Cadeias,
rondas e sistemas – As Sete Raças
Artigo publicado no
jornal Diário
de São Paulo
Autor: SBE
Data: 18 de fevereiro de 1962
PARTE II
Na apresentação
da primeira parte deste artigo, tivemos ocasião de salientar tratar-se de
simples repetição de ensinamentos ministrados em nosso colégio Iniciático pelo
Venerável Professor Henrique José de Souza, Dirigente Supremo da SOCIEDADE
TEOSÓFICA BRASILEIRA (hoje SBE), dos quais nos temos
aproveitado para transmitir, aos prezados leitores, as Revelações cíclicas
atuais, relacionadas com o trabalho que cumpre à nossa Pátria realizar, por ser
a região que irá servir para a Nova Civilização, a Nova Humanidade, da Era
de Aquário ou do Avatara Mitra-Deva.
Cumpre-se, então, a profecia
daquela que foi denominada "Uma mártir do século XIX"
e, na sua época, a detentora de conhecimentos que puderam ser transmitidos
através das valorosas obras que publicou, destacando-se entre outras "Ísis sem véu" e "A Doutrina Secreta".
Queremos referir-nos a Helena Petrovna Blavatsky, que à página 62 do Vol. I destas
segunda obra ("Editorial Kler" –
Argentina, 1957) vaticinou: "No século XX,
algum discípulo melhor informado e com qualidades muito superiores, poderá ser
enviado pelos Mestres da Sabedoria para dar provas definitivas e irrefutáveis
de que existe uma Ciência chamada Gupta Vidya...". como a significar que mais
uma volta seria dada na "Chave" dos conhecimentos do Sistema
Esotérico.
Feito este intróito,
damos prosseguimento ao trabalho sobre as SETE RAÇAS-MÃES, relatando o que mais
se segue e ainda quanto à 3ª Raça ou Lemuriana que, como as anteriores e
subsequentes, teve suas sete Sub-Raças.
Vemos, então, que "foi
somente no decorrer desta terceira Raça que ocupou o vasto continente Lemuriano
denominado de Shalmali, nas tradições
esotéricas, e hoje desaparecido sob as águas do Pacífico, que
a humanidade se apresentou mais densa e suas formas se aproximaram
daquelas que hoje conhecemos". Isto porque, biologicamente falando,
durante milhões de anos os organismos hermafroditas
foram se aperfeiçoando, até chegar a uma fase em que os gametas (célula sexual,
masculina ou feminina) não mais amadureciam simultaneamente no mesmo organismo.
Com o decorrer dos milênios, um dos órgãos sexuais aborta por completo: o
indivíduo passa a ser nitidamente masculino ou nitidamente feminino. Foi nos
últimos dezoito milhões de anos, no Sistema Siluriano da Era Primária, conforme
dissemos, que os Lêmures passaram a constituir uma
raça dióica, isto é, com os sexos totalmente
separados. Os homens eram de estatura descomunal (comparados com os das Raças
que os sucederam), poderosos, pois necessitavam lutar contra animais
gigantescos, afins com a evolução daquela época, cosmogônica e
antropologicamente falando, como os megalossauros, pterodáctilos, diplodocos,
dinossauros (répteis marinhos) etc.
A separação dos sexos, aliada à
exacerbação dos sentidos, levou a humanidade a se desviar da Lei (aliás,
segundo a Teosofia e o Ocultismo, os macacos antropóides
são os últimos descendentes de cruzamento entre certa classe de homens
inferiores e um tipo de animal parecido com a lontra, havido no fim desta 3ª Raça-Mãe, a Lemuriana).
