Sentido Iniciático dos
Doze Trabalhos de Hercules
comentários de
Henrique José de Souza
Dhâranâ nº 13 e
14– Janeiro a Junho de 1960 – Ano XXXV
As lendas da antigüidade,
cristalizações poéticas dos ensinamentos emanados dos templos, referem-se com insistência,
a um país maravilhoso, na região donde o Sol se põe, isto é, no
Ocidente. Os papiros egípcios citam-no como o Amenti,
ou melhor, Amen-Ti, o País Oculto e também, já
particularizando determinado lugar dessa mansão
maravilhosa, falam da Montanha do Ocidente, como sendo a Mansão das Almas osirificadas, justamente onde iam viver aqueles que,
iniciados nos mistérios, imortalizavam-se e atravessavam o umbral de Ro-sta.
Ro-sta dava para a
sala de Maat, a deusa da Verdade. Ao passar a essa
sala, o Adepto, o Osíris N. defrontava-se com os senhores que rodeiam o sol do
Ocidente, podendo exclamar as palavras que encontramos no cap. CXVIII de
"O livro da Morada Oculta":- Eu nasci em Ro-sta. Aqueles que estão entre as múmias me dão os encantos
favoráveis no lugar sagrado de Osíris. Meu caminho é nas
Moradas de Osiris".
Hieroglificamente era Ro-sta representada pela cruz ansata.
O círculo dessa cruz é a boca humana, por onde se manifesta o Verbo; o Tau ou a cruz propriamente dita, ou Ros-ta
é o caminho pelo qual a Monada, o Peregrino, o Hansa brahmanico, o Cisne Branco
do ciclo arturico ou dos cavaleiros do Santo Graal, Grasalis, o sol místico, no final das contas. A tradição
indiana, ao falar dos Jvatmas, as Centelhas ligadas
perenemente ao Espírito Universal, enuncia: "Nesta infinita Roda de Brama,
morada de todos os seres, peregrina o Hansa, pensa o
Eu, diferencia o Governador" (Shvêtashuatara)
Foneticamente, podemos ler a cruz ansata, de Ankh, ou da Vida, como
-Ra e Ta, Ta- Ra, a deusa da Sabedoria
na Índia; Ro-Ta, o caminho por excelência, ou Ta-Ro, os arcanos que nas suas laminas encerram todos os
mistérios da Vida.
Ro-sta, pois, na
linguagem dos hierofantes, era a entrada para a
mansão dos eleitos, denominados pelos latinos - Campos Elíseos, cujo
umbral chamaram de Angus, útero, vereda propriamente dita, onde se
verificam as dores do parto. O aspirante á Imortalidade, ao nascer para o Mundo
da Verdade, atravessava um portal simbólico e suas angustias são assimiladas ás
da maternidade. Por isso diziam os místicos cristãos, referindo-se ao Adepto -
o Homem das Dores; e podemos recordar uma epistola de Paulo, o Ungido, aos
coríntios quando asseverava: "Sofro de dores de parto até que encontreis o
Cristo (ou Ego Superior, elucidamos nós) no vosso Homem Interno". Na
Índia, antes de nascer espiritualmente, o candidato, o discípulo trajado com
vestes brancas ou cândidas, atravessava a Vaca Sagrada, a Vaca de cinco Pa- tas, emblema da Terra, a
grande Mãe ou Mater-Rhéa(da composição destas duas
palavras surgiu a
palavra matéria) Bhumrú. A Vaca Pentapoda
era toda de ouro puro, o qual vem a simbolizar o mesmo ouro filosofal dos
alquimistas.
Passando Ro-sta,
o Adepto demandava o Amen-Ti, o qual, no plano histórico,
só poderia ser atingido pelos homens depois que "Colombo abrisse a porta
de seus mares", na idéia de Castro Alves; e, muito antes todavia, após
Hércules ter afastado a Europa da África para abrir o caminho para o mundo
ocidental, a terra do mistério, os viajantes desses mares encontraram na África
e nas Canárias avisos nos quais se proibia a navegação para Oeste. O consenso universal que prestigiou um reino que não era o
seu", - e a
América veio a ser para a Humanidade a Aurora
da Libertação.
