cinco estádios. Revestiram de muralhas de pedra de três pletras de largura. Construíram, ainda, torreões e portas à cabeceira das pontes e á entrada das abóbadas, por baixo das quais passava o mar. A fim de executar semelhantes trabalhos, talharam em volta da ilha anterior, e em cada lado das circunvoluções, pedras brancas, negras e encarnadas. Dessas pedreiras, tiveram lugar, no interior da ilha, duas profundas bacias, coma própria rocha pôr cobertura. Tais construções eram, umas simples, outras formadas de pedras para deleite da vista, pois apresentavam um aspecto de excepcional beleza. Cobriram de cobre, á guisa de reboco, o muro da circunvolução externa, em todo o seu percurso: de estanho, a segunda e a acrópole de oricalco, com reflexos do fogo.

Eis a disposição do paço real, na sua parte interna: no meio erguia-se o templo consagrado a Clíto e Poseidon. Nele, era proibida a entrada, como prova ser o mesmo rodeado pôr uma tela de ouro. Foi ali que, no começo, Clito e Poseidon fecundaram e deram a luz os dez chefes das dinastias reais. Realizavam-se romarias todos os anos provindas das dez regiões do império, para ofereceram aquelas divindades, os sacrifícios usuais.

O santuário de Poseidon media um estádio de comprimento, três pletros de largura e uma altura proporcional. Havia no seu aspecto algo de bizarro. Todo o exterior era revestido de prata, menos as arestas de frontispício, que eram de ouro maciço. Dentro, a abóbada toda de marfim, ornava-se de ouro, prata e oricálco. As paredes, as colunas, os pisos, cobriam-se de marfim. Colocaram aí imagens de ouro maciço: o deus, de pé, sobre seu carro, guiando seus cavalos alados (arcano 7, do tato, dizemos nós...), tão grande era, que a cabeça tocava o teto.

Em volta, cento e oito Nereidas se assentavam sobre os delfins. Grande quantidade de estátuas, oferecidas pôr particulares, juntavam-se ás primeiras. Ao redor do templo, do lado de fora, perfilavam-se as figuras de ouro de todas as mulheres dos dez reis e de todos os descendentes saídos de seu tronco; do mesmo modo que outras oferendas de reis e de particulares, tanto da cidade, como dos países estrangeiros conquistados. Pelas dimensões e trabalho, o altar estava de acordo com semelhantes maravilhas. E o palácio dos reis, feito segundo as próprias exigências das dimensões territoriais do Império: assim também, os seus ornamentos (dentro dos cânones perdidos, dizemos nós...)

Duas fontes, a fria e a quente, abundantes e inesgotáveis, pelo agrado e virtude de suas águas, satisfaziam admiravelmente todas as necessidades. Junto ás residências, erguiam-se lindas árvores, daquelas que não podem passar sem umidade. Tanques descobertos, para os banhos no verão e outros cobertos, para os de inverno. Aqui, os dos reis, mais adiante, os do particulares, acolá, os das mulheres, sendo que também havia para os animais, especialmente para os cavalos os bestas de carga, todos sornados e decorados, de acordo com as suas propriedades. A água que dos mesmos provinha, era do bosque sagrado de Poseidon, o qual , graças à excelência do solo possuíam árvores de toda a espécie, de surpreendentes tamanhos e beleza. Daí faziam a água correr para os valados exteriores, por aquedutos cavados na direção das pontes. Numerosos templos consagrados a diversas divindades. Outrossim, inúmeros jardins e ginásios para homens, do mesmo modo que hipódromos, construídos em cada recinto dos fossos, que eram como ilhas circulares. Havia, sobretudo, no meio da maior, o que possuía um estádio de largura e tão comprido, que permitia aos cavalos a possibilidade de correr a volta completa do recinto. Em redor, de ponta a , existiam os quartéis para quase todo o efetivo da guarda do monarca. As tropas de confiança alojavam-se na menor das ilhas que ficava mais próximo da acrópole As bacias das portas viviam repletas de triremas e quantos aparelhos fossem necessários para armá-las. Tudo se achava instalado na mais perfeita ordem. Além e fora das três portas, via-se uma muralha circular, que começava no mar e estendia-se por toda a parte, na distância de cinqüenta estádios da circunvolução maior que formava o grande porto. Tal muralha vinha fechando sobre si mesma, até terminar como embocadura do canal, que se abria para o mar.

Milhares de casas comprimiam-se nesse espaço de terreno. O canal e o porto principal, regurgitavam de embarcações e de mercadorias vindas de todas as partes do mundo, o que provocava constante e tumultuoso vozerio.

Julgo ter recordado, tanto quanto possível, o que a tradição relata dessa prodigiosa cidade, do mesmo modo que a antiga residência dos reis. Procurarei, agora, expor o que a natureza fez pelo resto do país, e ainda o que a arte completou para torná-lo da mais rara beleza.

A princípio, fiz ver que o solo era muito acima do nível do mar, e que as praias da ilha eram talhadas a pique; que ao redor da cidade, estendia-se uma planície rodeada de serras, que se prolongaram até o mar; e que tal planície era nivelada e uniforme, oblonga, e medindo, de um lado, três mil estádios, e do mar até o centro, mais de dois mil. Essa parte da ilha olhava para o sul, e não recebia os ventos do norte (que dirão a isso, nossos engenheiros de hoje, com seus prejudicialíssimos arranha-céus e o descaso pela saúde pública, no que diz respeito ao urbanismo?...). Defendem as montanhas circunvizinhas. Sem iguais hoje, quer pela quantidade, grandeza e beleza, ricas e populosas aldeias, ali se encontravam com seus rios, prados, animais bravios e domésticos, que viviam à farta, nas inúmeras e vastas florestas, capazes de oferecer abundante material para construções de qualquer espécie.

Tal foi esta planície graças aos benefícios da natureza e ao s esforços dos reis durante longo tempo. Possuía ela a forma de um quadrilátero alongado, de lados retilíneos. No lugar, onde os lados se afastavam da linha reta, corrigiram semelhante irregularidade, traçando o contínuo fosso, que limitava a planície. Quanto a profundidade, largura e extensão do fosso, difícil é acreditar o que se contra, pois, se trata de construção de origem humana, e não, da própria natureza, como possam julgar os de hoje. Encravado a um pletro de profundidade, media um estádio de largura. E como cercasse toda a extensão da planície, atingia a cidade pelas duas extremidades e ia despejar-se no mar. Da borda superior desse fosso, partiam canais retilíneos de cem pés de largura, que cortavam a planície em linha reta e voltavam ao mesmo fosso na vizinhança do mar. Cada um distava do outro cem estádios. Para transportar pôr água, a madeira das montanhas e os diversos produtos de cada estação, construíram os canais de tal maneira que se comunicavam entre si, além da cidade possuir outros transversais. A terra produzia duas colheitas anuais, pois era regada no inverno pela água do céu, e no verão pela dos canais.

