Dhâranâ nº s 112 – Abril a Junho de 1942 – Ano XVII

Redator : Prof. Henrique José de Souza

 

SÃO TOMÉ DAS LETRAS

CONSTITUIÇÃO GEOLÓGICA

Esse quoque in fatis reminiscitur, affore tempus,

Quo mare, quo tellus, correptaque regia coeli,

Ardeat; et mundi moles operosa laboret

Tela reponuntur manibus fabricata Cyclopum.

Poena placet diversa: genus mortale sub undis

Perdere, et ex omni nimbos dimittere coelo.

(Ovidio, Metamorphosis, I, 257).

 

A Geologia, como todas as ciências positivas, baseia seus ensinamentos na observação colhida do estudo da Natureza e nas especulações de ordem teórica elucubradas pelos especialistas na matéria. No caso particular desse ramo da Ciência, dada a vastidão do problema, é indispensável que essa análise coerentes das hipóteses explicativas da formação dos sóis e planetas. Construídas tais hipóteses, mais, ou menos ilógicas e coerentes, procura a Geologia entrever o nascimento de nosso Planeta de uma nebulosa primitiva, (1) que, passando por várias etapas chega a constituição de um

Sistema Solar, tal como se nos afigura pela observação telescópica, Da mudez das rochas procura essa Ciência aprender lições sobre os primórdios da Vida da Terra, classificando as observações e as experiências segundo vazios critérios, cotejando os resultados obtidos. Assim é que, como todos sabem, os principais fatores que intervêm, nessa sistematização, longamente elaborada pelos sábios, são os vestígios de certos animais e plantas – os fósseis – encontrados no seio das rochas, a composição química e estrutural (2) dessas mesmas rochas e ainda a disposição relativa das diversas camadas constitutivas da crosta terrestre. Da harmonia que ressalta, ao primeiro exame, entre os conceitos dos geólogos e as teorias evolucionistas dos seres vivos, foram estabelecidos, com certa segurança, os critérios que permitem fixar no tempo essas formações da camada exterior do Globo terrestre.

 

O TEMPO GEOLÓGICO

A Geologia divide a idade da Terra em cinco grandes etapas, denominadas eras, Em cada uma, grupam-se os tipos de terrenos formados em idênticas condições, com características semelhantes e dentro de largos limites de tempo, que formam (períodos orçando por muitos milhões de anos. Desse modo, os cinco grupos correspondentes às cinco eras geológicas receberam os nomes de Primitivo (Arqueozóico e proterozóico), Primário (ou Paleozóico), Secundário (ou Mesozóico), Terciário (ou Cenozóico) e Quaternário (ou Atual) , relacionados com o tempo de sua formação. Distinguem ainda os geólogos, dentro de cada era, tipos de terreno mais afins, que constituem os sistemas em que se subdividem os grupos (3) e formados em um tempo mais restrito, denominado período geológico; esses períodos, por sua vez, admitem subdivisões menores, que são as épocas, durante as quais se formam os andares, e que são a menor unidade de tempo geológico.

Sobre o valor médio desta unidade de tempo não chá ainda noção precisa, variando de muito as opiniões dos mais eminentes conhecedores do assunto.

 

A CRONOLOGIA OCULTA

A Tradição Antiga da Índia apresenta-nos um quadro cronológico, referente à evolução de nosso Planeta, que merece ser apreciado e meditado, a fim a de poderemos compará-lo com os dados oficiais da Geologia. A unidade de tempo dessas cronologias é 4.320 anos (4) e, partindo desse valor, dão os Hindus para as "Idades" (Yugas) os seguintes números:

Idade negra (Kali-yuga) .......................................................... 432.000 anos 365 ¼ dias

Idade de bronze (Dwaipara-yuga) ........................................... 864.000 “ “

Idade de prata (Treta-yuga) .................................................... 1.296.000 “ “

Idade de ouro (Krita ou Satya-yuga) ....................................... 1.728.000 “ “