Passemos agora a estudar os doze trabalhos de
Hércules em relação com as doze casas zodiacais pelas quais passou
simbolicamente a Obra da SBE completando seu ciclo
astrológico (este artigo foi escrito quando a mesma completou 12 anos
de existência). No caso, a SBE vem a ser o Sol.
Hércules, ou Heracles, o deus solar grego, é
derivado do nome sânscrito Hari-Kulas, o Senhor Sol,
o Espírito Planetário da Ronda, o Mel-Khalt fenício,
que quer dizer, o Senhor da Cidade, em correspondência ainda com o Ogma gaulês, nome esse que lido anagramaticamente vem a dar
os de Mago e o africano caótico Ogam.
Simbolizam os 12 trabalhos as provas
iniciáticas por que passava o postulante.
Passado o sol pelas 12 casas zodiacais concluiu um ciclo astronômico, e todos
os ciclos secretos se baseiam no Simbolismo de Hércules. A precisão dos
equinócios, ao fim de 25920 anos marca um ciclo grande ligado ao mistério das
estrelas polares ou o "Olho de Druva", que
vela por sua filha Terra.
1- O Javali de Erimatho
Erimantho é oriundo de Heros
Mantheia, que em grego quer dizer - o conhecimento do
espírito, simbolizado no javali. Êsse animal aparece,
em todas as Tradições, como Símbolo da Sabedoria Secreta. Adonis,
Thamus e outros iniciadores foram destroçados por
javalis. Varaha, o javali, ao contrário, foi quem
matou o demônio Hiranyakha, que mergulhara a Terra no
abismo das águas.Gautama, o Buddha,
dizem as lendas, morreu de uma indigestão de carne de javali. A alegoria é
clara: foi obrigado a desencarnar, como todos os grandes Iluminados que em
excesso deram conhecimentos esotéricos á Humanidade.
2 - O roubo dos cavalos
de Diomedes
Este termo,
contração de Dios-Medos, do deus dos
medas, dos zoroastros ou guardiães do
misterioso Fogo Celeste que se manifestará com Losuóch,
na Idade do Ouro, como 10 avatara de Visnhu, o Kalki-avatara, o cavalo
branco das tradições indianas
3 - O roubo dos bois de Gueryon
Os bois solares, ou
de Guer-Io, o Senhor de Isis, representados, no Egito
pelos bois-Apis e Mnenis. É
este outro símbolo que se relaciona com o da Vaca Pentapoda
brahmanica, no que concerne a Osíris, o aspecto masculino
da Divindade; ao passo que Io, a terneira
cantada por Esquilo, é a própria Isis, sua esposa e irmã. Mais um passo e
compreendemos que a India é a Mãe da Humanidade, e o
Egito seu Pai, porque se o sacerdote da terra de Khemi
era a encarnação do poder filosófico e cientifico, o Adepto Indiano, no seu
profundo misticismo, representava a encarnação do Amor, essa característica
feminina. Delineiam-se assim, os dois caminhos apontados em todos os livros
sagrados, representados por nações: Jnana e Bhakti; isto é, Sabedoria e Devoção, os quais se completam
com o do Karma, lei de causa e
efeito, bem expresso nos povos da Asia Menor.