O exército era formado do seguinte modo, cada distrito devia eleger um chefe de destacamento. Havia sessenta mil distrito de dez pôr dez estádios. A tradição conta que, os habitantes dos montes e das outras regiões do país, eram em número assombroso, e foram distribuídos, segundo as localidades ou aldeias, em divisões semelhantes, tendo cada uma seus chefes. Cada chefe de destacamento devia fornecer, em tempo de guerra, a Sexta parte d de um carro, ou seja em número de dez mil.

Dois cavalos e respectivos cavaleiros; uma parelha de cavalos sem carro; um combatente com seu aparelho ou arma de guerra; um outro, para guiar dois cavalos; dois infantes pesadamente armados, dois arqueiros, dois fundibulários, três infantes ligeiros, também, com as suas fundas, três com dardos e, enfim, quatro marinheiros, a fim de completarem a tripulação de mil e duzentos navios. Era essa a organização das forças militares na cidade real.

Quanto ás demais províncias ou reinos, cada qual possuía o seu exército e seria longo enumerá-lo. No que diz respeito ao governo e autoridade, eis a ordem estabelecida desde o início: cada um dos dez reis, na província que lhe sabia, e na cidade onde residia, tinha

todo o poder sobre os homens e sobre a maioria das leis, infligindo a pena de morte a seu sabor. Mas, a autoridade dos reis uns sobre os outros, e suas relações eram reguladas pelos decretos de Poseidon (por isso que, dizemos nós, eram sete reinos dirigidos pôr seus reis, mas, uma direção geral na 8ª cidade, através do seu valor Trino. Donde a confusão de dez reinos, quando são OITO).

Semelhante exigência provinha da mesma tradição do país; do mesmo modo que uma inscrição gravada em uma coluna de oricalco, colocada no centro da ilha, no Templo de Poseidon.

Os reis reuniam-se periodicamente, ora de cinco em cinco anos, ora de seis em seis, de acordo com a alternativa regular dos anos pares e ímpares. Nessas assembléias, deliberavam sobre os assuntos de interesse recíproco, verificando também, as infrações às leis e conseqüentes julgamentos. Se deviam emitir uma sentença, eis como manifestavam seu recíproco apoio:

Depois de soltos vários toiros (da Atlântida procedem as “touradas”, além de que, o mesmo divertimento comprova o que dizem as teogonias orientais, isto é, que o animal sagrado da Atlântida era o Touro, mas de fato, a verdade paira muito acima do simbolismo, digamos, atingindo a mesma constelação desse nome Taurus. Do mesmo modo que a raça ária tem por simbolismo “a Vaca Sagrada”, ou (Vach, etc.), no recinto sagrado de Poseidon, os dez reis, sós, suplicavam a deus, que escolhesse a vítima, que lhe seria agradável, e punham-se a perseguir os touros, sem outras armas, além de paus e cordas. Logo apanhavam um deles, levavam-no até a coluna e aí era o mesmo imolado, na sua base, como estava prescrito. Além dessas leis, inscreveram-se na mesma coluna terrível juramento e maldições sobre aquele que as violasse. Realizado o sacrifício e consagrados os membros da hóstia, segundo as leis (os povos “maias” praticavam os mesmos sacrifícios, para provar que são vergônteas daquele mesmo povo, dizemos nós. E assim, outros mais...), os reis recolhiam o sangue, gota a gota, num vaso de ouro e aspergiam uns sobre os outros, ligeiros pingos, pôr meio de um objeto especial, (como ainda hoje se faz com a água benta).

O resto, era lançado ao fogo, depois de terem feito as purificações ao redor de colunas. Em seguida, retirando o sangue do vaso com taças de ouro e derramando-o na fogueira, juravam que iriam julgar de acordo com as leis inscritas na coluna pôr isso que punindo severamente todo aquele que as tivesse violado: cumpri-las com todo o seu rigor, pois que eles mesmos estavam sujeitos ás referidas penas, se não seguissem à risca as leis que foram formuladas pôr seu pai (isso sim, que é falar!..)

Depois de haverem pronunciado tais orações e promessas, por si e seus descendentes; depois de haverem bebido nas taças e as mesmas colocadas, como oblatas, no templo do deus, preparavam-se para o repasto e outras cerimônias necessárias ao ato.

Com a noite e já frias as cinzas do braseiro do sacrifício, depois de vestirem as suas túnicas azuladas o que havia de mais rico (por que não, perguntamos nós, cada um usando a túnica com a cor de seu raio, para acompanhar o mistério astrológico?...) assentavam-se no chão, próximo aos últimos vestígios da oferenda e começavam a ditar os respectivos julgamentos, que muitas vezes a si mesmos atingiam (o temporal! O mores! Dizemos nós), pois eram os primeiros a se confessar culpados desta ou daquela falta...

Concluídas as sentenças, ao nascer do sol , as inscreviam em uma placa de ouro, que era suspensa, com as túnicas usadas, nas paredes do templo, como recordação e AVISO (melhor dito, proclamação, EDITO, etc.)

Além dessas, outras leis existiam relativas as atribuições de cada um dos referidos reis. As principais, de não se armarem uns contra os outros (todos os grifos são nossos), de auxiliar aquele a quem um dos outros quisesse expulsar dos seus domínios; de deliberarem em comum, a exemplo dos seus antepassados quanto à guerra e outras resoluções importantes, deixando o comando supremo à raça de ATLAS. Um rei não podia condenar um parente sem consentimento dos outros reis.

Tal era o formidável poder que outrora se estabelecera nessa terra hoje desaparecida, e que, segundo as tradições, a divindade atirou contra as nossas regiões pela seguinte razão:

Durante várias gerações , enquanto neles houve qualquer coisa da natureza divina (estamos de pleno acordo), essa mesma natureza donde nasceram tais Reis, pôr isso mesmo, obedecendo eles a tão elevadas diretrizes: seus pensamentos conformes com a verdade e dignos e generosos, moderados e sábios, olhando com desprezo tudo quanto era contrário ao que foi instituído pela mesma Divindade; carregando como pesado fardo, os abundantes tesouros entre os quais viviam; enfim, enquanto assim procediam, tudo lhes correu admiravelmente bem. Porém, quando o elemento divino começou a enfraquecer, devido ao contato com a natureza humana ou mortal (pôr insuflações, dizemos mais uma vez, pôr parte das forças do Mal, os Rackshasas negros, etc.), impotentes ficaram para suportar as adversidades. Então, começaram a degenerar... Os que tal coisa compreendiam, verificaram que se tinham portado mal, pôr isso mesmo, perdido os mais preciosos dos bens: os do Espírito.

