Mistério do Cálice
LORENZO PAOLO DOMICIANI
Em nosso artigo O MISTÉRIO DO SANTO GRAAL,
publicado em o número anterior desta revista, tivemos ocasião de anunciar que,
no seguinte, seria apresentado aos nossos leitores, O MISTÉRIO DO CÁLICE, que,
a bem dizer, é complemento do primeiro, mas completamente desconhecido de
quantos se dedicam à leitura de assuntos teosóficos e ocultistas, como sol acontecer
a tudo quanto diz respeito ao nosso COLÉGIO INICIÁTICO.
O Mistério do Cálice tem por origem – bem
que tal afirmativa cause admiração aos nossos ilustres leitores – o planeta
VÊNUS, como prova chamar-se de SHUKRA (em sânscrito) a tal planeta, a LUA, de
Soma. São de fato, as duas Taças ou Cálices que no Portal de nosso Templo podem
ser vistas por aqueles que O visitam. VÊNUS é o “Espírito da Terra”. Donde se
dizer que “os principais Dirigentes ou Guias da Humanidade, que são os KUMARAS,
vieram de Venus, portadores de Mel (a
Ambrosia ou Licor dos Deuses, que é a sua Sabedoria), TRIGO (alimento físico, que é o mesmo Pão, Pani, etc., que serve de
origem, também, às diversas Teogonias tanto do passado como do presente”.
Haja vista, o “Pão Nosso de Cada Dia”, do
Padre Nosso cristão, extraído do Kodosch hebreu) e FORMIGA, ou seja o animal que destrói o esforço humano, por isso
mesmo, representando KARMA (“lei de
Causa e Efeito”.) 7 .
Semelhante alegoria tem, ainda por
complemento, os Três Caminhos da Vedanta: Jnana
(o Conhecimento ou o Mel, a Ambrosia dos Deuses, como já foi dito
anteriormente), Bhakti (o Amor, a
devoção), interferindo no alimento físico, que é o Trigo, pois que, o esforço
humano, que é aquele do “ganharás o PÃO com o suor do teu rosto”, também
necessita de AMOR, não só ao Trabalho, como ao próprio Lar ou Família, sem
esquecer o de seus Irmãos em Humanidade (“Amai-vos uns aos outros”), e
finalmente KARMA (mais uma vez o dizemos),
como Caminho central, no qual palmilha “caindo e levantando” a Humanidade
inteira, até que o tenha vencido, quando, justamente, aquelas Duas Conchas da
sua espiritual Balança estiverem em equilíbrio, ou sejam: as do Amor e da Inteligência,
pois, como foi dito antes, o KARMA terá desaparecido, ou melhor, “foi vencido”.
6 A palavra sagrada AUM representa a Tríplice Manifestação
da Divindade. Quando colocada no fim de uma frase, como o fizemos no
texto, tem o mesmo valor do AMÉM cristão, no
sentido de: ASSIM SEJA ou assim se
faça, se cumpra, etc.
7 Pai e Pão são
termos que se completam. Haja vista, em diversas línguas, Inclusive no
tupi-guarani, o termo TUPAN, que é a Divindade (o Sol espiritual, e não
físico). De fato, TU-PAN é o Deus Onipotente na religião dos antigos
brasileiros, e significa: “Adorado, PAN ou Pai. Na língua dos Cários, FENÍCIOS
e Pelasgos, significa o substantivo thus,
thur e tu: “sacrifício de devoção ou
incenso”.
Tudo quanto o homem oferece a Deus, é, na
língua da Ordem dos sacerdotes Cários (donde procede a raça TUPI), T U, fórmula por sua vez cabalística,
como é o termo C A R daquele que
dirigia ou servia de Manu à referida raça, que “de longe velo (da Atlântida) através
do “Mar das CARAIBAS” do mesmo prefixo, como outros muitos que figuram na
língua tupi. O infinito do verbo “sacrificar”, é, no FENÍCIO (com vistas à
fundação do Brasil por Badezir e Yetbaal, já provado no artigo BRASIL FENÍCIO,
etc., em o número anterior desta revista), TU-AN;
no germânico, tu-en; no grego, tu-cri, no latim, tu-eri (venerar, contemplar, olhar, mirar, guardar, etc.); THUS, também no latim, é incenso,
perfume, etc., que se oferece a Deus, ou antes, aos Deuses como seus auxiliares
ou prepostos (com vista aos Ellohim, como plural de Ellohah).
