A
Ética no Aprimoramento da Personalidade (I)
Eliseu Mocitaíba da Costa
Os mais
variados métodos de aprimoramento do Caráter do Homem são aplicados desde a antiguidade
até nossos dias, superlotando a memória das criaturas com conselhos, regras,
códigos e regulamentos os quais não são aplicados, geralmente, pelos pseudos conselheiros,
por gestos nobres, bons exemplos de vivenciação do conhecimento considerado
como Ética, Moral e Política.
Adentrando o III Milênio, continuam ainda criando muitas
formas e fórmulas, apresentadas através de flores de retóricas, filosofias sem
essência, consideradas perfeitas para regular e amedrontar os incautos, os
inseguros e toda parte. Dividir (segmentar) a mente e a emoção para melhor
governar.
Entretanto,
não explicam o que é ser justo, nobre e perfeito; o
que é aprimoramento moral e espiritual; o que é o bom, o bem e o belo, e muito
menos é ensinado como e quais são os elementos que compõe a Consciência
Superior.
Contudo, é nos permitido fazer uma pergunta:
- Como podemos aplicar e ensinar à Consciência Superior?
A Sabedoria Eterna em virtude da multiplicidade de
manifestações da vida, da consciência, do pensamento; da pluralidade dos
setores, das formas, da graduação manifestativa, desde o imensurável universo
até o infinitamente pequeno, assumiu o ser humano como ponto de evolução, o
qual não pode ser estudado, apenas, pela “ciência” especulativa, olhando o
externo, ou seja, a estrutura material ou o seu corpo físico.
A ciência oficial estuda, praticamente, através da observação,
medição e comparação usando equipamentos científicos. Entretanto, para um
estudo de maior profundidade, maior transcendência é preciso, todavia, assumir
como precioso laboratório, as diversas estruturas que constituem a criatura humana, que no ponto de
vista físico, psíquico, mental e espiritual, é um ser em processo de evolução.
Segundo a Ciência das Idades, o melhor método de
aprimoramento humano é Aquele que consiste no estudo dos elementos componentes
da personalidade em toda a sua complexidade, desde a parte instintiva até o
quântico da espiritualidade.
O ponto de partida é o auto-estudo, a busca pela resposta
às ameaçadoras perguntas da Esfinge: Quem és, de Onde
Vens e para Onde Vais?
Este é o caminho para aquele que busca os melhores
resultados e possa conhecer bem todos os elementos que formam o arcabouço humano,
mantendo, naturalmente, o objetivo de conceber, também, o que é ser harmônico
com as Leis da Natureza, e conseqüentemente, do Universo.
Sem o conhecimento da Lei da Polaridade, dos pólos da
evolução e da manifestação da vida, não se poderá julgar, muito menos
aconselhar, para não cair no velho ditado: “Faça o que digo e não faça o que
faço”.
O homem precisa ver com sabedoria, consciência, sentir
com a mente e raciocinar com o coração para ter uma idéia clara das coisas que
o cercam.
Deve, procurar conceber o conhecimento, pela ética, através de
suas várias dimensões para poder ensinar uma delas, buscando dentro de si o
todo para chegar ao particular.
Como poderemos entender o que é perfeição se temos ainda
apenas a visão rarefeita do mundo em formação, em transição?
A
Ética no Aprimoramento da Personalidade (Parte II)
Eliseu Mocitaíba da Costa
Muitas falsas verdades do passado, hoje se tornaram realidades.
Por isso é necessário que se conheça bem, se veja o mundo mais completo para
depois apregoar o aprimoramento da personalidade. Mesmo porque, uma mentira não
resiste a algumas investigações.
Na realidade, não se pode conceber a perfeição, o
aprimoramento, apenas com uma única finalidade, satisfazer as ambições
pessoais.
Portanto é necessário que se tenha a alma despojada de
preconceitos e habilmente ajustada para poder ver e entender o que é a Ética, a
Moral e a verdadeira Política.
Na Obra “O Fenômeno Humano”, Teilhard de Chardin já
dizia:
“Com a falta destas qualidades de nosso olhar, o homem
permanecerá indefinidamente para nós, por mais que se faça para nos fazer ver,
o que ele ainda é para tantas inteligências um objeto errático num Mundo
desconjuntado. Esvaneça-se, pelo contrário, de nossa ótica a ilusão de
pequenez, do plural e do imóvel, e o homem virá a ocupar sem esforço o lugar
central que anunciávamos: cume momentâneo de uma antropogênese que por sua vez
coroa uma Cosmogênese. O homem não pode ver-se completamente fora da
humanidade; nem a humanidade fora da vida; nem a vida fora do Universo”.
E ainda encontramos em outro trecho, “Infelizmente há a
tendência ainda sensível nos sábios em não aceitar o Homem, como objeto da
ciência, senão o seu corpo”.
A estrutura física do ser humano é, na maioria das vezes,
o campo da manifestação das causas geradas na estrutura psíquica e intelectual.
O momento é chegado de saber que uma interpretação, mesmo
positivo do universo, deve, para ser satisfatória, abranger
tanto o cerne da questão quanto, em geral, o arcabouço espiritual das coisas.
A verdadeira sabedoria é aquela que consistir integrar o
homem integral numa representação coerente com o mundo, ou seja, integrado,
desde o particular como coletivo, como micro até chegar ao macrocosmo.
O homem não é um centro estático do mundo, como era
julgado no passado; mas sim, o eixo, a flecha e o objetivo dinâmico da
evolução.
Se ele
não é o centro estático das forças naturais, obviamente, é o eixo dinâmico,
ponto de convergência da Natureza Superior; assim sendo, há a necessidade imperativa do progresso e da evolução,
ajustados às leis de Causa e Efeito, tendo com Pedra Angular a crítica mútua e
consciente, despojada das maledicências egoístas da alma como instrumento
importantíssimo para o crescimento de toda a mente sadia e de bons costumes.
O Homem
que quiser realizar um verdadeiro ato de Elevada Magia, chegando até ao
milagre, deve procurar tratar o ser humano como um ser
superior, o animal como se fosse uma criança, como irracional, a planta, e o
mineral como um vegetal qualquer.
“A
mente humana iluminada é maior do que um anjo e um deus; a razão intuitiva está
acima do sacerdote e da revelação; o domínio de si mesmo é melhor que o jejum,
que a mortificação e a prece; a caridade, maior que o sacrifício e o culto” ensinava Gautama Buda.
A Fé é
a base física, a certeza de se conquistar algo... que é alimentado pela
Esperança; quando a Fé e a Esperança se confundirem, se transformarem num só
elemento, uma só base (o preparo da mente da criatura humana) manifesta-se a
caridade. Sim, mas no sentido cósmico, ou seja, a Essência do
Espírito Santo, a Suprema Inspiração, promovendo a iluminação da alma humana, e
isto equivale por uma Manifestação da Consciência Crística numa
personalidade.
As
próprias religiões são como cordas de uma mesma lira. Cada uma delas tem a sua
nota particular, mas a perfeição da música é o resultado da Harmonia, da
Melodia e Ritmo compostos por esses diferentes sons.
Tudo
indica que a tônica atual é “Faça por ti que te indicarei o caminho para
encontrar o seu Verdadeiro Mestre, dentro de você mesmo”.
Portanto,
“A Esperança da Colheita reside na Semente”, é a Essência maior para se obter, em princípio, a curto ou médio prazo, os resultados
de ordem individual e, por extensão a toda a humanidade que fará jus aos novos
conceitos de Evolução da Consciência Humana pela Ética no Aprimoramento da Alma
Humana na personalidade.