E os incapazes de perceber tais coisas, ao contrário, julgavam ter atingido o máximo da virtude e da felicidade no tempo em que os devorava a paixão ou desejo de aumentar a riqueza e o poder.

Então, o deus dos deuses, Zeus (Jove ou Júpiter, Jeove ou o mesmo Jeovah, dizemos nós, pois não conhecemos deuses pagãos, mas várias formas de expressar a mesma Divindade) que governa, segundo as leis da Justiça, cujos olhares pôr toda a parte discernem o bem e o mal (nesse caso, Lei ou Dharma) vendo a depravação de um povo, outrora tão generoso, sábio e bom, procurou puni-lo com o fim de fazê-lo volver aos tempos da espiritual felicidade (nesse caso, apresenta-se como Karma) e reunindo todos os deuses na parte mais brilhante das moradas celestes, no centro do Universo (Sol central ou Ishvara, dizemos nós...), donde se contempla tudo quanto participa da geração, lhes disse...”

“O resto perdeu-se”... o que é natural, concluímos nós, pôr ser vedado ao mundo sabê-lo.

Como se viu, no Timeu de Platão, fala-se “que os atlantes representavam uma raça de deuses, que acabaram degenerando de sua origem divina, pôr se Ter aliado (ou antes, unido) com a s filhas dos mortais. Então, Júpiter os puniu destruindo o país, que os mesmos habitavam”.

Lendo-se tal passagem, logo ocorre ao espírito o texto da Gênese de Moisés, que diz: “Os filhos de Deus, vendo que as filhas dos homens eram belas, tomaram-nas pôr esposas. E Deus, vendo que tal concupiscência havia corrompido o seu caminho, resolveu destruí-los”. (cap. V. 2, 12).

Pelo que se vê, tal passagem da Gênese de Moisés “concorda em gênero e número” com a do Timeu de Platão, etc., e assim se torna mais uma prova insofismável da existência do mesmo País, e conseqüente destruição.

Quanto a terem eles “corrompido o caminho de Deus”, tanto vale, pôr se afastarem da Lei ou de suas diretrizes, caminho este que todos devemos servir. E outra não foi a nossa afirmativa, logo de início de tão humilde trabalho. Entretanto, a razão não foi apenas aquela, e sim, outras mais, que não podem ser reveladas.

“Filhas dos homens”, sim, mas... dos seres da 3ª raça ou “lemuriana”, que a bem dizer, representativa, “a queda do espírito na matéria”, seres ainda atrasados, etc. Pôr isso que, a raça atlante, como 4ª deveria ser a equilibrante entre as 7 de que é formada a Ronda pôr completo. Digamos: 3 raças anteriores, na razão evolucional, segundo os dois períodos conhecidos como Pravritti e Nivrittimarga, das escrituras indús. Donde o termo “fio de Ariadne”, em relação com o desenrolar da raça ária, que foi a 5ª ou antes, vem sendo aquela em que estamos ainda, na sua Quinta sub-raça.

Façamos aqui uma síntese teosófica da raça atlante, mesmo porque, nem todos os leitores desta revista possuem rudimentos de Teosofia, quanto mais,, as suas excelsas profundezas: Como é lógico deduzir, a 3ª raça deu nascimento a 4ª há perto de 8 milhões de anos, na Segunda parte da idade secundária. O Manu da 4ª raça escolheu os tipos mais apropriados da 3ª , ou sejam os mais desenvolvidos, intelectual e moralmente falando. E assim, conduziu-os ao Norte, para a Terra Sagrada (essa mesma Terra tantas vezes por nós apontada, qual Banca ou Nave do Noé, que lido anagramaticamente, é o mesmo EON grego, como a “manifestação da Divindade na Terra”).

De fato, em tal lugar podem “as sementes raciais, as mônadas”, serem melhoradas, justamente pôr ficarem isoladas do mundo humano ou terreno. Tal raça foi governada pôr Lua e Saturno, razão de na mesma pelo estado consciência kama-manasico, (mental inferior) ou preparo para o Mental superior, que deveria ser desenvolvido na raça imediata ou ARIA.

Donde as práticas de Magia Negra, como pôr exemplo, entre os Toltecas, provirem dos “raios obscuros da Lua” (donde o termo: “cone sombrio da Lua”...),os quais atingem diretamente o duplo etérico dos indivíduos. E como tais raios, embora denominados “obscuros”, sejam de cor violeta – como prova a pedra de Lua, a ametista, e não, outras pedras que falsos astrólogos apresentam... – sua atuação direta sobre o referido duplo. Pôr isso que condenamos as aplicações de “raios de violeta”, por sabermos das suas funestíssimas conseqüências...

É a Saturno, em grande parte, a quem se deve ó grande desenvolvimento do espírito concreto, que caracterizou a referida raça. A linguagem era aglutinante, nas 3ª , 4ª e 5ª sub-raças, como forma antiga da usada pelos rackshasas negros (ou 3ª raça). Com o tempo, a linguagem tornou-se inflexiva e passou assim à 5ª raça.

A Atlântida, o KUSHA dos arquivos ocultos, mas cujo nome era , compreendia o norte da Ásia, incluindo China e Japão, e cobria, o que hoje conhecemos como oceano Pacífico setentrional, quase até a costa ocidental da América. Ao sul, Índia, Ceilão, Birmânia, a Arábia, a síria, a Abissínia, a bacia do Mediterrâneo, a Itália meridional e Espanha.

Da Escócia e da Irlanda, então imersas estendia-se a oeste, sobre o que se conhece como oceano-Atlântico e a maior parte das duas Américas.

A catástrofe que dividiu a Atlântida em sete ilhas diferentes no meado da época Miocena, há 4 milhões de anos, provocou a elevação do que hoje se conhece com os nomes de Suécia e Noruega, uma grande parte de Suécia e Noruega, uma grande parte da Europa meridional, o Egito, quase toda a África e uma parte da América do Norte, enquanto que, a Ásia setentrional, afundava no seio das águas separando, com isso, a Atlântida, da Terra sagrada. Os continentes chamados Ruta e Daitya – atualmente no fundo do oceano, foram separados da América, ligados ainda pôr certo tempo pôr uma grande faixa de terreno, que desapareceu na catástrofe do fim do Plioceno, há 850.000 anos, fazendo desses dois continentes ilhas ligadas entre si, como se fossem dois olhos na face do oceano...

obediente a outro mistério maior).

Estas, por sua vez, assombraram há perto de 200.000 anos, e não restou mais no meio do atlântico, senão, a ilha Poseidon, que foi, finalmente, submersa há uns 9564 anos antes da era cristã.