4 - O roubo das maçãs de
ouro do Jardim das Hesperides
O termo grego Hesperos, Hesper ou Vesper, a estrela matutina e vesperal, Venus, Lúcifer , Portadora da Luz, Phosporos, Shukra, de onde vieram , no dizer dos sábios, as
altas inteligências cósmicas que deram a esta humanidade o intelecto,
representado na mitologia grega por Prometeu. Esse termo tem patente ligação
com Pramanteia, o pramanta,
a cruz védica de onde brota Agni, o fogo sagrado, o espírito
que anima. Pois no jardim das Hespérides as Atlântida,
as sete filhas de Atlas, guardavam os pomos da Arvore da Sabedoria, aquela que
os hebreus colocaram no seu Gan-Eden, junto à Arvore da Vida. Ficavam esses maravilhosos jardins na Atlântida,
cujos restos, conhecidos como a ilha de Posseidonis vem a ser o 4 continente ou o Kusha-dwipa
puranico. Transplantando as maçãs para toda a bacia mediterrânea,
Hercules fez com que ali florescessem os mais venerados mistérios da
antiguidade.
Ao simbolismo desse
divino roubo(na verdade: uma prodigiosa transplantação
de experiências imprescindíveis á evolução humana), prende-se o formidável e
capital mistério da queda ou descida no sexo, queremos dizer, a perpetuação da
espécie mediante a geração sexual, consoante a tradição judaico-cristã ainda
conserva apesar de não a saber interpretar. O "pomo de Adão"
atravessado, como diz o povo, na garganta do homem, tem, de fato, relação
intima com o centro psíquico Vishuda, situado nessa
região, o qual tem ligação com Venus. Como força sutil da natureza ou "tattwa", Venus é o Akasha,
origem psíquica do Som, que faculta ao homem a expressão das idéias. A
modificação das cordas vocais, quando o varão surge no adolescente, é a prova assas
conhecida e bastante comprobatória de que Visnhuda e
o Sexo influenciam-se mutuamente.
5 -
Limpeza das
cavalariças de Angias, rei de Elida
Achamos logo
correlação entre Elida e Helios, e a seguir Augêis, cujo nome, em grego, designa luz, raios de sol,
etc. Consistiu esse trabalho hercúleo em limpar as imundícies milenares das
estrebarias que simbolisam este baixo mundo das
animalidades, para que o sol do espírito pudesse manifestar-se na Terra e
propiciar o advento da Satya Yuga,
a Idade de Ouro vaticinada pelos profetas, videntes e pitonisas de todos os
tempos. Assim, só assim, poderiam os cavalos do carro
de ouro do Sol cavalgar a Terra, conduzindo o Senhor da Luz na Mercavah, o carro de fogo.
6 - O Combate contra a amazona
Hipólita
O
sexto trabalho
de Hercules é um dos maiores enigmas, e representa vividamente o mistério da
redenção sexual da Humanidade. Jamais foi falado sobre a Terra o significado
supremo deste símbolo, nem mesmo pelos grandes Instrutores ou Iniciados que, de
ciclo em ciclo, espalham-se por entre o gentio de todas as nações as verdades
eternas e seus sentidos remidores. Seria aqui um
lugar ótimo para desenvolvermos ante o olhar claro de nossos
leitores comentários amargos sobre o panorama abrasado pelas guerras e
delitos sexuais em que - peregrinos punidos pelas contingências cármicas - nos debatemos. Para tanto, não há espaço nem
propósito, pois os leitores podem e devem compreender isso, apenas volvendo
para dentro de sí mesmos, meditando e achando no seu
Cristo interno o mestre que, qual Virgilio para Dante, lhes mostrará o inferno
de sua personalidade e a quantos ganharam a carne como
castigo. É melhor, portanto, discorrermos sinteticamente sobre este trabalho,
oferecendo aos nossos irmãos em Humanidade, elementos riquíssimos para meditarem
e salvarem-se enquanto é tempo.
Este trabalho vela
sobre o mistério das grandes profântidas que outrora,
no segredo dos santuários entreviam, na
profética tremulina das chamas de Agni, o destino dos homens e dos povos.
