Egrégoras

Dos Ensinamentos do Mestre

Por H.M. Portella

 A chave hermética par analisar e entender as religiões e para explicar os milagres, reside no estudo e conhecimento das EGRÉGORAS.

Estas são entidades autônomas, semelhantes a uma classe de "devas", que se formam pela persistência e a intensidade das correntes mentais realizadas nos centros verdadeiramente espiritualistas; pois nos falsos, inclusive nos de baixo espiritualismo como na quimbanda etc, tais criações psicomentais se transformam em autênticos monstros, que passam a perseguir seus próprios criadores, bem como os freqüentadores desses centros.

Conforme o rito e a religião, o homem, por devoções, preces, pedidos de socorro, cerimoniais, etc, emite do seu psicomental matérias vibráteis que se agregam e acabam por se transformar em entidades vivas, que passam a ser animadas e alimentadas pelas orações, novenas, ladainhas, holocaustos, de acordo com o rito. Assim nasceram os deuses que constituem os "panteons" de cada povo. Os deuses protetores são as criações mágicas de ritos superiores, podendo se tornar mais poderosos e perfeitos que seus criadores! Aqueles gerados por ritos inferiores, tornam-se demônios sanguinários.

O homem crente, devoto, pode se por em contato com forças conscientes, através de processos e cerimônias. Isto constitui a magia teúrgica. A magia realizada por criaturas sem conhecimento, chama-se magia natural. Sendo a vida constituída de realizações no físico, no emocional e no mental é lógico supor que estes três corpos, quando agitados e vibrados, põem em jogo forças que se derramam fora do homem e que pela lei de afinidade vão se juntar a outras idênticas, formando verdadeiros Poderes conscientes.

Estes agregados de ações, de sensações e de pensamentos passam a ser alentados pelas forças elementais do Universo. Se estas permanecerem no próprio ambiente do homem, irão traçar ser destino, isto é, o karma individual. Se porém, escapam do ambiente do homem, ficam no Aura da Terra, criando o karma da humanidade. São estes seres, estas formas vivas que constituem as EGRÉGORAS. No homem há duas aspirações, uma externa ou mundana e outra interna ou divina. A aspiração divina relaciona-se com o Polo Celeste e a aspiração mundana com o Polo Infernal. Conforme predomina no homem uma dessas aspirações, vêmo-lo alimentando as hostes do Bem ou do Mal. Outras criações menores aliam-se, formando as hierarquias. A síntese da Egrégora do Mal e SATAN, maléfico, poderoso e consciente. Muitas vezes Lúcifer se serve desta Egrégora para agir, mas não foi ele quem a criou: foram os homens!...

Em oposição à Egrégora do Mal, há a síntese do Egrégora do Bem. Para a do Bem é que trabalham todos os Adeptos do Mundo. É a veste que o Deus único e verdadeiro usa para manifestar-se como AVATARA e tomar corpo físico. A veste tecida para o AVATARAé fruto das melhores aspirações humanas, e dispõe a Divindade, nesse veículo, dos elementos resultantes do esforço da humanidade. Por ser veste do homem, Deus pode interferir nos "negócios" humanos, naturalmente, para a prática do Bem, da Evolução. A Egrégora do Mal, também pode tomar forma, e esta é o Anticristo no Ocidente, ou Buda Negro no Oriente. É a essência do mal que se manifesta nesta veste, e esta tem o direito de intervir nos desígnios humanos para o Mal, por ser matéria tecida pelo Polo Inferior humano. Esta forma é a Besta Apocalíptica.

Em torno da Egrégora do Bem(onde se apoia o Polo Divino), se agitam milhões de Egrégoras(deuses, deusas, santos e santas) que a cercam, formando uma corte incomensurável e sublime. Numa grande concentração de fiéis, como por exemplo, se observa em Aparecida ou em Lourdes, em Fátima, uma clarividente poderia ver a Egrégora da Santa, com todos os detalhes, apresentados nas respectivas imagens. É um produto dos crentes! Mas, como é boa a vibração, recebe a LUZ da DIVINA MÃE UNIVERSAL, passando a ser uma de suas expressões entre os homens que concorreram para essa criação. Há santos e santas em todas as religiões do mundo; todos eles passam a ser atributos da Grande Egrégora do Bem.