Grande Idade (Maha-yuga, igual à soma das anteriores) ...... 4.320.000 “ “

Kalpa (1.000 Grandes Idades) ..............................................4.320.000.000 “ “ “

Segundo, ainda, os Hindus, o Kalpa equivale ao tempo completo da evolução de um Sistema Solar, como o nosso, com seus planetas girando em torno do Sol, e afirmam que desde o começo da evolução do presente Sistema Solar, isto é, desde o início da condensação da nebulosa primitiva, já se escoaram 1.955.884.742 anos, estando atualmente em atividade o Globo Terrestre, em seu quarto grande ciclo ou Ronda, desenvolvendo o quinto período racial, que é dado como tendo começado há cerca de um milhão de anos. Da observação feita pelos geólogos, pode concluir-se que a evolução das espécies vegetais, animais e humana segue "pari passu" a formação dos diversos grupos geológicos, correspondentes às cinco Eras: com efeito, o aparecimento progressivo de fósseis característicos de cada uma, e sempre em ordem crescente de complexidade evolutiva acompanhando a transformação da crosta terrestre, parece demonstrar clara e positivamente que houve fases bem distintas de Vida da Terra, separadas umas das outras por grandes convulsões telúricas, verdadeiros cataclismos, interessando todo o Planeta.

 

GEOLOGIA E TEOSOFIA

De acordo com os dados fornecidos pela Ciência Iniciática das Idades, a Teosofia, vários cataclismos houve de capital importância na historia da Terra: foram os que destruíram o antigo continente Lemuriano e Atlante, a terra Vermelha ou o País de Mu, dos quais há vestígios claros e insofismáveis, postos em evidencia pelos estudos modernas da Geologia e da Arqueologia.

Os mais eminentes geólogos, SCLATER, GARDINER e BLANDFORD entre outros, falam-nos de um continente que, segundo suas pesquisas deveria ter existido entre a Ilha de Madagascar e as costas orientais da América do Sul (a Ilha da Páscoa ao largo das costas chilenas atesta esta hipótese) abrangendo a Oceania, denominado de Gondwana e caracterizado pelos fósseis deixados pelos grandes criptógamos vasculares, gênero das felicineas, denominado GLOSSOPTERIS. A existência desse continente é admitida abarcando desde o Permeano, fim da Era Primária, até o Eoceno, na Era Terciária. Ora, segundo a Cronologia hindu, acima citada, este continente viria a corresponder à Lemuria, que foi a parte do Globo em que evoluiu a 3a Raça-Mãe, cujo início recua no tempo a 18.000.000 de anos, coincidindo com o aparecimento da Humanidade, já separada em sexos, que evoluíra das formas andróginas primitivas, apontadas estas últimas pelas tradições e mitologias de todos os povos e já suspeitadas por alguns pesquisadores modernos. Há ainda vestígios claros dal desaparecimento desse Continente, que teve seu máximo esplendor na Era Secundária, o terceiro grande ciclo geológico da Idade da Terra, correspondendo portanto ao terceiro Continente e à terceira Raça-Mãe. Os terrenos desse continente desaparecido em virtude de um grande cataclismo que

convulsionou a face do Planeta, pertencem a formações arcaicas (siluriano e, principalmente, permeano, que lhe formaram a base, seguindo-se os terrenos do secundário, notadamente o triássico).

No Brasil existem terrenos desse sistemas, exatamente na região Sul-Mineira, superpostos às formações do Arqueano e Algonkiano, da Era Primitiva, que se estendem, essas últimas, desde o Nordeste, nas costas do Ceará, até o litoral de Santa Catarina, constituindo o COMPLEXO CRISTALINO BRASILEIRO (6), arcabouço pétreo das serras do MAR e MANTIQUEIRA, já tantas vezes apontada nos estudos desta Revista como uma das regiões mais misteriosas do nosso Brasil.

A Atlântida segundo o Dr. Patrocle Campanakis, constante de trabalho, em grego, apresentado por ocasião da comemoração do 4o Centenário de Cristóvão Colombo, em Constantinopla, e reproduzido pelo Dr. Domingos Jaguaribe em sua magistral – Brasil Antigo, Atlantide e Antiguidades Americanas.