A mesma Blavatsky, na sua Doutrina Secreta faz ver que: “A Atlântida seria o primeiro continente histórico, se se prestasse maior atenção do que até agora, às tradições dos antigos. A famosa ilha Poseidon, assim chamada pôr Platão, era apenas um fragmento do primitivo continente”, embora, dizemos nós , que tal “fragmento” obedecesse, em miniatura, – pôr exigência de Karma, talvez – a tudo quando estava contido no velho continente.

A maioria dos seres que habitam o planeta, são ainda vergônteas da raça atlante, compreendendo Húngaros, Bascos, etc., e índios das duas Américas. Nossa opinião, porém, mesmo os positivamente ários, que são representados pelos demais povos da Terra (embora não o queiram “os arianos da última hora ou da decadência do ciclo, fabricantes de guerras e outras coisas mais,,,”) ,possuem em si, o germe da consciência atlante, porquanto, o que predomina na Terra, o que se pode chamar de “mental inferior” ,paixão ou “Karma”, como se denomina em sânscrito.

Foram estas as sub-raças da raça-mãe Atlante 1ª os Romoahal, povos pastores emigrados sob a direção dos “reis divinos”; 2ª os Tlavatli, de cor amarela; civilização pacífica, ordeira, sob a égide de seus Instrutores e “reis divinos”; 4ª os Turânios, raça guerreira e brutal. São designados nos antigos documentos hindus, com o nome de Rackshasas, que ninguém conhece a razão, mas que ... deve ser devido aquela influência lemuro-atlante, que fez cair “próprios deuses”, etc., segundo a nossa opinião. Nesse caso, uma mescla entre “deuses e demônios”... 5ª, os Semitas, povo turbulento e que deu nascimento à raça judaica, depois, na 5ª raça-mãe (a “ária”.

Se tais conhecimentos possuísse quem hoje persegue os judeus, que vergonha não teria?!!!) ; 6ª os Acádios, povo pôr excelência migrador, espalhou-se pela bacia do Mediterrâneo, dando nascimento aos Pelásgos, Etrúscos, Cartagineses e Sitas. Finalmente a 7ª ou última da referida raça, os mongóis, provindos dos Turánios, espalhando-se em todo o Norte da Ásia.

São, por sua vez, sub-raças da 5ª ou aquela que se acha em franco desenvolvimento, as seguintes, obedecendo a respectiva ordem: ARIA (ponto de partida ou “fio de Ariadne”). Ário-semita ou caldáica, Irania, Céltica, Teutônica. Pôr isso que, em franca decadência, através seus ramos e famílias, afim de surgirem, respectivamente, as 6ª e 7ª na razão de Norte e Sul-América, que é, de fato, o motivo do aparecimento de tão excelso Movimento, como é aquele em que estamos empenhados. Donde o termo: Missão Y, pôr abranger todo o continente americano. E no que diz respeito, apenas, à sétima ou sul Americana, etc., de que o Brasil é o Núcleo ou Foco espiritual, como estamos fartos de apontar (Brasil, Terra da Brasa, do Fogo Sagrado, mantido por nossa própria Obra, etc.), dizíamos, temo o nome: Missão dos Sete Raios de Luz, que, alias, com tal título com que a mesma se apresentou desde o seu início, com o nome ainda, DHÂRANÂ. Voltemos a outros documentos interessantes sobra a Atlântida. Muitos autores afirmam que os Guanches são descendentes degenerados dos antigos atlantes. Para esclarecer semelhantes afirmativa, apoiam-se numa asserção lingüística, que é: Esse termo “ghanche” provém do sânscrito Guhaim-namam, que significa nome místico, nome secreto, misterioso. Ora, a Doutrina esotérica atribui aos atlantes, o Dom da Magia, ou dos poderes psíquicos.

Ademais, existe no Pico de Tenerife os famosos “pastores da Goméra”, que empregam uma linguagem assobiada, que herdaram dos “guanches”. As modulações de tal linguagem representam idéias, articulações, sons. Diversos etnólogos, consideram semelhante linguagem primitiva, como vestígios de uma das maneiras de se exprimir, dos antigos habitantes do desaparecido continente”.

Em 1641, D. Afonso V de Portugal, permitiu a D. Henrique, que povoasse as ilhas dos Açores. E assim, na “Ilha do Corvo”, na parte mais afastada do lado do Ocidente, foi encontrada uma estátua representando um cavaleiro apontando com a destra o OCIDENTE algo assim, como quem diz: a próxima evolução se acha daquele lado, e não mais, do Oriente!) Na rocha, onde a mesma se encontrava, haviam inscrições em caracteres desconhecidos. Esse colossal monumento é mais antigo do que Tiro e Cartago.

Julga-se que a mesma pertenceu aos “atlantes”, que sendo poupados do grande cataclismo, possuem o nome de Quanzés ou Guanches.

Os atlantes, sobre os quais reinava atlas, devem Ter sido os mais antigos povos da África, e muito mais antigos, ainda, do que os egípcios.

A teogonia dos atlantes, transmitida pôr Diodoro Sículo, introduziu-se, provavelmente, no Egito, na Etiópia e na Fenícia, no momento dessa grande invasão de que fala o “Timeu de Platão”, de um grande povo que saiu da ilha Atlântida e lançou-se contra uma grande parte da Europa, África e Ásia. (Epoques de la nature, vol.I. pág. 170 – Buffon).

Entre os gauleses existia a tradição de que os antigos celtas tinham vindo de ilhas distantes do lado do poente, expulsando das terras, que passaram a ocupar, seu primitivos habitantes, hoje considerados como de raça finica . Hu-Gadan, seu herói epónino, condutor de povos (um manu, portanto, pois o mesmo termo Hu-Gadan, Garden, Jardim, etc., quer dizer: o que conduz ou serve de guia ao Paraíso, ao Éden, ao Jardim terreal, etc., o que tanto vale, pôr uma Terra Prometida ou Canaan...), inventor do arado e do barco, civilizador como Quetzalcoatl ou Nenqueteba, trouxera os celtas de longínqua terra ocidental do oceano atlântico. Daí, a teoria que indica PORTUGAL – Portus-Gallie, ou porto dos galos, gauleses, etc., para essa chegada, onde subiram à Galiza, dominando depois, a França, Gália, estendendo-se a Valónia ou Galónia, Bélgica atual; atravessando o estreito e dominando as ilhas Britânicas: País de Gales, Gaeledonia ou Caledonia. Mais tarde, seus chefes militares, atiraram-nos pôr toda Europa até o Oriente: Gália cisalpina, Galícia, Galácia, Galiléa. Alguns apontam, também, os famosos Galas da Abissínia.