Os cataclismos começaram, então,
sua obra destruidora. Os fogos da terra e as estrelas do céus
varreram do mundo o vasto continente, restando a Ilha Branca ou Paradêsa, descrita por Saint’Yves
d’Alveydre, por Annie Besant
e outros. Foi nela que se formou o primeiro núcleo da
Grande Fraternidade Branca, também conhecida por Shuda
Dharma Mandalam, como
escudo defensor do mistério da Esfinge, cuja figura representa os quatro
animais citados pelo grande vidente de Patmos, no
Apocalipse, e que são: o Touro (ligado aos Barishads
ou Progenitores Lunares); o Leão (relacionado com os Agnisvatas
ou Progenitores Solares); a Águia (proveniente dos Assuras,
da Cadeia de Saturno) e, finalmente, o Homem (expressando os Jivas, da Cadeia de Marte). Sendo ela, a Esfinge,
andrógina, portanto, metade homem e metade mulher, representava também a quinta
etapa a ser atingida, a do androginismo consciente.
A 4ª Raça-Mãe
– Atlântida – surgiu após a destruição da Lemúria, quando o Sol deixara de
brilhar sobre as cabeças da pequena fração que restou dos "nascidos do
suor"; a duração da vida diminuiu e os homens passaram a conhecer a neve e
a geada. A Atlântida ou Kusha Dwipa, das tradições dos Puranas
(que em sânscrito significa literalmente "antigos",
sendo legendas e narrações de sentido simbólico e alegórico, sobre os poderes e
obras dos deuses) foi o Quarto Continente, a famosa Terra dos Butas
ou dos Vermelhos, o País de Mu, que compreenderia a Índia, o Ceilão, a Birmânia
e a Malásia ao sul; a oeste, a Pérsia, a Arábia, a Síria, a Abissínia, a bacia
do Mediterrâneo, a Itália meridional e a Espanha. Da Escócia e da Irlanda,
então emersas, estendia-se, a oeste, sobre o que atualmente se denomina de
Oceano Atlântico e a maior parte das duas Américas.
A Raça Atlante foi governada pela
Lua e Saturno. A prática da Magia Negra, sobretudo entre os Toltecas,
predominou em consequência do emprego ilícito dos "raios obscuros da Lua".
A Saturno se deve, em parte, o enorme desenvolvimento
do Mental Concreto que se manifestou nesta Raça, possuindo estado de
consciência de nível Kama-Manas ("Kama", vocábulo do
sânscrito, significa: mau desejo, lascívia, luxúria, concupiscência, apego à
existência, tendo ainda o sentido de apetite, paixão e tudo o que se relacione
com as coisas materiais da vida).
Nesta Raça desenvolveu-se o
sentido gustativo. A linguagem era aglutinante nas 3ª, 4ª e
5ª Sub-Raças, tornando-se com o tempo, inflexiva, e assim passando à 5ª Raça-Mãe (Ária).
Das Sub-Raças desta 4ª Raça-Mãe podemos citar:
1) Romoahl povos pastores, que emigraram sob a direção
dos Reis Divinos
2) Tlavatli de cor amarela, civilização pacífica, sob
a égide dos seus Instrutores e também dos Reis Divinos.
3) Toltecas de cor avermelhada (escura), belos, de estatura elevada,
poderosa civilização e povo essencialmente guerreiro, civilizador e
colonizador.
4) Turânios guerreiros e brutais, são designados nos
antigos documentos hindus com o nome de Bakshasas
5) Semitas povo turbulento e que deu nascimento (na 5ª Raça-Raiz) à raça
judaica
6) Acádios migradores, espalharam-se na bacia do Mediterrâneo, dando
nascimento aos Pelasgos, Etruscos, Cartagineses e Citas (Seytas)
7) Mongóis procedentes dos Turânios,
espalharam-se principalmente no norte da Ásia
Uma grande parte dos habitantes da
Terra é, ainda, vestígio dos Atlantes, compreendendo chineses, polinésios,
húngaros, bascos e os índios das duas Américas.
A primeira catástrofe que sofreu a
Atlântida, há 4 milhões de anos, despedaçou-a em sete
grandes ilhas de tamanhos diversos, equiparáveis a sete continentes, trazendo
para a superfície das águas a Escandinávia, grande parte da Europa meridional,
o Egito, quase toda a África e parte da América do Norte, enquanto a Ásia
setentrional afundava-se nas águas, separando, desse modo, a Atlântida da Terra
Sagrada. Essa primeira catástrofe se deu nos meados do
período Mioceno, ou seja, na Era Terciária, e uma das ilhas, verdadeiro
continente por ser das maiores, compreendia o Norte da África até o Tirreno, o
Iucatã e o Brasil, constituindo dilatado império, dividido em sete reinos, cada
qual habitado por uma das sub-raças que a tradição designa pelos nomes já por
nós mencionados, ou seja: Romoahl, Tlavatli, Toltecas, Turânios,
Semitas, Acádios e Mongóis, as quais floresceram concomitantemente nos
respectivos países, conforme se depreende dos textos bramânicos.