 

A ATLÂNTIDA, A TRADICÃO E A CIÊNCIA

Podemos hoje afirmar que, embora a ATLANTIDA ainda não seja considerada oficialmente como realidade, já o é entretanto, por numerosos arqueólogos e geólogos, havendo sobre o assunto vasta bibliografia, que atinge atualmente à ordem dos milhares (7), e onde ressalta com exuberância de provas, a existência real do continente Atlante (8) – cujo último vestígio desapareceu há 11.506 anos, segundo a tradição. Segundo os dados da Ciência dos Iniciados, a Atlântida deveria ter existido desde a Era secundária (Cretáceo, correspondendo à decadência da Lamúria) até o Pleistoceno – Era quaternária, cujo início alguns geólogos estimam em 120.000 anos passados – tendo atingido o apogeu no Eoceno superior, exatamente quando um grande cataclismo deve ter destruído a Lemuria ou Shalmali, segundo os Hindus. O quadro seguinte dá uma idéia clara dessa cronologia, referente aos dois continentes lemuriano e atlante, de acordo com os dados dá doutrina secreta de todos os tempos:

Reprodução de rico exemplar do arenito de São Tomé das Letras, medindo 1,10 m x 0,70 m, considerado valioso e original. Este lajedo foi trazido para o Museu Nacional pelo Dr. Felix Guimarães, quando da excursão que fez àquela localidade, em comissão de estudos. (Reprodução do BOLETIM DO MUSEU NACIONAL, Vol. XIII, Nos 3 e 4 de Setembro a Dezembro de 1037, pág. 120)

 

Eras: Sistemas:

 

PRIMITIVA Arqueano

Algonkiano

Cambriano

PRIMÁRIA Silariano

Devoniano

Carbonífero

PERMEANO

TRIÁSSICO (apogeu da Lemuria) LEMURIA

SECUNDÁRIA Jurássico

Cretáceo

Paleoceno

TERCIÁRIA EOCENO (apogeu da Atlântida)

Oligoceno ATLÂNTIDA

MIOCENO (1o cataclismo atlante)

Plioceno

QUARTENÁRIA PLEISTOCENO

Atual

 

Com o afundamento da Atlântida, par sucessivas convulsões da crosta terrestre, datando a primeira catástrofe de cerca de 850.000 anos, no período mioceno, surgiram os terrenos de formação mais arcaicas ainda, que deveriam ater visto a evolução das duas primeiras Raças humanas (os Hiperbóreos) dando uma nova feição à face do Planeta, juntando-se às camadas remanescentes da Lemuria.

Não está longe o dia em que a Arquealogia, a metafísica dos geólogos, venha lançar jorros de luz sobre esta questão, esclarecendo-a de uma vez por todas.

 

CONSTITUIÇÃO GEOLÓGICA DO SUL DE MINAS

A região Sul-mineira pertence, geologicamente faltando, ao grande Complexo Cristalino Brasileiro, de formação remotíssima, pois os dois sistemas aí encontrados (arqueano e algonkiano) constituem o Grupo Primitivo, aquele que se formou imediatamente após o resfriamento dia crosta terrestre, segundo os dados oficiais da Geologia. Nessa zona, onde se encontra a cidade jina de São Thomé das Letras, as camadas do algonkiano, mais raras que as do arqueano, formam três tipos de terreno, bem estudados por Orville_Derby, que os denominou de "Séries de Lavras, de Itacolomí e de Minas", As rochas que ai se acham são genericamente classificadas como quartzitos ou arenitos metamórficos e sua composição varia segundo a região. Em São Thomé das Letras predomina o tipo Itacolumito ou Arenito Flexível do Brasil, constituído por grãos de areia (quartzo – sílica anidra) ligados por um cimento de mica (orto-silicato hidratado de alumínio e potássio – gênero sericita) que lhe empresta seu brilho sedoso e flexibilidade característicos. As propriedades da clivagem das minas (9) se refletem nos itacolumítos, permitindo que se obtenham grandes tábuas desse arenito, que facilmente se destacam da rocha, com a simples introdução de uma lâmina de aço entre as camadas nitidamente estratificadas. Outro característico dessa rocha típica de São Thomé das Letras é a presença de "arborizações" de oxido de manganês, também chamadas "dendritos", que emprestam à rocha curiosos aspectos, como se vêem nas gravuras junto, fotografias das amostras que os membros da S.T.B. trouxeram de São Thomé em suas excursões de caráter científico.