Quanto ao Pão ou Pai, no próprio tibetano, a
excelsa frase OM MANI PADME HUM, com o significado de “Salve, ó Jóia preciosa
do Loto”, esse mesmo PADME equivale a Pão e a Pai, haja vista, quando um homem
ilustre ia em visita ao Dalai-Lama (no Potala, em Lhassa, nome este proveniente
de Lha, espírito, etc.), o mesmo dividia o pão ao meio, ficando com a metade, e
dando a outra ao visitante. Do mesmo modo que, um cálice contendo certo Licor
sagrado para o visitante, e outro para ele. Não é Isso uma “comunhão” fraterna
ou entre irmãos e amigos? O mesmo se deu na Ceia do Senhor:.Este é meu corpo (o
pão) comei-o. Este é meu sangue (o licor, o vinho, etc.) bebei-o.
Como se vê, Jesus, como um Iniciado que era,
da seita dos Essênios (no Monte Mória, onde esteve dos 13 aos 30 anos, tempo
este que a própria Igreja o desconhece por completo), fez uso da Taça ou
Cálice, do mesmo modo que, do Pão, proferindo aquelas palavras na sua CEIA com
os Apóstolos.
O papa atual, que não deixa de ser um
Iniciado... já fez ver, há tempos, “que tanto se poderiaa dizer Pai como Pão,
ao recitar o PADRE NOSSO”.
Para terminar esta longa anotação: O termo
Pan, com o significado, também, de Senhor, ficou nos países orientais, em todos
os tempos! Alexandre Magno foi chamado na Ásia “Pany Alexandros”. Na
Checoslováquia, Polônia, Rússia e outros Países, é usado até hoje nos termos
PANE e PANJE, como alocução “Pane Antonio” é o mesmo que o nosso “Sir Antonio”,
“Pai ou Pani Joannis ou João”, pertence à lenda de certo lugar misterioso, para
alguns, o próprio Polo Norte, etc. (Vide artigo publicado no presente número
desta revista).
E assim, o próprio “Cálice da Amargura”, que
Jesus procura afastar de sua Boca (não querendo sorvê-lo), enquanto pronuncia a
tradicional frase: “Elli, Elli, lama sabachtani”! – não é mais do que o de SOMA
ou da LUA, por ser o do “sacrificador”, o do “Cordeiro de Deus que tirou os
Pecados do Mundo” (“Agnus Dei qui tollis peccata mundi”).
O mesmo Cálice ele o aceita, já transformado
no de SHUKRA, por ser o da Redenção Humana, pois, como dissemos anteriormente,
“Venus é o Espírito da Terra”, enquanto a Lua (cadeia donde viemos), a sua
ALMA. O mesmo Plutarco já dizia: “Enquanto o homem vive na Terra, seu Corpo à
esta pertence. A Alma, à LUA. E o Espírito, ao SOL”.
Esse Cálice ou Taça, possui as suas medidas
canônicas, conhecidas por alguns, por exemplo, pela Ordem dos Monges
Construtores, que deram origem posteriormente aos Rosacruzes que, se diga de
passagem, nada têm de comum com os que hoje apregoam “pertencer às verdadeiras”.
Como se sabe, a missão de Chrlstian Rosenkreutz, seu fundador, não foi
avante... aliás, como sói acontecer à inúmeras Missões no mundo, dentre elas, a
do Cristo, como prova ter terminado em TRAGÉDIA...8 .
8 Do mesmo modo que
nosso Templo obedece às medidas canônicas, e também, à “quadratura do circulo”
(pois, é quadrado por fora e circular internamente), assim também, tudo quanto
nele existe está dentro dessas mesmas medidas, além de possuir os respectivos simbolismos
lniciáticos, inclusive, nas cores, nas colunas, etc. Por isso que, a ria
batismal, como a denominam as religiões correntes, ou recipiente onde são
consagrados os nossos Pupilos – como SEMENTES DA NOVA CIVILIZAÇÃO – tem a forma
de CÁLICE ou TAÇA. E assim, tais crianças ou Pupilos, que “já nasceram das
águas do parto”, pois que, anteriormente o período catamenial, por ser mensal,
era LUNAR ou de acordo com a Taça de Soma (ou de LUA), no da gestação, já
recebiam as influências de VÊNUS – como prova tal período ser idêntico ao da
rotação do referido planeta em torno do Sol – e, conseqüentemente, ligado ao
simbolismo da Taça de SHUKRA. Sem falar em que, Mãe, Mama, Maria e outros
termos derivados, este último, por exemplo, provir de Mane, o Mar, as águas,
portanto. Daí, sobre as pias de água benta – por seu integral conhecimento dos
cânones antigos, os “Monges construtores”, (e rosacruzes, também) terem
assinalado, por meio de Dois MM Invertidos e entrelaçados, o próprio signo de AQUÁRIOS,
e não apenas o nome de Maria, como julga até hoje a Igreja.