Essas mulheres, profântidas, sibilas, pitonisas,
mulheres divinizadas, enfim, resguardavam nos templos
a própria sabedoria representada por Aura-Mazda, pela
luz "Sûrya", pelo ardor de Osiris e pelo amor infinito de Dionisios,
expressões varias, porém idênticas do próprio Verbo, quando se há de
apresentar, no fim deste negro ciclo que entenebrece o mundo, quando ele vier
no seu flamívoro cavalo alado, o Avatara
do País de Calquis. Elas estavam relacionadas com o
nome da própria rainha das Amazonas - Hipólita. É por
isso que vemos as amazonas contra-postas heroicamente
ao amor humano, em todas as lendas e tradições. Só Hércules, não com sua força
bruta, mas por ser o símbolo vivo do próprio mistério que elas custodiavam,
podia vencê-las.
Encontramos,
perpetuados pelos bardos, nos cantos nórdicos, o portentoso e iniciático ciclo
dos Nibelungos; e nêle
vemos as mesmas amazonas com o nome de Valquíria,
filhas de Votã e da deusa Herda, e Mãe Terra (Mather Rea ou matéria) as quais
tinham o alcandorado destino de acender no peito dos
mortais a ânsia da imortalidade, que se concretizava no heroísmo que os levava
a pugnar na eterna liça deste baixo mundo pelo amor ideal de todos os
Iluminados - a Fraternidade. Valquíria, Val-Kyrias,
(vale dos Kyres, Kurus,
etc), Kuretas, Kyrias são
vocábulos prodigiosos radicados ao Kuri sânscrito, os
filhos do sol, a raça eleita das tradições com o papel de conservar a Ciência
Secreta de nossos maiores. Daí a origem pretérita da Cures ou Torre,
cidade dos sabinos, fundada por Médio Filho e Himela, seus deuses superiores e termos outorgados como
títulos honoríficos aos chefes das curias
romanas, que recebiam, como símbolo de sua delicada e responsabilíssima
função social, uma pequena lança de ferro chamada de hasta pura . Essa haste romana era uma espécie da
"Balança da Justiça", que presidia todas as transações jurídicas do
direito quiritario (kyris).
Por esses étimos constata-se que as Valquíria eram a
perfeita representação do eterno feminino que corporifica as aspirações nobres,
ou seja, a expressão tradicional da própria Sabedoria, as deusas Isis, Astartéa, Anat, Semiramis, Minerva, Palas Atenéa,
etc,etc.
A chave sexual deste
símbolo faculta a compreensão da constante luta entre o Homem e a Mulher, permanentemente
condicionados á ânsia passional, mas realizando o desígnio oculto da evolução:
queremos dizer com isto, praticando sua unificação no Filho, que vem a ser o
resultado do choque amoroso. Envoltos nas ondas tumultuarias da paixão, o Homem
e a Mulher vão, apesar de tudo, evoluindo até chegarem ao dia da "redenção
do pedaço original", em que eles, harmônicos entre si, desaparecem no Andrógino,
devido ao equilíbrio das propriedades solares e lunares de sua triplice constituição.
7 - A Corça Cerinita
Nas montanhas da Arcádia vivia a corça Cerinita, de galhos de ouro e patas de bronze,
consagrada a Artemis pela ninfa Taigeta. Incansável,
desafiava todos os caçadores que a perseguiam. Hercules, durante um ano, por montes
e vales, perseguiu-a até os Hiperbóreos. Cansada, a corça retrocedeu sobre seus
passos para a Arcádia, onde se refugiou no santuário da deusa. Aí, Hercules a
alcançou, mas não a matou em atenção aos rogos de Apolo e sua irmã.