 

Aspectos típicos da formação geológica dos terrenos circunvizinhos de São Thomé das Letras.

A presença do óxido de manganês, por sua dissolução na água, dá ainda uma coloração amarelo-oca, rosado, à massa do arenito, impregnando o cimento sericitoso.

 

OS DENDRITOS

Como ficou dito, a água tendo em dissolução o óxido de manganês, penetra segundo os planos de estratificação naturais da rocha, seguindo o caminho de menor resistência, o que trás em consequência o aspecto de curiosas arborizações encontradas nos arenitos de São Thomé das Letras. Tal é a explicação do fato, aceita pelos estudiosos do assunto.

 

Pedaço de silex, fotografado do natural, contendo desenhos que se assemelham a caracteres de escritura oriental (Reprodução da gravura da Prancha 11).

 

Entretanto, em artigo publicado na Revista "L'INITIATION", números de Janeiro e Fevereiro de 1905, o autor apresenta interessantes pesquisas sobre os "gamahés", que são pedras com desenhos gravados ou em relevo, atribuiu, do o aparecimento desses traçados à impressão plasmada nas rochas pelo fluido magneto-vital dos homens e mesmo dos animais. Afirma o signatário do estudo citado, J. A. Lacompte, o seguinte:

"Os "Os gamahés (1) existem nos três reinos. São desenhos, algumas vezes relevos naturais que se descobrem principalmente no sílex e no mármore. Vejo neles, não um simples acaso, mas a irradiação do espírito em certas circunstâncias".

 

Neste sílex, por ebulição vulcânica, formou-se um crânio secionado verticalmente, deixando ver toda a parte esquerda interior. Em lugar do cérebro, distingue-se confusamente uma paisagem; mas todo o resto é de uma nitidez perfeita, embora disforme em certos pontos, no nariz, por exemplo. O olho, cor de ferrugem, está vitrificado, isto é, visto ao microscópio tem o aspecto de uma cereja dessecada. Esta aparência é frequente, para os olhos, em gamahés por ebulição. Na base do pescoço se encontra, em S, uma outra peça anatômica que parece um sacrum cortado verticalmente.

Por cima da cabeça anatômica, estão gravadas em relevo duas personagens, uma velada de branco e a outra muito claramente, com calças bombachas; a parte anterior do braço esquerdo, flexionado, está como que carbonizado. Os pés não têm forma, mas todo o resto está bem claro. Dimensões: 4 cm de altura por 3 cm, de largura. (Reprodução integral da prancha 9. do artigo citado no texto).

 

(1)- Julgo inútil lembrar ,aqui os diversos étimos atribuídos a este vocábulo. Aliás, poupo importa. Na minha opinião, gamahé vem de KAMAA, palavra árabe que significa "relevo".

Esta origem se explica facilmente: os primeiros alquimistas que observaram as pedras de alquimia eram árabes. Camafeu vem também de Kamaa." Como o autor chama a atenção para o sílex, que guarda estreita analogia, sob o ponto de vista da composição química, com os arenitos, ambos pertencentes à família do quartzo (anídrico silícico) vem a propósito citarmos a opinião desse autor, ocultista de renome, que talvez encontrasse nos arenitos de São Tomé das Letras algo mais que simples depósitos de óxido de manganês, feitos ao acaso no interior da rocha.