Para terminar tão longa anotação citemos a sublime passagem do Hari-Purana, que se aplica a todas as idades ou ciclos, pôr isso mesmo, a todas as catástrofes, quando a humanidade entra em decadência ou se afasta da Lei, como o fizeram os próprios reis atlantes:

“Duzentas idades divinas haviam apenas de corrido (o que tanto vale pôr uma idade de Brahmã), o que Purusha (o macho celeste)” ficou em fúria, fazendo vibrar a sua voz pôr por todo o Universo, a ponto dos astros e os mares ouvirem o que Ele dizia:

“Pôr que transformando eu e a minha substância, tudo tenho criado: o éter, a luz, o ar, a água, a matéria? E pôr que nesta lancei eu o Germe Universal, donde saíram todos os seres? E eis que os animas se devoram uns aos outros! Que os homens se batem, irmãos contra irmãos, fingindo desconhecer o meu poder, pois que só tem uma preocupação: destruir a minha obra e fazer triunfar, pôr toda parte, o mal contra o bem. – Assim, sem esperar a realização das mil idades divinas, estenderei a noite sobre o Universo (o que se entende, também, com a Kali Yuga ou “Idade negra, sombria” , etc.). E as criaturas vão volver à matéria: a matéria na água, a água na luz, a luz no ar, o ar no éter, que é a minha própria substancial. E a água donde saíram todos os seres vivos, destruirá esses mesmos seres”.

E Vishnú, ouvindo tais palavras, dirige-se a Brahmã:

“Ó tu, ilustre Senhor do Universo, dos deuses e dos homens. Tu, Onisciente e Onipotente a que todo o Universo obedece, , que me fizeste sair de tua pura Essência para conservar a criação, abranda a tua cólera e concede graça ao Universo”.

Mas Brahmã não podendo modificar o que desejava realizar, diz a Vishnú: Procura um santo Homem, e Eu o salvarei, a Ele e a sua família. E ele repovoará a Terra.

Sim, a Lei não pode revogar o que ela mesma traço, na sua marcha evolucional para o divino, isto é, do Ponto de Partida para o Ponto de Chegada.

O santo Homem a ser procurado outro não é senão, o Manu, como ”repovoador da Terra”, inclusive, aquele Tamandaré das lendas tupis. Ademais, Homem ou Manu, provém do Manas sânscrito, que quer dizer: mental, pensamento, etc.

E quanto à sua “família”, o clã ou “ramo racial” que o mesmo devia guia à Terra Santa, etc. Toda e qualquer outra interpretação, não passa de “letra que mata”, ao invés de “espírito que vivifica”.

Ela, a Bela adormecida – sumida em profunda solidão – só pode perceber, através de suas pálpebras diáfanas... os terríveis monstros que a cercam, como um sonho caótico passasse diante de seus olhos. Suas pupilas acostumara-se ás trevas do fundo do oceano... E ela olha e torna a olhar. E sentindo o remorso de outrora, pensa de si para si: Todos esses monstros são seres traiçoeiros, crescidos no ódio, na cobiça, na inveja, no sensualismo, e na falsidade... e é a razão porque mutuamente se destroem... com ódio sem igual! Flutuam, também, pelo abismo das águas, restos daquelas paixões bestiais, que ocasionaram a minha destruição, paixões estas que fortalecem ainda a ferocidade dessas bestas marinhas! Quão infeliz eu sou!...

“Não te fies no canto das sereias”, dizem as velhas lendas das gentes do mar, pois que, "as sereias cantam para fascinar os homens, atraindo-os para as profundezas do oceano... onde se acha entesourado tudo quanto de mau conserva o coração humano!

Que sonhos horríveis! Que lutas tremendas e fatais! Tudo aí parece refletir o que se passa no mundo em estamos vivendo!

Que sonhos, que pesadelos, que angústias, que martírios! Quando terminará tão tremenda visão? Não poderá ela sair de tão profundo sepulcro onde jaz adormecida?

Será que a própria Humanidade não se afundará também nesses imensos abismos, procurando perscrutar no coração da Adormecida, os seus próprios destinos?

Tais horrores não lhe farão vibrar os nervos?

E que dizer de um Príncipe encantador para despertar a “Bela adormecida”, a “Branca de Neve” no seu sepulcro de cristal?

Quantas vezes, perseguidos os homens por alucinantes pesadelos... despertam agitados e banhados em suor! Tremem de medo os seus membros e nervosamente, pulsa o coração.

É isto verdade ou não passa de ligeiro sonho, embora que doloroso? E logo o coração se alegra de Ter sido um simples sonho! Sonho? Ilusão? Realidade sim, no que diz respeito á traição de outrora, a queda, a miséria, a ruína, a confusão tremenda entre o Espírito e a Matéria!

Sucederá o mesmo com a nossa civilização de hoje, desde que outras catástrofes já a sujeitaram ao merecido castigo por se afastar da Lei, nos vários ciclos em que é repartida a vida universal?

Sim, outras catástrofes se sucederam e sucederão ainda!

Quão infames e terríveis essas guerras impiedosas, em que os mais fortes, sem dó, nem piedade, julgam-se no direito e destruir os mais fracos, os mais humildes!

Proclamando ainda pôr cima, que “foram eles os perseguidos, os que tiveram seus territórios invadidos, quando não, sob a mais revoltante desfaçatez, que assim procederam como seus defensores ou protetores!

Ali, também, nas profundidades oceânicas se desencadeiam guerras tremendas entre nações, entre classes, entre indivíduos, tal como se dá no mundo em que vivemos!

Pois que é bem o espelho onde se reflete tudo quanto acontece á luz do sol!

Que é a nossa atual e decadente civilização, senão a própria alma atlante desviada dos superiores princípios, digamos, custodiados na sua “oitava cidade”?

E pôr que razão essa mesma civilização que se julga elevada ao pináculo da glória, ao máximo da evolução, falando em “século de luzes”, em progresso e outras coisas mais, nega a existência de sua própria origem, mesmo que antes tivessem existido outras três raças-mães em relação com a própria descida do “Espírito na Matéria?” Sim, pôr que não lhe há de servir de exemplo o tremendo castigo, que a própria Lei (que a tudo e a todos rege), infligiu a semelhante civilização?

Razão de pairar sobre a sua cabeça aquelas mesmas ameaçadoras palavras do “festim de Baltazar” – MANE – THECELPHARES, isto é, “Pesado, medido e contado”, na razão do Karma, ou lei de ação e reação, que tanto vale pôr aquela sentença atribuída a Jeoshua, ou seja: “Quem com ferro fere, com ferro será ferido”. Ou aquela outra do Corão, possuidora do mesmo sentido: “Dente pôr dente, olho pôr olho”. E que está pagando o tributo cármico de suas imprevidências e crimes, respondem os horrores que se passam no mundo!

O momento atual, já o dissemos em outros estudos é bem semelhante ao que fez dizer o apóstolo de Patmos: “A grande Babilônia tornou-se a morada dos demônios e o repasto de todos os animais que nos causam asco, porque, “as nações beberam do vinho de sua impudicícia e os reis da terra se prostituíram com ela” ...