A
alegoria é clara: a Arcádia, a Arca onde se conservam as sementes de todo ser
vivente, ou seja, os mundos divinos das regiões inferiores é a mesma terra
chamada de Agarta pelos hindús,
a Arghya, símbolo da Lua de onde procedem todos os
seres na Terra, e que hoje se esconde aos olhos obscurecidos dos homens, nas
invioláveis cidades subterrâneas. Por riso a corça lunar, já aureolada pelos
fulgores do Sol, calça o bronze atlante de que eram feitos seus
cascos; e poude ser consagrada a
Artemis, a Deusa da Pura Luz, á Casta Virgem, que em tempo algum conhecera as
alegrias do himeneu nem as máculas do amor, representando
a própria verdade solar como Taigeta, uma das Pleiades, Mamas ou Amas de Kartikéa,
o Salvador segundo a concepção brâhmanica, ou melhor,
o Chefe dos Guerreios Celestes - o Akdorge das tradições transhimalaias
- que virá, cavalgando seu níveo corcel, abrir as portas da Idade de Ouro.
Estando a corça Cirinita
diretamente ligada á tradição dos atlantes, é patente que Hercules vence no seu
sétimo trabalho, o mistério do antigo povo vermelho, cujas relíquias iniciáticas
se encontram custodiadas na verdadeira Cidade Eterna (não só por ser eterna,
mas por conter em si a própria eternidade) de Agartha,
ou Arcádia, onde, dia e noite, fulguram Apolo e Artemis, o Deus do Fogo e a
Deusa da Luz, expressões da própria Divindade, desdobrada, duplificada
na maravilhosa e pulquérrima geminação, para consumar o enorme sacrifício da Criação. Esses deuses
tinham ( e têm) em Hercules seu próprio rebento ou,
para jogarmos com um símbolo conhecido no ocidente, o Verbo feito carne.
8 - O Touro de Creta
Posseidon, o Senhor das Águas, o Netuno grego,
ofereceu a Minos, Ménes, Manú de Creta, um touro que se tornou furioso porque o rei
não o quis oferecer em sacrifício ao deus. Tornou-se o terror da ilha, até que
Hercules o capturou e domou. Evidencia-se neste hercúleo trabalho a fúria
da lei do Touro, dominante na 4a sub-raça atlante, a qual tirou seu nome - Tirânica
ou Turnanica - justamente por ter vivido sob o
influxo do signo zodiacal de Taurus. Essa lei
levantou-se, no arrebol da nova raça nascida na Advarsha,
o berço dos Arias ou Aries, o Carneiro, e dirigida
pelo Manú Vaisvasvata até
as ubérrimas terras de Sapta-Sindhavas. Até aqui o símbolo, agora o seu sentido: em
plena raça ariana Hercules subjuga a tradicional magia atlante, representada no
furioso touro, o quaternário inferior.
9 - A Hidra de Lerna.
Era
filha de Tífon (Típhaon) e
de Ecdna (Echdina).
Horrível dragão de sete cabeças habitava os pântanos marginaes
de Argos; seu halito era peçonha que envenenava todo
o país e matava quem o respirasse. A cada cabeça que perdia, nascia-lhe duas.
Corresponde, nas teogonias nórdicas, ao dragão Fafner, que guardava os tesouros dos Nibelungos.
É o símbolo das forças brutas da Natureza elementar. É a expressão, sintética e
medonha, dos monstros apocalípticos da cadeia lunar (antecedente da nossa ou
Terra),ou, mais claramente, os assuras,
os não deuses, os deuses sombrios que perpetuamente assediam os que libertar-se
buscam dos caucásicos grilhões que os cativam á roda dos nascimentos e das
mortes. É, no final das contas, a infausta sombra do Mal que se contrapõe á
fastigiosa luz do Bem. Tífon e Ecdena
tinham na hidra de Lerna o produto
legitimo de suas naturezas. Para matá-la, Hercules teve o concurso de
seu fiel companheiro Iolaos. Esse agitou contra o
animal fatídico o purificador fogo dos archotes acesos nas trípodas
dos templos iniciáticos. Iolaos, a lei de Io, a Lua, Isis, ou Sabedoria Iniciática das Idades. Só o
fogo sagrado da iniciação espanca as trevas da ignorância.