Tais “monges construtores” ou discípulos
seus, também foram, por exemplo, que colocaram dois golfinhos nas fontes das
praças de certas cidades, de cuja boca jorra a água, na razão de Piscis e Aquários
(Um ciclo que agora termina para dar começo ao segundo).
Do mesmo modo, na cidade de ouro Preto, uma
Fonte existente em certa praça, e que tem 4 reis, sendo que, “três coroados e
um secai coroa”. E de cujas bocas jorra água. Alegoria à própria queda dos
Anjos ou Divinos rebeldes, pois que, seu Chefe, corno Dirigente da Terra... por
se ter negado à semelhante função, perdeu a sua régia coroa, isto é, um outro
tomou o seu lugar ficando cercado de quatro, inclusive um representando o
faltoso, que é justamente o que não possui coroa. Só mesmo um grande Iniciado poderia
ter feito semelhante Fonte! (Giovanl Papini, como se fora uma criança que
“estivesse quente, por se aproximar do chicotinho queimado”, está multo longe,
entretanto, de certas verdades, a começar pelo titulo de seu livro, que antes
deveria ser: O ANJO REBELDE, em vez de O DIABO). Na rua 1º de Março, na Capital da República,
figura por cima do Portal da igreja chamada CRUZ DOS MILITARES, um girassol
(heliantho). Por mais que se lhe chame de “símbolo pagão”, no entanto a Igreja,
mesmo sem saber a razão, respeitou o referido símbolo, que outro não é, senão,
o do mesmo CRISTO. E a prova é que, o número cabalístico de Cristo, sendo o
“608”, é o mesmo do um ciclo solar (608 dias). Em Paris havia estranho Ser, no
qual foi dado o nome de “O Homem das Catedrais”. E isto, porque, o mesmo andava
com um bastão, e ficava a examinar, horas inteiras, o frontispício dessas
mesmas catedrais, para ver “se obedeciam aos cânones antigos”. Seu bastão não
era mais do que, um padrão dos referidos cânones. De tão elevado Ser possuímos
respeitosa e delicada missiva
Pois bem, nosso Templo, como síntese de
quantos existem no mundo, não podia deixar de possuir os referidos cânones, mas
aplicados ao ciclo atual ou de Aquários, ao qual cede lugar o de Piscis.
E assim, nossos Pupilos, como SEMENTES DESSE
MESMO CICLO de AQUÁRIOS, que é o do futuro avatara, todos eles consagrados numa
PIA com formato de Taça ou Cálice, por terem “ultrapassado o AKASHA – qual acontece
aos Adeptos, serão FONTE INESGOTÁVEL DE RIQUEZA, tanto por sua BONDADE como por
sua INTELIGÊNCIA.
De tais medidas canônicas foi que se serviu
o autor da “Vênus de Milo”, para a (medida) da protuberância de seus seios, por
ser, justamente idêntica a da concavidade da referida TAÇA ou Cálice... Como se
sabe, obediente aos prováveis cânones da supracitada deusa Mitológica, é que
ainda hoje são feitos os “Concursos de Beleza”. Acontece, porém, que, enquanto
a tal “Deus” perdeu os braços, as “deusas modernas”, perderam a cabeça... por
serem “doidivanas”...
Nas escrituras orientais existe uma alegoria
de imenso valor iniciático, ou seja aquela que diz: “os Adeptos mamam na Vaca
Astral ou das Cinco Patas”, equivalente também a um outro trecho que diz: “que
os mesmos se alimentam com o leite da mesma Vaca”. Uma questão apenas de
interpretação dessa maravilhosa alegoria: “Mamar ou alimentar-se com o leite da
Vaca astral ou das cinco Patas”, equivale ao alimento espiritual ou da
Sabedoria Divina. E como esta proceda, por que não dizermos? do Tattva AKASHA,
que não deixa de estar relacionado com VÊNUS. E por Ele fluir os dois Tattvas superiores
ou secretos, aos quais fomos os primeiros a lhes dar os nomes de Anupadaka e
Adi-Tattva, apresentar-se, por sua vez, aos olhos do Iniciado,
Falemos, porém, do CÁLICE em diversas
tradições, servindo-nos de artigo bem nosso, publicado nesta revista, em seu
número 110, relativo a Outubro a Dezembro de 1941:
PURUSHAPURA ou Peshawar, foi durante muito
tempo, “a Cidade do Cálice de Buda”. Depois da “morte” do Mestre, o Cálice foi
levado para ali, onde, por muitos anos, tornou-se objeto de veneração. Nos
tempos do viajante chinês Fah-shen –
aí pelos 40 anos a. C. – encontrava-se ele, ainda no templo que lhe foi
dedicado, isto é, PESHAWAR. O mesmo possuía diversas cores, predominando,
entretanto, o preto. Quanto ao perfil de “quatro Cálíces”, que o acompanhavam,
eram vistos claramente”.