Como outrora: ALEA JACTA EST! Senão: DELENDA CARTHAGO!

Só fôramos obrigados a seguir as idéias pessimistas daquele poeta italiano, que se chamou Leopardi, deveríamos desprezar a quem louva a natureza.

Admirando o poeta a perfumosa flor que cresce, solitária, nas inclinações do Vesúvio, outrora adornadas pôr alegres quintas e ruivos campos de espigas; com jardins e palácios gratos ao ócio dos potentados; com cidades famosas, que foram fulminantemente destruídas com seus habitantes, pela ígnea boca daquele orgulhoso monte, com suas torrentes e lava, com ele exclamaríamos:

“A queste piagge

Venga colui che d’innalzar com lode

ll nostro stato há in uso, e vega quanto

E il gener nostro in cura

All’ amante natural....

 

Mais piedosa que a natureza, parece ao poeta a gentil florzinha que, compadecida do mal alheio:

“Al cielo

Di dolcissimo odor mandi un profumo

Che il deserto consola”...

 

Aquela formosíssima costa, como uma das mais belas do mundo, mas de reconhecida ferocidade, logo depois de um cataclismo, volta a reunir em seu seio os pobres camponeses que, pouco a pouco se vão aproximando, respeitosamente, do temível gigante, cujo fumegante penacho se tinge de brilhante luz durante as horas noturnas. Enquanto os seus rubros e trêmulos reflexos nos dão a impressão de miríades de demônios, que vomitados de suas estranhas, fossem bailar na superfície das águas.

Bem verdade é que, num rápido instante as mortíferas lavas e ardentes cinzas reduzem à miséria aquelas pobres famílias, que regaram o campo “com o suor de sua fronte”! Mas logo passado o perigo, não mais se preocupam que uma nova erupção lhes possa apanhar colhendo os frutos de tão exaustivo trabalho!

Aquela formosa região, que tanto entusiasmo causa a todos os viajantes do mundo; que possui uma ilha onde nasceu Graziela, cuja piedosa história nos é narrada pôr Lamartine de um modo tão poético, dizíamos, será um paraíso ou um inferno? Terá razão Leopardi? Tão cruéis serão as leis da Natureza para não haver justiça na Terra? O infeliz poeta de Recanati, raquítico, enfermo, órfão do amor que foi forçado a conservar em seu peito; que se sentia tão grande, mas incompreendido, tanto em seu lar, como em sua Pátria, não podia sorrir nem cantar as belezas da vida se a tristeza lhe acabrunhava a alma.

Não. Leopardi, como outros muitos, ignorava que a Natureza está regida pôr leis inflexíveis, pôr isso que não ordena, obedece... Quando o homem chegar, conscientemente a se dominar, dominará ele também a Natureza, porque, conhecendo e obedecendo às suas leis, submissa e escrava, a Natureza obedecerá às suas ordens.

Porém, enquanto imperar o egoísmo entre os homens, os elementos transbordados serão tão caprichosos e cruéis, como a humana natureza...

Quanto ao fato de não serem compreendidos os grandes Gênios na Terra, estamos fartos de proclamar: “Eleva-se o homem na vida e se choca com a família; si se eleva ainda mais, choca-se com o povo; se mais ainda, com a nação e, finalmente, com o mundo inteiro”...

A velha civilização atlante continua adormecida, como nós durante a noite. E não despertará enquanto os homens, pôr sua vez, não abrirem os olhos à Luz da Verdade, da Bondade e da Beleza!

Vivemos subjugados pela matéria. A vivíssima Luz do espírito não pode penetrar, subitamente, como um facho aceso, em nossa alma. Pela mesma cratera que irrompia, apagou a água o fogo transbordante que em nós vivia, como dissemos no começo deste estudo, quando estávamos a contemplar a velha civilização adormecida no fundo do oceano e pôr baixo do rescaldo eterno víamos as suas cinzas...

Aquele fogo é Vulcano, é o Espírito, o Deus que, pôr ser turbulento, expulso foi dos céus e ao cair a terra ficou “para sempre COXO”. Tal simbolismo quer dizer que, embora o espírito humano caísse dos céus, é temporariamente imperfeito.

Pôr isso mesmo, semi-divino, semi-humano ou infernal, desde que este termo provem de “in-fera” ou lugares inferiores, como soe acontecer a este baixo ou inferior mundo em que somos obrigados a viver.

“Deuses fomos e nos temos esquecido” dizem as próprias escrituras sagradas. E pela boca de S. Agostinho: “Vimos da Divindade e para Ela havemos de ir”.

A água representa a Matéria. Daí a luta entre Vulcano e Netuno. Essa mesma luta de que falam os livros orientais, entre o Eu e o Não-Eu, O Espírito e a Alma humana. Para erguer a Atlântida de seu sepulcro, onde tem vivido pôr longas idades, vira o “coxo Vulcano” em seu auxílio.

E isso, quando no fragor de terrível batalha, maior do que todas as outras, ressoar o clarim dos Devas luminosos, proclamando a Vitória do Espírito sobre a Matéria.

O clarim ressoará mui distante, mui acima dessa mansão sepulcral, pois que, tão admirável SOM partirá dos céus repercutindo nas entranhas da Terra, embora que as diáfanas e massacradas pupilas da pobre Adormecida não possam ver mais do que as conchas empunhadas pelos monstros marinhos. Do mesmo modo que seus enfraquecidos e atordoados ouvidos, apenas os roucos sons que reclamam os mesmo Devas para a Luta Final. As crateras das montanhas sentirão, novamente, as carícias do fogo. Nuvens de vapor, produzidas pela luta entre os dois elementos, destruirão os monstros e “ELA” irá levantando-se aos poucos de seu funéreo leito até alcançar a superfície das águas, qual aconteceu a Vênus nascida das suas espumas. Senão a mesma Fênix ressuscitada de suas próprias cinzas...

Adeus, sonhos terríveis! Adeus, monstros ferozes!

SIC ILLA AD ARCAM REVERSA EST

“Assim voltou Ela para a Arca” ou Agarta. Assim saiu Ela do mesmo Lugar... Sim, para anunciar ao novo Noé (anagramaticamente EON, ou a manifestação da Divindade na Terra, digamos sem rebuços, o Manu racial...), o florescer dos campos! E então, a gentil avesinha saudará o Sol nascente com seu canto suave e melodioso!

E com isso, um novo Continente, uma nova Raça, uma Nova Civilização!

Desperta, alma humana ao jubiloso canto da avesinha que saúda o Sol, Fonte de Luz e Vida! Recebe, ó civilização, o beijo da Luz, dessa Luz Divina, que é Vida da Vida. E em dupla forma, Amor e Mente Universal!