Os povos Lemurianos e Atlantes também criaram seus deuses. Mas criaram-nos com a argila psicomental, Kamo-manásica da Terra, com os sentimentos passionais e com a inteligência ardilosa, plasmada no ódio e no egoísmo.

A sua queda não se fez esperar, pois o Deus único e verdadeiro criou os Deuses Imortais e Universais, a fim de neutralizar e destruir os deuses passionais.

Durante a Raça Ariana criaram-se vários deuses, os quais estão espalhados pelo Mundo, e vêem sendo alimentados pela ignorância e pelo dogmatismo de multidões de crentes, e para isso, contribuindo o Budismo, o Brahmanismo, o Fetichismo o Taoismo, o Judaísmo, o Catolicismo, o Protestantismo, o Espiritismo ,etc, não se excetuando mesmo, os próprias iogues fanáticos que vêm criando mentalmente uma Mãe Divina, na esperança de que depois de mortos, possam reviver amamentados por ela..., sem falarmos das falsas Egrégoras de santos de origem duvidosa.

Quando uma raça, após criar uma civilização, termina seu ciclo e desaparece, os deuses até então sustentados pelo seu culto religioso, não tendo mais a sustenta-los as matérias vibráteis de origem psicomental, vão pouco a pouco se desagregando. Sobrevem então, a decadência e a morte dos deuses. Em ruínas de antigas civilizações, ainda se encontram restos de deuses. Uma Egrégora muito espiritualizada, contudo, pode ser absorvida por outra de nova religião que surja. A natureza das Egrégoras é semelhante à dos elementos que as vitalizam: cânticos, danças, ritos mágicos, emanações psíquicas dos homens, perfumes, orações, formas mentalizadas, imagens contempladas. As Egrégoras podem aparecer até instruindo ou desorientando os crentes; são verdadeiras revelações de deuses e de guias...

Os deuses criados pelos homens protegem os países e as raças que lhe são dedicados. Em caso de guerra entre povos de ritos e crenças diferentes, as respectivas Egrégoras chocam-se entre si, razão porque no passado, os vencedores não perdoavam os vencidos e procuravam aniquilá-los completamente, para que sua Egrégora perdesse a base. As tradições nos falam das religiões bárbaras do passado. O próprio Jeovah mandava passar a fio de espada todo o povo conquistado. Nem crianças, nem velhos, nem animais, nem ídolos eram poupados, pois o sangue era o principal elemento para a oferenda; as entranhas das vítimas eram queimadas e o odor do sangue e da carne alimentava a Egrégora. Outras vezes, ela se apoiava num ídolo de pedra, onde oferendas eram tributadas, ou mesmo, no corpo mumificado de um faraó ou sacerdote. Daí, o ódio de Jeovah aos deuses de outros povos. Com essa explicação, podemos entender hoje a frase de Blavatsky: "Os deuses dos nossos antepassados são, hoje, nossos demônios".

Nos colégios iniciáticos também criam-se Egrégoras de natureza mais elevada: formas mana-taijasi, apenas revestidas de uma camada de manas inferior, para dar-lhes nome e forma. Servem de veículo transitório aos verdadeiros Dhyan-Choans , deuses naturais, anjos da presença, mensageiros do Logos, Mônadas que galgam etapas superiores, tornando-se regidas por DHARMA E KARMA, e dentro das quais só podem agir de acordo com o plano arquetipal...

É por esse motivo que desde a passagem da Missão do Oriente para o Ocidente, a S.B.E, com seu primitivo nome de Dhâranâ, orientava os seus membros no objetivo da criação de uma Egrégora formada pela mentalização de uma forma mental, muito bem conhecida daqueles iniciantes do grau peregrino de nossa instituição, o qual indica que no Brasil já se está trabalhando em concerto com outras fraternidades, no objetivo de se estabelecer nestas plagas a NOVA CIVILIZAÇÃO, que no dizer do eminente biologista inglês Sir Julian Huxley, estabelecerá então a nova religião, que terá fé no conhecimento, definindo mais claramente as noções do Bem e Mal, de modo a proporcionar maior apoio moral, e focalizar o sentimento de santidade em objetos mais adequados, santificando as mais altas manifestações da natureza humana, no domínio da arte, do amor, da compreensão intelectual, e fazendo da realização de todas as possibilidades humanas, sua verdade suprema.