Porém, nos dias de Hauang-tsang, outro
viajante chinês, pelos 650 anos de nossa era, afirma que não mais se encontrava,
tal Cálice,
No Oriente não se pode desprezar a idéia de
um Cálice. No entanto, as lendas de todos os países a conhecem a seu modo, mas
aí, então aquilo que a própria tradição exigiu que ficasse no mundo, em relação
com isto (sim), com o mistério da Tragédia do Gólgota. Referimo-nos, por
exemplo, a de LOHENGRIN que, com outros Doze Cavaleiros, sob a direção de
Parsifal (pai daquele) guardavam o mistério da Taça, por sinal que, “uma Pomba
descia do céu para renová-lo anualmente”.
O Cálice de Buda, segundo as lendas
trans-himalaias, era milagroso e inesgotável: um verdadeiro CÁLICE DE VIDA. Em
nossa própria Obra, um Cálice famoso (com as iniciais JHS), que ainda figura no
Museu de nosso Templo (não confundir com o grande Cálice sobre o altar, pesando
55 quilos... ), o Licor que no mesmo se continha, e era distribuído entre os
Irmãos Maiores (verdadeiro Licor Eucarístico), também era inesgotável. O seu
conteúdo jamais acabava. Ao contrário, o licor voltava ao lugar primitivo. E
quando não mais foi necessário o referido ritual, ele baixou misteriosamente...
e no fundo da frasqueira, um coração cristalizado ali apareceu, de modo surpreendente!
Recordemos o “Cálice de Anritha” e a luta
por sua posse, tal como o relata, de modo tão poético, o Mahâbhârata: “Indra
apodera-se do CÁLICE DO REI NOS NAGAS (nome referente à Serpente sagrada, qual
acontece com o de Srinagar, etc.) e o leva para o céu”.
Segundo as tradições persas, “quando
Jenishid começou a lançar as bases da cidade de ISTAKER (Ísis Staker, “a cidade
de Ísis”, etc.), encontrou-se um CÁLICE milagroso: JINA JENSHID (“o cálice Jina
ou sagrado, misterioso, de origem divina ou agartina, etc., uma espécie de
“Lâmpada de Aladim ou Allah-Djin, o fina ou jênio de Deus, de Allah, etc.). O
Cálice era de turquesa e estava cheio do precioso NECTÁR DA VIDA (Ambrosia dos
Deuses, como já dissemos em outros lugares”).
As lendas do mosteiro de Solovetz, ao tratar
dos personagens do Antigo Testamento, mencionam o “Cálice do rei Salomão":
“Grande é o Cálice de Salomão, feito de uma só pedra preciosa. No Cálice
existem três versos gravados em caracteres simérios, que ninguém pode explicar”.
Com certeza, são os mesmos a que se refere o
famoso Livro de Kiu-té, no capitulo XXXV, que aqui aparecem pela primeira vez,
ao mundo profano, com a respectiva tradução para o nosso idioma:
“Tantas
vezes beberei neste cálice Quantas o
inundo exigir a minha presença, Como Espírito de Luz e de Justiça... .
Por mais veladas que sejam tais palavras,
claríssimas o são para aqueles que já possuem a Mente Iluminada. Queira, pois o
leitor dedicar-se, ao menos, a meditar sobre elas... e grandes cousas acabará
descobrindo. Sim, porque, como disse muito bem o “meigo nazareno”, “Aquilo que
Eu faço, vós podereis fazê-lo”.
No supracitado LIVRO também figura uma outra
passagem, onde se compara o “Cálice com a Balança”, embora mais longo do que o
primeiro versículo:
“Dois pesos desiguais para duas medidas Iguais...
Assim está separado meu corpo
Nas conchas da Balança.
Até que as mesmas se fundam
Naquele Cálice onde tenho bebido
]Do sangue, que é mais dele do que meu!...
Até lá outros O sorverão por mim!