Os olhos daquela que dormiu durante séculos, estão voltados para o OCIDENTE, embora que do Oriente viesse, até bem pouco, a Luz que banhava a superfície da Terra! Hoje o oriente fundiu-se no Ocidente, como rezavam as velhas profecias, inclusive aquela sibilina da Serra de Cintra, em Portugal.

País do Ocidente, “Ilha Imperecível, que nenhum cataclismo pode destruir”, Morada dos Deuses, SHAMBALLAH, enfim, estreitamente ligada a terra de Badezir, Basil ou BRASIL! Tal como as muralhas de Jericó, destruído foi “o sepulcro de cristal”, ao soar dos clarins dos Devas luminosos!

Estas gravuras reproduzindo 3 deuses da Mitologia egípcia, demonstram que a lenda cristã de S. JORGE recua aos mais remotos tempos da História.

E com isso, a BELA ADORMECIDA, com a linda cabeleira dividida ao meio, abre os olhos, desperta, contempla o SOL Místico ou Surya (cujo último ou 7º é SVARAJ...), livre do encantamento em que viveu durante séculos sem conta.

Qual Brunhilda, ou mesmo, BRANCA DE NEVE, a BELA ADORMECIDA, extasiada diante de seu “príncipe encantador”, Aquele mesmo que veio despertar de tão amargurado letargo, seu coração começa a pulsar, pleno de Amor e de Alegria, além do mais, pôr não haver perdido a sua incomparável BELEZA de outrora: aquela que lhe concediam as próprias Musas ou graças divinas!

Contemplando as “Sete direções cósmicas” (e não quatro, como o julga a ciência oficial), “ELA” vê refletida em cada um desses pontos, a Imagem de seu Bem-amado, seu Amo e Senhor... E então, compreendendo os excelsos mistérios de sua própria vida, ergue as mãos para os céus e começa a entoar um Hino de Amor aos Sete Reis divinos – os “Sete Reis de Edon”, nascidos do REI DOS REIS, ou Aquele que é ao mesmo tempo UNO E TRINO!

Sim, porque, o APTA foi novamente construído na Terra, pois ACKDORGE acabou vencendo o Dragão Infernal. 12

12 O clichê dos 3 deuses da mitologia egípcia, como civilização mais próxima que foi da atlante, pôr isso mesmo, herdeira de quase todas as tradições, vem demonstrar que a lenda do S. Jorge cristão – em tudo semelhante a de Perseu e Andrômeda, inclusive o cavaleiro que salva a princesa, matando o dragão que tentava devorá-la – possui uma origem muito mais remota do que se possa imaginar, digamos, atlante.

De acordo com as “sete chaves cabalísticas”, ou maneiras de interpretar as coisas, trata-se do simbolismo da “queda do Espírito na Matéria”, senão ainda, do próprio Planetário da Ronda á frente das hostes celestes (devas luminosos, anjos, etc.), em luta contra o “anjo rebelde”, por sua vez, dirigindo, “as hostes negras ou sombrias”. Com outras palavras: “o arcanjo Mikael ou Miguel expulsando do céu a Belzebuth”, segundo a alegoria cristã.

Em outras teogonias mais antigas, Belzebuth tanto vale por Gezebruth, “o deus ou dragão da pedra bruta”, ou seja aquele que se oculta nas inferiores cavernas do mundo terreno (ou Orco), o que tanto vale pelo termo sânscrito “atála” com o significado de “carência de lugar”, “oitava esfera ou Região do Não-Ser”, como nós mesmo a cognominamos. Em oposição, digamos , a uma oitava ”loka” (loca ou lugar; em nosso idioma), sua antípoda no mundo superior ou divino. Pôr isso que na classificação sankhya e de alguns vedantinos, tanto se fala em Brahma-loka como Rakshasa-loka, embora que aquelas pôr nós referidas, estejam em posição mais afastada, ainda, uma da outra...

Bem se poderia dizer que no céu, o lugar onde se reflete ”a mais profunda caverna (ou loka) do Orco” , é aquela que se conhece com o nome de ”Saco de Carvão”, nas proximidades da constelação do ”Cruzeiro do Sul”, cujo nome lhe veio justamente por não haver em semelhante “lugar”, o menor lampejo de um astro, estrela ou corpo brilhante com que se enfeita o cerúleo manto do Firmamento.

Nesse caso, ”carência de lugar”, como o significado do termo sânscrito ATALA...

Jorge, George ou Gorge, como é chamado em certa línguas, valem pelas duas sílabas finais do “cavaleiro Ackgorge ou ACKDORGE” das tradições transhimalaias, como “comandante em chefe dos exércitos do Rei do Mundo” (do Grande Senhor), de Maitri ou Maitréia.

Nesse caso, semelhante ao mesmo arcanjo Miguel ou Mikael, que deu combate aos exércitos do Mal, e que se acha à porta do “paraíso terrestre”, com sua espada flamígera, não para que ali não volte mais a primeira parelha humana, como quer a Bíblia, mas até que chegue a idade do andrógino vitorioso, na razão do que antecedeu a chamada “queda no sexo”...

Ackdorge, como “escudo de Maitri”, representa o tronco ou Origem da prodigiosa série dos YOKANANS, como Arautos ou Anunciadores daquele mesmo através dos seus avataras, senão mesmo de todos os manús raciais, desde que MAITRI eqüivale – como planetário da Ronda – ao Manú-Semente e Manú-Colheita. Por isso mesmo, todos os demais preciosas Folhas dessa prodigiosa ÁRVORE DA SABEDORIA, como os próprios Budas o são, da de ADI-BUDHA. Donde o precioso lema de certa Fraternidade do Norte da Índia, ou seja: ADI-BUDHA, VAHAM BUDHA, como significado de Budha veículo de Adi-Budha, o que só por si explica tudo mais quanto nos fosse dado revelar sobre tão transcendental mistério...

Bem se pode dizer que, ACKDORGE é, ao mesmo tempo, o escudo defensivo da própria Humanidade, até que se manifeste em sua forma integral, o mesmo MAITRI, como Redentor Síntese, ou antes, o verdadeiro Prometido ou Anunciado, desde tempos imemoriais, pelos Rishis, Munis, Arhats, Sibilas e profetas.

Talvez pôr isso, a atração das massas, mesmo que inconscientemente – pelo mais moderno símbolo de ACKDORGE, ou seja, S. JORGE, a começar pelos “adeptos da macumba”, hoje vergonhosamente refletida nos centros espíritas, através da chamada “linha de Umbanda”, etc., etc., justamente pela falta de cultura teosófica (referimo-nos à nossa, desde que não estamos aqui servindo de porta-voz às leituras corriqueiras dos velhos compêndios hoje postos à margem pela exigência de novas revelações, com a finalização de um ciclo para o dealbar de um outro portador de melhores dias para o mundo).