Tais reinos eram governados,
respectivamente, pelos descendentes dos sete primitivos filhos de Posseidonis e tinham por capitais as duas famosas e
riquíssimas cidades conhecidas como a "Cidade das Portas de Ouro" e a
"Cidade dos Telhados Resplandescentes".
Esta última, sede fulgurante construída pelos Toltecas e Turânios,
comandava a região hoje correspondente ao planalto que se estende pelos confins
do Amazonas e Mato Grosso e se liga ao planalto de Goiás (vide trabalho
publicado no órgão oficial da Sociedade Teosófica Brasileira, a Revista
"Dhâranâ", nº 13-14 de janeiro a junho de 1960, sob o título
"Brasília – Capital da Era de Aquarius").
Uma segunda catástrofe que se deu
há 200 mil anos, causou o desaparecimento das ilhas
anteriores, restando da velha Atlântida apenas duas ilhas, uma setentrional
denominada Ruta e outra meridional chamada Daitia. A América do Norte e a do Sul,
ficaram separadas, o Egito submergido.
Uma terceira catástrofe ocorrida
há mais de 75 mil anos fez desaparecer Daitia,
ficando Ruta reduzida à Ilha de Posseidonis
a que nos referimos, colocada no centro do Oceano Atlântico, transcrita por
Platão no seu diálogo "Timeu e Crítias".
As demais terras do Globo tomaram
mais ou menos as conformações que hoje lhes conhecemos, muito embora as ilhas
Britânicas aparecessem ainda, ligadas à Europa, o mar Báltico não tivesse feito
sua aparição e o deserto do Sahara continuasse um
oceano.
Chegou
finalmente o ano de 9564 antes de Cristo, o ano 6 do Kan
e 11 Muluk do mês de Zac", segundo as expressões do Codex Troanus, escrito há 3.500
anos pelos Mayas do Yucatan,
e, após tremendos tremores de terra que se prolongaram "até ao 13 Chuen" a Ilha Posseidonis,
"o País de Mu foi sacrificado", desaparecendo para sempre no seio das
águas, com seus 64.000.000 de habitantes. Esse Codex
se acha atualmente no Museu Britânico e faz parte da magnífica coleção Le Plongeon.
Outro manuscrito pertencente aos
arquivos de um antigo templo lamaísta, de Lhassa, em
língua caldaica, conta que há 2.000 anos antes de
Cristo, "a estrela Baal caiu no lugar onde hoje só existe mar e céu e
as dez cidades, com suas portas de Oiro e Templos transparentes tremeram e estremeceram, como se fossem as folhas de uma árvore
sacudidas pela tormenta. Eis que uma nuvem de fogo e fumo se elevou dos
palácios. Os gritos de horror lançados pela multidão, enchiam o ar. Todos
buscavam refúgio nos Templos, nas cidadelas e o sábio Mu, o grande sacerdote
apresentando-se, lhes falou:
Os homens e as mulheres
cobertos de pedras preciosas e custosas vestes clamaram:
Ao que Mu replicou:
As chamas e o
fumo afogaram as últimas palavras de Mu que, de braço estendido para o
Ocidente, desapareceu nas profundezas do Oceano, com os 64 milhões de
habitantes do imenso continente."
Que poderemos dizer dessas duas
tão antigas tradições existentes em lugares tão diferentes como sejam: uma na
América Central, proveniente da civilização "Maya", cujo manuscrito
se acha hoje, como dissemos, no Museu de Londres, e a outra, no extremo
Oriente, tendo como documento comprobatório o manuscrito guardado em Lhassa, Capital do Tibete?
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