Muito mais difícil que o primeiro para ser
desvendado, no entanto, faremos aqui... algumas insinuações: “Balança” não é o
signo de VÊNUS? E não se fala (já o dissemos antes) num CÁLICE DE SHUKRA
(Vênus) e outro de Soma (Lua) ? Fica o restante para ser desvendado por quem
possuir o coração Puro e a Mente iluminada.
Os muçulmanos de Khandakhar possuem também
seu “Cálice Sagrado”: Em Karhan também existe um Cálice denominado Faa-faga.
Desse “cálice bebem aqueles que fazem parte dos GRANDES MISTÉRIOS (como os
Irmãos Maiores, outrora, na S.T.B.). No Sétimo dia eles anunciam:
“Ó Mestre! O maravilhoso tem que se manifestar”!
Nas Cerimônias da Vedanta, do Budismo e do Mazdeismo, utiliza-se sempre o precioso
símbolo do “Cálice da Vida”. Jatâca narra a origem do “Cálice de Buda”: “... Então das quatro terras (os Quatro
Pontos cardeais. . . ) vierem 4 custódias do mundo e 4 cálices de safira (não
esquecer que a Terra é o 4o globo de nosso sistema, etc.). Buda, porém, os
repeliu. Voltaram a oferecer 4 cálices de pedra negra (muggavana) e Ele movido
de compaixão pelos 4 jênios, os aceitou (não esquecer, ainda, que estamos na Kali-Yuga
ou Idade Negra, que “merece compaixão” de todos os Grandes Iluminados. O
próprio termo Maitri, segundo Burnouff, no seu dicionário da Língua sânscrita,
embora que não seja a forma transcendente do referido termo, quer dizer: “compassivo,
compaixão, etc.”) 9 .
E assim, colocou Ele um dentro do outro, e
ordenou: “que se tornem um só (ninguém compreendeu o simbolismo até hoje, que é
o seguinte: os 4 Budas terrenos que se tornam um só, no final da Evolução da
Mônada).
E as bordas dos 4 cálices se tornaram
visíveis como desenhos. E de fato, os 4 cálices em um só se tornaram. O Buda
aceitou alimento no Cálice recém-formado e, havendo provado do que nele se
continha, rendeu graças” (sim, porque o alimento
O Lalita Vistara, descrevendo “Os
Sacramentos do Cálice do Buda”, atribui ao Bhagavad (o Bem-aventurado), este
significativo sermão, ou discurso, se o quiserem:
“Tributa respeito a Buda, em nome do CÁLICE,
e este será para ti corno um vaso de Sabedoria (sim, por ser o Vaso ou Taça de
Shukra, Vênus, etc. Na Ladainha de todos os Santos, no Cristianismo, se
encontram esses dois termos latinos: Vas honorabilis, Vas lnsignis devotionis,
ou sejam: Vasos de honra, Vasos de Insigne devoção, termos estes, que dizem
respeito aos Manasaputras, ou “Filhos do Mental”, que depois de terem cumprido
o seu dever na Terra, “foram postos em custódia” ou no Sanctum Sanctorum de nossa
Mãe Terra”. Nós o sabemos, mas a Igreja interpreta o termo “postos em custódia”
de modo diferente).
Se ofereceres o Cálice aos teus iguais, Ele
não permanecerá nem em memória, nem em juízo (sim, porque esse termo equivale
ao de Jesus: “Não atireis pérolas aos porcos” ou o “Margaritas ante-porcus”. De
fato, a maioria dos homens não merece o Tesouro da Sabedoria Divina, porque o
desperdiçam inutilmente, isto é, em seu próprio proveito, confundindo, na
maioria das vezes, essa mesma Sabedoria, com “poderes psíquicos” ...). Mas
aquele que oferecer o Cálice ao Brida (Bula e Cristo são termos idênticos, pois
ambos significam: Ungido, Sábio, Iluminado, etc.), não será esquecido nem em
Memória (Inteligência), nem em Bondade (Amor, Devoção). Esse Cálice, Arca de Vida,
novamente será descoberto. Pouco importa qual seja o CÁLICE, o fato, porém, é
que O Síntese de todos ELES – qual ARCA Diz, VIDA ou de “Aliança com Deus”, a
LUZIR se acha no Altar de nosso Templo. E sobre Ele paira, a POMBA DO ESPÍRITO
SANTO.
9 O último Buda Vivo da Mongólia (o 31º da série representativa do Rei do Mundo)
usava um anel de pedra negra.
Revista Dhâranâ nº
3 – Julho - Agosto de 1954 – Ano XXIX
Compilado por Eliseu Mocitaíba da Costa