Miguel ou Mikael, é um dos sete arcanjos da igreja, figurados no candelabro das sete velas, nas sete trombetas da “visão de Ezequiel, etc., que em nada diferem dos DHYANS-CHOHANS ou “Espíritos Planetários” das mesmas tradições orientais, como também, dos Amesha-Spenta ou Ameshapend, como sete gênios benfeitores, que na religião mazdeísta, assistem a Ahura-Mazda.

É forma degradada de quanto vimos desenvolvendo até agora, a chama da “linha de Ogum”, no africanismo, pois Ogum tanto vale pôr

S.Jorge e possui os sete seguintes aspectos: Ogum, como chefe, Oguniê, Ogum-teché, Ogum-naí, Ogum-tab ou djab, Ogum-farad e Ogum-balad, embora que muitos lhes dêem erroneamente, nomes diversos. E como OGUM quase sempre se apresente ao lado de Amanjá – que é “mãe d’água”, tanto vale por Maria (ou Lua),pois que tal nome provem de “mare”, o mar, como por Vênus, “nascida da espuma das águas”, amabas simbolizadas pela deusa hindu, Naráyana, que vaga sobre um cubo na superfície das águas. Mas, em verdade, a matéria Akashica, como “véu de Maria ou de Maia”, por sinal que, da cor do céu e também do mar. Não é o manto da Virgem Maria, dessa mesma cor? Em resumo, dentro dessa mesma qualidade de Matéria (a Akashica) onde se deu a referida batalha entre os Devas luminosos e os sombrios, rebeldes ou caídos, com os respectivos chefes: Mikael(ou Michael) e Belzebuth,que nada tem com Lúcifer, como julgam muitos, a começar pela Igreja, Lúcifer ou “porta-luz” refere-se ao planeta Vênus, quando se levanta no Oriente antes do Sol. E que também poderia ser aplicado ao arcano 15 do Taro, no seu sentido cumárico (de Kumaras ou “portadores da Chamas “ ”Leões ardente”, etc., estreitamente ligados aos mesmos Dhyans-Chohans ou espíritos Planetários, que as escrituras teosóficas, erroneamente, denominam de “inter-planetários”, quando estes, de fato, são os comandados, os dirigidos, o exército global, cíclico ou serail, enfim, sob a direção de cada um dos referidos, “Planetários” ou Dhyans-Chohans).

E como tudo isso tenha a ver, ainda, com a teoria dos avataras, subentendida no que já foi dito mais acima, ou seja aquela Árvore de Sabedoria, donde os mesmos se originam, etc., na lenda dos ARGONAUTAS, estes, depois de visitarem Lemnos e Samotrácia, as duas ilhas jinas do mar trácio, célebres pôr seus cabires e jinas, cruzam diante de Tróia, onde ficam Hércules e Hylas; detêm-se ainda na Propontida visitando ao Artonesos Cícico, e quando já no Bósforo Trácio do “condutor de vaca”, encontram a primeira Chalcis, a Crisópolis ou “Cidade Sagrada”, de Calcedonia de Bythinia (a Bythos, ou “abismos das águas”), das ófitas da Propóntida), onde desafiaram (não esquecer que os Argonautas são representados por 12 Iluminados, na razão dos 12 signos zodiacais, etc.) ”ao terrível javali”, o cabir, viraj ou avatur hindu, o avatara verraco, sucessor do avatara-peixe e também do “tartaruga”, por sua vez, antecessor do “avatara-leão” , “avatara-macaco” e, finalmente, o avatara-homem, com que os livros sagrados orientais simbolizam as várias etapas evolucionais, na razão das 3 primeiras raças, que a bem dizer, de humanas nada possuíam, (a não ser, 3ª mesmo assim, verdadeiros “demônios, ciclopes, assuras, etc.” ...), pois, que na 4ª com o equilibrante, ou seja a atlante, foi onde só fundiram as duas categorias de seres encarregados da Antropogênese, na razão de ”assuras” ou passado, sob a égide dos Pitris lunares ou Bharishads, e Agnisvattas ou Pitris solares, que tanto vale pôr futuro, ambos agindo na construção do presente, ou seja, a Ronda atual a que pertencemos...

De fato, a gravura que nos proporciona neste comentário tão profundo estudo, aponta 3 deuses distintos, do mesmo modo que 3 animais, dentre eles o crocodilo, etc., ou essas mesmas etapas evolucionais, ás quais o homem não deve volver, e sim, esmagar, inclusive, a puramente psíquica “lemuro-atlante”, tão do gosto e paladar das massas ignaras, como sejam: o espiritismo (melhor dito, animismo), o hipnotismo, as ridículas facetas com que se apresentam as várias religiões existentes no mundo, pôr serem, de fato, embaçados espelhos onde se reflete a Religião – Sabedoria ou TEOSOFIA, “como Ciência dos deuses, super-homens, Mahatmas, Gênios ou Jinas.

Por isso que, depois da Atlântida todos os avataras só poderiam Ter expressões humanas, pois que o estado de consciência em desenvolvimento na raça Ária, como a 5ª da Ronda, é o do Mental ou Manas, Manú, o Homem, etc.

Para terminar:

A humanidade; qual Prometeu acorrentado no Cáucaso ou “cárcere carnal” (o “pote de argila” bíblico), pende – na balança de Mikael ou Miguel – para o lado do Mal ou Belzebuth, na razão dos “Nirmanakayas Negros, encarnados e desencarnados” como já dizia H. P. Blavatsky, para não apontar os ”rakshasas negros” , que tanto influíram na ”queda da Atlântida, ou os famosos Titãs que quiserem escalar os céus, e depois... destruir as invulneráveis muralhas que interditavam a 8ª cidade (fazemos lembras 8ª loka ou região celeste, que tem por antípoda, a possuidora do nome sânscrito ”Atala”), como o disséssemos neste mais do que ESOTÉRICO trabalho, por ser de fato, um a nova Revelação. Razão porque, deveria tomar por símil a ACKDORGE que, esmagando comas 4 patas de seu cavalo, o dragão por ele mesmo alanceado (os 4 princípios inferiores teosóficos, esmagados pelos 3 superiores, a Tríade, a Mônada, a Consciência Imortal) aponta ao homem que deve fazer a mesma coisa, isto é, dominar os seus instintos inferiores o espírito do Mal que nele reside, isto é, o “dragão do Umbral”, e que se refere o inspirado Bulwer Lytton, no seu iniciático romance ZANONI. Mau Karma, proveniente de suas vidas anteriores, e na presente aumentado, pôr continuar “afastado da Lei, devido a sua Ignorância (avidya) das coisas superiores ou divinas, Karma também de sua origem, na razão da “queda do Espírito na Matéria”. Por isso que deve alcançar a sua própria redenção, superação, etc., por esforço próprio, na razão do “Fazei por ti, que Eu te ajudarei”. Todas as notas do autor.