 

Fragmento esculpido em arenito argiloso (grés), representando dois cavalos atrelados a um carro, provavelmente. (Reprodução da gravura da Prancha 11)

 

COMENTÁRIO FINAL

A distribuição geológica dos terrenos, no Brasil, merece alguns comentários de ordem geral, principalmente se procurarmos estabelecer as relações entre as Idades dos terrenos e o que a Teosofia nos ensina sobre essa parte do Continente Americano. Segundo a Tradição, o vale do Amazonas, o chapadão do Roncador, em Mato Grosso, a região de Ponta Grossa, no Paraná (Vila Velha) , a zona Sul-mineira e a faixa litorânea do Estado do Rio de Janeiro (Serra dos Órgãos, da Estrela e da Tijuca, no Distrito Federal) são regiões das mais remotas, que viram florescer antiquíssimas civilizações, há muitas centenas de milhares de anos, e às quais ainda está reservado atualmente o papel de verdadeiros sacrários das sementes das raças futuras.

 

Cabeça de animal, cão ou lobo, entalhada em sílex branco e amarelo (Reprodução da gravura da Prancha 10, artigo citado).

Se observarmos a constituição geológica dessas partes do Brasil, vamos encontrá-las classificadas entre as mais antigas, a começar da Era primitiva – o grande Complexo Cristalino Brasileiro, que se estende de Norte a Sul do País; seguem-se terrenos Primários, compreendendo o vale do Amazonas, a parte de Mato Grosso a Este de Cuiabá , e que se estende até o Roncador e, no Paraná, a zona de Vila Velha, todos esses terrenos de formação devoniana, segundo estuados dos ilustres geólogos Dr. Euzebio de Oliveira (10) , Clarke, Kayser e Katzer; encontramos depois formações do período permeano, no Sul de Mimas, mescladas com o arqueano e algonkiano, em São Paulo, Paraná e Sta. Catarina.

Da Era secundária, temos no Brasil, terrenos do Período Triássico, no Paraná, Mato Grosso, Goiás e São Paulo, caracterizados pelo Dr. Gonzaga de Campos e denominados de "Serie de Botucatú" e do Período Cretáceo no Nordeste do País, faixa litorânea, e em São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul e Mato Grosso. Os terrenos desse período no último Estado citado foram estudados minuciosamente pelo eminente geólogo patrício Euzebio de Oliveira, a quem já nos referimos anteriormente.

 

Amostra do arenito de São Thomé das Letras, colhida pelos excursionistas da S.T.B., vendo-se claramente as "arborizações", um dos característicos das rochas daquela região.

 

A grande faixa de ficaria que se estende, pelo litoral, de sul para norte, desde as costas do Espírito Santo até o vale do Amazonas com ramificações em São Paulo e Minas Gerais pertence ao Grupo Terciário, e é caracterizado pela presença de xistos, alguns betuminosos, como os da Bahia e S. Paulo, e argilas de varias tipos.

 

Dessas considerações, vê-se que as terras do Brasil pertencem às mais antigas formações da crosta do globo, a que pertencem as serras que bordam a Guanabara, com seus monumentos pétreos, de uma vetustez arquimilenar, como a Pedra da Gávea, o Corcovado e o dedo de Deus, o que concorda com os dados da Teosofia, calcados em conhecimentos outros de muito maior valor, apesar de não reconhecidos pela ciência oficial, urras convergindo todos para o mesmo ponto . As massas continentais do Brasil são pois, restos das terras de Shalmali e o País de Mu, corre seus magnificentes templos, relíquias do passado grandioso de nossos ancestrais, hoje cobertos de espessas camadas de vegetação e rochas, que os ocultam aos olhos profanadores do mundo.