10 - As Aves do Lago Stymphale
O
vale de Stymphale, enquadrado entre altas montanhas,
formava uma bacia onde as águas das neves derretidas empoçavam. Nas suas
margens viviam as monstruosas aves guerreiras de Ares (o deus da destruição, na
mitologia grega), as quais lançavam suas penas como dardos e talavam os campos
cultivados, respatando-se de carne humana. Seja qual
for a etimologia e a tradução que lhe dêem os
mitólogos, para nós, ocultistas, essas são as aves fálicas que se nutrem da
carne sacrificada no carnaval do sexo (carnaval ou carne-vale).
11 - O Leão de Némea
Hercules
esmaga entre seus robustos braços a fera que apavorava os habitantes de Némea. Arranca-lhe a pele para cobrir seu próprio corpo,
como símbolo do sol que, no signo zodiacal, está em exaltação e por isso se
torna invulnerável com os despojos do leão, consoante reza a mitologia. Os
leões ardentes são dos deuses da mais alta hierarquia criadora. Promana deles o hálito vital que anima todas as criaturas e
pode espiritualizar os que a eles se chegam.
Astrologicamente,
o leão é o signo do fogo. Por isso "Dhâranâ"(primitivo
nome de nossa escola iniciatica) foi fundada pelos
deuses a 10 de Agosto quando as Dez Luzes, as Dez Sefirots
se manifestavam em plenitude, porque à STB (hoje SBE) fora incumbido o Trabalho
Mór de preparar os homens - todas as raças
aglutinadas na Terra do Fogo Sagrado ou Brasil - para que o proprio
Hercules, já como Maitri, pudesse vir a manifestar-se
no sublime dia em que Ele, Rei
do Mundo, surja avante de seu reino subterrâneo, á frente de seu
povo, como foi vaticinado pelo mosteiro de Narabanqui-Kure, pelo ínclito
ser enviado de Shamballah, tal qual se pode verificar
no livro de Ossendowski, traduzido em todas as linguas cultas - "Bestas, Homens e Deuses".
12 - Hércules encadeando Cérbero.
Finaliza
o rosário cruciático de seus trabalhos, descendo ao
sombrio Tártaro e encadeando Cérbero, o cão de três cabeças guardião dos reinos
inferiores, para mostrar que na finalização dos "ciclos de necessidade"
todos os homens, já osirificados, habitarão a Terra Interdicta.
Motivo
porque a fraternidade de Kaleb (cão em árabe), no
deserto líbico, situada aos 23 graus de latitude norte,
tem pro emblema o cão que resplandece em Sírius. Um
dos mais prodigiosos períodos egípcios - o ano sótico
- era marcado por Sírius.
A fraternidade de Kaleb, aos 23
graus de latitude norte, tropico de Câncer já o dissemos varias vezes e o repetimos
agora, é uma das mais veneradas pela Grande Fraternidade Branca, porque dela,
nos dolorosos dias em que magos negros prepararam a múmia de Katsbeth ( da hoje redimida princesa atlante Kalibet), saíram os dirigentes da missão que trabalhamos -
Henrique e Helena, ou Pítis e Alef,
como então eram chamados na linguagem mística. Prepararam-se lá para operar nos
planos oculto e histórico, até virem, após lutas
cruentas, estabelecer aos 23 graus de latitude sul esta gloriosa obra
redentora. Capricórnio - o tropico em que atualmente
viceja a Arvore da Sabedoria - está ligado ao profundo mistério dos Kumaras, os deuses que deram o mental ao gênero humano.
Tendo a raça ariana desenvolvido, como lhe competia, o máximo progresso mental,
é claro que a apoteose da obra dos Kumaras deveria de
ser ultimada pela dos "Gêmeos Espirituais", na Terra Prometida.
Conseguintemente, a lei da Causalidade exigiu que o Brasil fosse descoberto por
quem através de seu nome apontasse a representação histórica e oculta dos Kumaras: Cabral.