 

(1)          Kant, Laplace, Faye, estudaram a questão e formularam suas hipóteses partindo dos movimentos da nebulosa primitiva, sem introduzir outras considerações que as da mecânica racional clássica; Arrhenius, e modernamente Lakhowski, fazer interferir em suas hipóteses os fenômenos eletromagnéticos e as teorias sobre a constituição do átomo, cuja semelhança com um sistema solar é patente. Todos, entretanto, são concordes em afirmar, desde Lord Kelvin, que o interior do nosso planeta é formado de massas em estado de fusão de vários metais pesados e é sob este postulado inicial que são calcadas as teorias da formação das camadas geológicas e das rochas que as compõem, considerando apenas os fenômenos resultantes das combinações dos fatores físicos e químicos, temperatura e pressão, principalmente. A Teosofia, estretanto, não esposa essa doutrina da incandescência do núcleo central, como é apresentada pela ciência oficial, afirmando a existência do interior do nosso Planeta de forças Cósmicas, responsáveis pela vida e evolução do próprio Globo e tudo quanto a ele está ligado.

(2) Segundo a estrutura das rochas, sob o ponto de vista da cristalização, Fouqué e Michel Levy, classificaram-nas em três grupos: granitóides, porfiróides e traquitóides.

(3) PRIMITIVO (Arqueano e Algonnkiano); PRIMÁRIO (Cambriano, sliluriano, devoniano, carbonífero e permeano); SECUNDÁRIO (Triássico, jurássico e cretáceo); TERCIÁRIO (Paléogeno e Neógeno) e QUATERNÁRIO (Pleistoceno e Atual).

(4) O ciclo astronômico da precessão dos equinócios, relaciona-se com o número-chave dos ciclos secretos. Segundo os dados da Teosofia, o ciclo da pressão é de 27.000 anos exatamente, correspondendo a um retrocesso do Ponto vernal, sobre a Eclítica, de 48”, sendo o número acima igual a 6 ¼ vezes o módulo 4.320 anos corresponde a quatro rotações do Zodíaco, equivalente a 108.000 anos; quatro vezes 108.000 anos perfaz o número 432.000, que expressa uma Kali-yuga.

(5) Afirmam as doutrinas teosóficas que a cada uma das Eras geológicas corresponde a evolução de um Continente, onde se desenvolve uma Raça-Mãe, com característicos bem distintos umas das outras. Atualmente, a Terra está no quinto grande ciclo racial, o ariano, iniciado há cerca de 1.000.000 de anos e a esta Raça corresponde o continente Eurásico. As duas primeiras Raças-Mães, etérica e semi-divinas, evoluíram nas Eras Primitivas e Primária; a 3a Raça, a dos Lêmures, habitou o 3o Continente, o Gondwana dos geólogos; a 4a teve para berço a Atlântida e a quinta a Eurásia. Não há, entretanto, solução de continuidade entre o desaparecimento de uma Raça-Mãe e o

desabrochar da seguinte: o ciclo final da decadência de uma é coetâneo com o nascimento da Raça seguinte, herdeira da experiência da que entrou em declínio. Por exemplo, segundo os dados secretos da Teosofia, os Árias já existiam há 150.000 anos quando ocorreu o primeiro cataclismo atlante afastado dos nossos dias de cerca de 850.000 anos.

(6) Essa denominação foi dada pelo ilustre geólogo Branner, que estudou com grande interesse a formação do Brasil.

(7) Ver a respeito “THE SHADOW OF ATLANTIS” do Coronel Braghine, onde há farta documentação sobre o assunto.

(8) A famosa Ilha de POSSEIDONIS, de que trata Platão em seus diálogos Timeu e Crítias, é a derradeira fração do grande Continente que formava uma vasta faixa equatorial, abalada sucessivamente por três convulsões telúricas, a última das quais sendo aquela a que se refere Platão quando fala de Posseidonis, fixando-a no tempo, com a data de 9.000 anos, aproximadamente, antes de valor industrial.

(9) A clivagem das micas, que se cristalizam em prismas moniclínicos, é muito fácil e característica, fazendo-se segundo os planos paralelos à base do prisma, o que permite a obtenção de lâminas delgadas, de grande valor industrial.

(10) Ver – “GEOLOGIA – Reconhecimento geológico do Nordeste de Mato Grosso”, Relatório apresentado ao Sr. coronel de Engenharia Candido Mariano da Silva Rondon, chefe da Comissão Brasileira, pelo Engenheiro de Minas Euzebio Paulo de Oliveira.